[s.v.d.a.]
Eu sempre me considerei bem azarado, sabem? Daqueles tipos de azarado que caem de cara no chão na frente do crush por causa de um cadarço desamarrado. E bem, ser um completo azarado me tornou bastante supersticioso com o passar do tempo. No entanto, é aí que entra o meu "amuleto do azar", Yoo Kihyun. Procure alguém com mais parafusos soltos que ele, e falhe miserávelmente.
O hobbie favorito do meu amigo de cabelos coloridos era , sem dúvida, desafiar coisas e pessoas. Ele era o tipo de pessoa que, quando via um carro, apostava uma corrida com ele, mentalmente, até o próximo poste, apenas para ver se ele era mais rápido que o automóvel — e, na maioria das vezes, ele perdia.
Ele insistia em pisar nas rachaduras no chão e, não tinha o mínimo de cuidado com espelhos. Teve um dia em que, ele até passou por debaixo de uma escada, e pior, ele tem um gato preto chamado Karma!
Eu só faltava ficar doido, comprando uns amuletos da sorte e os deixando em sua mochila, todos os dias. Ele sempre reclamava, mas eu apenas fingia não ouvir.
Nós dois parecíamos cão e gato na maioria das vezes, nossos amigos até diziam que, um dia aquelas briguinhas bobas iam terminar em nós dois nos pegando. E bem, isso de fato aconteceu, por ironia da vida — ou do azar — , numa sexta-feira treze.
Estávamos no meu quarto estudando, ele para sua prova de Física e eu para minha prova de Matemática. Na verdade, eu estava ajudando ele a estudar, pois a cada cinco minutos o mais velho vinha tirar alguma dúvida comigo. Kihyun é tão bom em física quanto eu sou bom em esportes. Ou seja, ele realmente é uma completa negação nessa matéria.
— Você pode parar de fuçar esses sites de curiosidades e prestar atenção em mim? — larguei o caderno sobre meu colo, olhando para o mais velho. Kihyun tinha as pernas cruzadas e o celular nas mãos gordinhas. Ele levantou o olhar assim que me ouviu, fazendo uma expressão entediada quando eu apontei para os cadernos.
Kihyun podia ser mais velho, mas parecia uma criança na maior parte do tempo, o que me obrigava a ser o "adulto responsável" na maior parte do tempo também. Eu poderia estar dormindo, mas eu estava ali, ensinando Física para o de cabelos rosa avermelhados. Ele podia, ao menos, prestar atenção em mim.
— Desculpe... — ele inflou as bochechas, e ficou parecendo um hamister fofucho. Inflar as bochechas é uma de suas manias quando está entediado - uma mania que, eu acho adorável, mesmo que ele viva dizendo que quer ter bochechas menores para ficar mais bonito. — Changgie, você já ouviu falar no Clube dos Treze? — perguntou, colocando o celular no bolso e ajeitando as mangas do moletom, que ficavam um pouquinho grandes nele, já que seus braços eram curtos.
— Já ouvi falar, Kihyun. Agora, vamos voltar para as fórmulas.
— Eu não quero mais, Changgie. Vamos fazer outra coisa, hoje é sexta-feira treze, ficar dentro do seu quarto estudando, num dia ensolarado desses, vai nos dar azar. Azar, Changkyun!— ele falou sério, sabendo que, na matéria do azar, minha nota era altíssima.
— Azar eu já tenho, Kihyun. E se eu não estudar, também vou ter um belíssimo zero em caneta vermelha na minha prova. — eu o vi colocar a tampa de sua caneta rosa na boca, coisa que ele fazia, principalmente, quando estava entediado.
— Por favor, Changgie, eu juro que depois de uma pausa eu volto a estudar quietinho. — ele fez uma expressão de cachorro pidão.
Talvez eu tenha aceitado sua proposta por querer muito que ele ficasse em silêncio, ou talvez por eu não conseguir negar nada à ele, mas prefiro fingir que acredito na primeira opção.— Tudo bem, vamos dar uma pausa.
— Ótimo! — ele vibrou, com os braços levantados, jogando sua caneta no chão junto aos cadernos e livros. O de cabelos rosados se levantou, ajeitando seus cabelos. — Vamos, levanta o bumbum daí. — ele puxou meus braços, para que eu também me levantasse.
VOCÊ ESTÁ LENDO
sete vidas de azar
FanfictionSe for para ter sete vidas de azar, eu espero que, pelo menos, Kihyun esteja comigo em todas elas. [changki]→[oneshot]