Era Apenas Uma Viagem

Capítulo 8

Pietro. Revirei os olhos. Quando eu ia me sentar em um pequeno sofá que tinha lá, ele segurou meu braço.

- O que você tem? - pergunta de cara. Solto meu braço.

- Me responde uma coisa, Pietro? - ele assente. - O que você quer comigo? Sinceridade, por favor.

- Hã? Como assim? - não se finja de desentendido!

- Você só que "me pegar" e depois me largar? - parecia uma briga de casal.

- De onde você tirou isso, tá maluca?

- Ana me disse que você só pega as meninas e depois me deixar de canto, como se fossem descartáveis. E eu não quero isso! - cuspo as palavras.

- E você, acreditou nela? - respira fundo, passando a mão no cabelo.

- Ela te conhece melhor que eu. - sussurro.

- Ok, Letícia. Mas não se por generalizar tudo!- revira os olhos.

- Então... Ela tem razão? - arqueio uma sobrancelha.

- Ana é apaixonada por mim. Tire suas próprias conclusões. - ri forçadamente.

- Nos poupe, Pietro. - faço o sinal de legal para ele.

- Estou certo. Você só está caindo nas provocações de Ana. - avisa.

- Você conhece a peça e insiste? - agora estou confusa.

- Ela insiste, não eu. - piscou.

***

P.O.V ANA

Quando o Pietro saiu do quarto, o segui pois sabia que ele ia atrás de Leticia. E eu estava certa. A conversa começa boa pro meu lado. Ana 1X0 Letícia. Mas o Pietro tinha que ser insistente! Merda!

Como eu odeio amar o Pietro! Sempre fiz de tudo para ficar com ele, para que nós pudéssemos namorar. Sempre. Nós nos conhecemos, quando eu virei amiga da Flávia. Tínhamos 12 anos. E eu me apaixonei, de primeira. Meu primeiro beijo foi com ele. Minha primeira vez foi com Pietro também, quando tínhamos 14 anos. O primeiro de todas as coisas, ditas especiais, foram com Pietro. Me entreguei para ele, de corpo e alma, porque tinha pra mim que íamos ficar juntos... Para sempre.

Eu ali, sempre a disposição. Fizemos outras vezes, mas sem compromisso, porque Pietro não queria. Eu não sentia raiva, quando ele ficava com outras, apenas ciúmes. Por conta que, na maioria das vezes, ele sempre voltava para mim. Aquelas garotas eram apenas casos insignificantes. Mas daí, chegou a Leticia! Vadia! Querendo roubá-lo de mim. Está conseguindo? Sim, mas não por muito tempo. Pietro pode até ficar com ela, mas vai voltar para mim como das outras vezes. Ele vai ser meu.

- Ou eu não me chamo Ana Bezzera. - murmurei, saindo dali rapidamente. Entro em um banheiro que tinha ali no corredor, e lavo meu rosto, tentando disfarçar as lágrimas.

***

P.O.V PIETRO

Ana. Sempre a Ana. Já conversei com ela sobre eu não querer nada com ela. Nenhum compromisso. E ela insiste. Prevejo que dessa vez, terei uma conversa bem mais séria. Porque fica inventando mentiras! Insiste em uma coisa que não vai conseguir. Não a amo. Já disse isso em sua cara.

Agora deixando ela de lado, estamos indo, - a pé, mesmo - para a Praia Lopes Mendes, da Vila do Abraão até lá. Estamos indo por uma trilha.

- Finalmente! Chegamos! - Letícia exclama, suspirou pesadamente.

- Valeu a pena, não é crianças? - minha mãe coloca sua bolsa no chão.

- Muito cansativo! Por que não tem carros? Buggy? Motos? Sei lá, algo para não andar tanto! - minha irmã irritada diz, tento sua amiga como apoio.

- Flavia, meu bem... Hoje não, por favor. - advertiu a filha.

- Pietro... - Letícia diz, enquanto eu a puxava pelo pulso. - Me solta, inferno! Não quero entrar na água ago... - tarde de mais. - Você me paga! - gritou.

***

P.O.V LETÍCIA

Esses três dia foram como uma passar de olhos. Foi divertido! Compramos lembranças... Luzia, tia da Carla, é muito divertida e tem cada história! Ana não aprontou nada, ficou apenas reclamando, igualmente a Flavia. Eu acabei por dormir na mesma cama que Pietro. Ele que simplesmente foi e se deitou comigo. Já disse que ele é inconveniente? Estamos voltando para casa.

- Esses três dias foram muito bons... - murmura perto do meu ouvido.

- Sim... - afirmei.

- E sabe qual foi o melhor desta viagem para mim? - Pietro continua a murmurar.

- Hm? - quase que não sai.

- Ter dormido com você. - beija minha bochecha.

- Tô com fome! - minha irmã gritou.

- Cale a boca, Vitória. - Luzia, minha mãe, manda.

- Continuo com fome... - Vitória grita de novo.