nem tudo.

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renjun pendia na barra da sacada, com um chocolate quente na mão.

a noite fria se fazia presente, sendo ele apenas aquecido pelo vapor quente que expirava a caneca.

seus braços estavam arrepiados com o contato do vento gélido na sua pele quente.
não é como se reparasse, uma vez que mantinha-se tão aéreo.

— põe um casaco, a noite tende a esfriar.

apareceu na porta do cubículo externo, mantendo seus olhos no menor de costas para si.

— mais que seus sentimentos por mim? — murmurou, com voz dura.

— eles nunca deixaram de existir.

— faça-me acreditar nisso. — suspirou, bebericando o conteúdo já pela metade da caneca, enquanto sentia o garoto se aproximar por trás.

— é tão difícil acreditar em mim? — pôs-se em seu lado, observando a rua que dava-se movimentada a alguns metros abaixo dali.

— não distorça as coisas. você mesmo disse. — rebateu, sem olhá-lo nos olhos.

— disse. — confirmou, espalmando as mãos no ferro, que os impediam de cair. — preferia que mentisse a você?

huang virou-se para ele que, automaticamente, fez o mesmo.

— fala tão naturalmente, não se sente nem um pouco culpado? — murmurou, um tanto desacreditado.

— sinto. — levantou as sobrancelhas. — pensei que não gostasse de ter as pessoas sentindo pena de você.

— então é isso que sente? pena?

— não foi isso que quis dizer.

— mas disse.

— céus, renjun. o que raios espera que eu faça? — ajeitou a jaqueta com a mão esquerda. — não mando no meu coração. prefiro ser sincero a mentir pra você.

— não espero que faça nada.

— eu não te entendo.

— nunca procurou entender.

mordeu o lábio, já sentindo a raiva lhe corromper.

— você fala como se desde o início isso acontecesse. — mirou-o, magoado. — como se fosse tudo uma mentira.

— e não é?

— nem tudo.

— vá se foder, jaemin. — proferiu, bebendo o último gole da caneca. — se você soubesse o quão idiota eu me sinto agora-

— entendo sua raiva, tudo. — exprimiu, já cansado daquela discussão. — só queria que você soubesse que.. um dia eu te amei.

— não diga isso. — fechou os olhos.

abaixou a cabeça na, se sentindo perdido.

— está tudo acabado. — murmurou jaemin.

— é, está.

põe um casacoOnde histórias criam vida. Descubra agora