Capítulo 9

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P.O.V PIETRO

Assim que eu me vesti, fui a procura de Ana no quarto de Flavia.

- Oh, Ana?! - antes dela entrar no quarto. - Podemos conversar?

- Sim. - veio até mim.

- Vamos no meu quarto. - ela assente.

  Ao entrarmos, ela se senta na cama, e eu fecho porta.

- Então... O que especificamente você quer? - sorriu.

- Sobre "nós". - fiz aspas com a mão e Ana vem até mim querendo me beijar, me afasto. - Não, Ana...

- Por que não? Se é sobre nós, você quer algo a mais que eu sei. - e tira a blusa.

- Não é isso. - passo a mão no cabelo e senti na cama. - Olhe, eu sei que você tem sentimentos por mim, e nós já conversamos sobre isso. Eu não sinto o mesmo por ti. Eu não te desejo como você me deseja, ou até mesmo ame, sei lá. - suspiro. - Eu não quero ter um relacionamento com você! E também quero que pare de ficar inventando mentiras ao meu respeito. - a essa altura ela já tinha vestido a sua blusa.

- Eu te dei tudo o que você queria! Tudo. Sexo, prazer... - seu tom de voz ia aumentando a cada palavra. - Para você vim e me dizer isso?! Você ficou louco? - me levantei e ela continua lá parada.

- Tente entender... - Ana me corta.

- Idiota! - começa a dar tapas em meu peito. - Foi a Leticia, né? - seguero as mãos dela. - Fique você sabendo que ela nunca vai te dar o que eu já te dei. Ela não te quer como eu quero! Não, mesmo. - Ana já chorava a essa altura.

- Para com isso! Inferno! - soltei suas mãos.

- Amigos coloridos? - tenta me beijar.

- Vai embora, Ana! - abro a porta para ela.

- Pietro, vamos conversar direito, por favor... - me abraça.

- Já conversamos. - afastei dela do meu corpo. - Tchau, Ana.

     ***

P.O.V FLÁVIA


   Ao sair do quarto de minha mãe, vi a Ana correndo para o quarto e fui atrás do Pietro. Já sabia o que podia ter acontecido. Pietro. Entrei no quarto do meu irmão, o vi sentando em sua cama, com os cotovelos apoiados no joelhos, e sua cabeça entre suas mãos.

- Pietro! - chamei-o. - O que você fez com Ana?  - vou direto ao ponto.

- Não fiz nada, apenas disse a verdade. - deude ombros.

- Verdade? Qual verdade? - arqueio uma sobrancelha.

- Que eu não gosto dela. Não quero nada com ela. - bufei de raiva, saindo do quarto. Não ia discutir com ele, não agora.

  Além que, eu tenho uma coisa mais importante para fazer. Agora não posso ir atrás de Ana, marquei com o Bruno. Que saco!

Vejo o carro de Bruno ao frente do prédio. Ele pode dirigir, tem 20 anos. Entro no quarto.

- Oi, para você também! - sorri, ele estava me tratando com ignorância desde que soube da minha suposta gravidez.

  Suspiro ao pararmos em frente a uma farmácia.

- Bruno... - olhei-o. - Você poderia comprar os testes, por favor?

- Não, Flavia! Vai logo e para de enrolar. - diz irritado. Respiro fundo e saio do carro.

- Boa tarde... Hã... Quanto está o teste de gravidez? - perguntei ao entrar na farmácia.

       [...]

   Agora eu estou no banheiro, na casa do Bruno. Fiz os quatro testes que eu comprei, e... Deram três positivos e um negativo. A essa altura lágrimas já rolavam pelo meu rosto. Não acredito nisso. Não mesmo. Posso me apegar apenas o negativo? Sai do banheiro, já soluçando.

- E aí, qual o resultado? Deu negativo? - joguei os testes em cima dele. - Fala logo, porra! - gritou.

- D-Deu po-po-sitivo. - digo gaguejando.

- Como você deixou isso acontecer? - grita, agora, com raiva. Joga um retrato que tinha de nós dois em sua cômoda no chão. - Eu tenho um futuro pela frente! Um filho só vai atrapalhar! - continuava a gritar.

- Você acha que não vai me atrapalhar? - comecei a gritar também. - Sou eu quem vou carregar por nove meses! - apontei o dedo para ele.

- Flavia... Podemos dar um jeito nisso. - veio em minha direção.

      ***

P.O.V Leticia

  São 16h48min, dormi muito! Saio do quarto, vou ao banheiro e faço xixi. Lavei as mãos, em seguida escovei os dentes. Desci as escadas e encontro Pietro sentando no sofá, olhando para TV desligada, com uma cara de mundo da lua.

- Pietro? - sentei ao seu lado. - Ei... - ele desperta, piscando várias vezes seguidas e me olhando depois.

- Olá, gatinha. - sorriu.

- Aconteceu algo? - juro que foi involuntário.

- Não, não. Não aconteceu nada demais. - passou o braço pelo meu ombro.

  Ele fica me fitando por alguns minutos, o silêncio reinou.

- Por que você está me olhando assim? - virei a cara.

- Estou te admirando. - apertou a ponta de meu nariz. - Como você consegue ser assim? Tão colorida? - arqueio uma sobrancelha.

- As tintas estão aí para isso! - coloquei a mão embaixo do queixo.

  E ele me beija, retribui. O beijo fica cada vez mais intenso, e no mesmo instante ele aberta o meu seio. Eu estava sem sutiã. A porta parte com toda força, e eu me assusto. O beijo para.

- Flavia? O que aconteceu?! - me viro vendo a Flavia subir as escadas rapidamente. Pietro se levanta e vai atrás dela.

Ouço Pietro gritar sua mãe, minutos depois. A coisa deve ser séria.

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