As idiotices de um bilionário

" Foi ele"

Emma narrando

Já completava a vigésima sexta vez que eu ligava para Damon. Algum tempo tinha se passado e eu havia tentado de tudo, ir na Colbab, ir até sua casa, falar com seus amigos, falar até com sua mãe... Mas nada fazia com que ele quisesse conversar. Nosso relacionamento tinha mesmo acabado. Não posso o culpar. O que eu havia feito era fora dos limites, eu havia o traído. Não que eu tivesse feito sexo com Rafael, mas mesmo assim nos beijamos e dormimos juntos. Isso pode ser considerado uma traição.

- Conseguiu falar com ele?

- Não - Meu tom de voz sai seco e amargurado - Eu perdi o total controle sobre minha vida, Aline.

- Amiga - Ela vem até mim e senta ao meu lado - Pensa pelo lado bom, agora você está solteira, pode investir em Rafael.Emma, sabe que nasceram um pra o outro.

- Não quero investir em Rafael, Aline. Pelo contrário, quero ficar o mais longe possível dele.

- JÁ CONSEGUI UM HORÁRIO COM SEU QUERIDINHO EMMA, PODE PARAR DE CHORADEIRA - Rafael entra no quarto com um tom de voz alto e batendo a porta. Trato de enxugar rapidamente minhas lágrimas e consertar minha postura.

- Não fez mais do que sua obrigação Savat.

- Escuta, eu não te forcei a ir para minha casa, você foi porque quis. Não venha jogar a culpa em mim. Você escolheu deixá-lo.

- Eu não escolhi nada... Você sabia que eu estava comprometida. O mínimo que uma pessoa sensata faria seria se afastar.

- Você deveria ter se afastado.

- Por Deus Rafael,hoje não. Qualquer dia menos hoje.

- Tudo bem. A mãe de Damon disse que ele estará em casa daqui a vinte minutos então... Se quiser vê-lo acho melhor correr - Ele caminha cabisbaixo até a porta e se vira para mim esperando uma resposta.

- Obrigado Rafael - Soa simplesmente.

[...]

-Com licença - Entro envergonhada na casa de Damon após sua mãe me tratar com um pouco de descaso.

- Soube que você foi demitida - Ela me olha de cima a baixo - Disseram que está louca.

- Eu não estou louca, senhora Eleanor.

- Me disseram que está - Ela aponta para o sofá e eu me sento sem exitar - Vou chamar Damon. Só um momento.

Algum tempo depois Damon chega na sala. Ele mal me olha nos olhos, somente senta silencioso ao meu lado no sofá.

- Damon, eu...

- O que você quer?

- Eu vim dizer que sinto muito... Eu não deveria ter deixado aquilo acontecer. Eu só acho que um relacionamento de tanto tempo como o nosso não pode acabar por uma besteira, desse tipo.

- Por que não foi sincera comigo Emma?

- Eu tentei. Eu juro que eu tentei. Mas eu e Rafael, temos muitas coisas mal resolvidas. Mas se você me der um tempo, juro que resolvo e volto a ser aquela Emma que você conhecia antes.

- Emma, você me traiu! Com o chefe do meu chefe! Acha que é tão simples assim?

- E eu peço desculpas Damon. Não vai acontecer novamente. Eu juro!... Minha cabeça está uma confusão, eu estou sendo ameaçada por um desconhecido e... Eu não sei o que fazer.

- Ameaçada?

- Ele persegue todos os meus passos. Me envia mensagens terroristas. Ameaça me matar. Suja meu quarto de sangue... E eu ao menos sei quem é - Damon começa a olhar por todos os lados como se procurasse algo. Seus dedos se contraem de uma maneira ESTRANHA, como se atacasse algo invisível. Ele arregala os olhos e sua respiração fica irregular. Ele passa as mãos pelo corpo e olha para o vazio, com o rosto contorcido em um choro preso - Damon, você está bem? - Tento chamar sua atenção, mas ele parece hipnotizado. Seu olhar se volta para mim, e eu me assusto com sua expressão. Nem parece a mesma pessoa - Eu nem deveria estar te contando nada, agora você corre perigo também.

- Foi... Foi ele!

- Ele quem, Damon?

- Eu não fiz nada Emma... Ele queria me matar - Ele leva as mãos a cabeça, bagunçando seus cabelos - Foi você Emma! - Ele eleva o tom de voz - A culpa é sua! Foi por você - Damon levanta do sofá e começa a gritar,andando de um lado para o outro. Ele começa a jogar objetos de uma maneira descontrolada. Tudo o que eu faço é observar a cena horrorizada.

- Quem foi,Damon?

- Ele! - Ele grita mais uma vez.

- Quem é ele , Damon? Por favor, me fala. Rafael? - Ao ouvir este nome, ele grita de forma aguda, como se recebesse um golpe.

Ao ouvir isso a mãe de Damon entra na sala, pensei que ela ficaria atordoada porém não, parecia que ela já estava acostumada com essa situação.

- O que está acontecendo, Eleanor?

- Ele só precisa descansar. Amanhã quando acordar vai conversar com o psiquiatra.

- Psiquiatra? - Sou afastada pela sua mãe, ela me leva até a porta e eu fico sem entender nada. Até que alguns dias depois depois recebo a notícia de que Damon havia falecido na noite anterior. Ele havia sido morto.

'' É você, Emma... Você''