Prólogo

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Seul, Coréia do Sul;
01.06.1995.

— Meus parabéns! É um alfa muito saudável, vocês têm muita sorte. — uma enfermeira diz para Seuhee, uma jovem ômega, de baixa estatura e sorriso bonito, que segurava firmemente a mão de sua companheira, Hyonshi, uma alfa de estatura média e olhar penetrante, que agora sofria com o forte aperto da sua esposa, quase deixando algumas lágrimas rolarem pelo seu rosto sereno, lágrimas de felicidade, ele se parecia muito com ela, e também com sua amada.

────────      2 anos depois    ────────

— Taeyong! Volta aqui! Você precisa ficar por perto! — uma das suas mães gritou, o pequeno alfa não se importou em reconhecer qual era, ele estava num lugar no qual não conhecia, ou apenas não lembrava ter conhecido, ele estava no hospital mais uma vez.

— Te peguei! — um rapaz exclama ao levantar o menino no colo, o segurando os braços, para que não sofresse nenhum ataque enquanto andava consigo. — Você está ansioso para o ver, hm? Eu sei, não precisa falar, você está assim dês de que te disse que eu teria um filhote, e você que já não me abandonava antes, agora então...! Parece até que sou seu pai! — o rapaz-alfa-sorridente disse para o pequeno Taeyong, que ao ouvir aquilo, soltou um gritinho de felicidade, que fez o mais velho se assustar.

— Desculpa tio Sung... — o filhote suspirou e o mais velho riu, então eles chegaram na pequena sala que seu marido estava, ele fez um sinal de silêncio e ambos concordaram, Taeyong foi ao chão e andou silenciosamente até a maca que Anlin estava com seu filhote, Sungwoo a deu um selar rápido e ajudou o sobrinho a subir na cama, que logo se colocou a procurar o novo primo.

— Veio ver o Yoon, Taeyong? — Anlin perguntou sorrindo, descobriu o rosto do pequeno filhote recém-nascido e todos o viram se espreguiçar com os olhinhos fechados, os pais soltaram suspiros de amor paterno, já Taeyong ficou congelado enquanto o olhava, as orelhas esticadas em atenção, sorria de lado.

— O que ele é? — o pequeno pergunta inocentemente, não sabia diferenciar as diversidades de cheiros que existiam nos lobos, ainda era muito novo, mas gostava de tentar entender.

— Um alfa, igual você. — uma voz feminina responde, ele vê suas mães entrarem pela porta que ele mesmo entrou, elas observam mais distantes o filhote, que se remexia afobado no colo do sua mãe, sem abrir os olhos.

     Taeyong pensou e pensou, esticou um dedinho na mão do filhote, que o segurou, não com força, seus ossos ainda eram fraquinhos pelo tempo, mas ele ainda assim sorriu, esperou que ele abrisse os olhos para si, o que não aconteceu, o mais novinho apenas colocou a língua para fora, como se estivesse brincando, como se mesmo não entendendo, entendesse o que Taeyong queria.

     Os pais e tios observavam os dois, todos mesma expectativa que o pequeno Lee, no entanto não aconteceu, o recém nascido se pôs a dormir depois de alguns minutos, não se importando com as almas esperançosas ali.

— Jung Yoonoh não é um nome muito complicado? — Hyonshi pergunta ao irmão, Sungwoo, que sorri dócil.

— Eu também achei, foi idéia da Lin... Mas o apelido dele vai ser Jaehyun. Ou só Jae, que é ainda mais fácil.

     Anlin solta um suspiro de desaprovação, eles riem, Taeyong continua congelado olhando o bebê, ele olhava a respiração calma e ainda descompassada do filhote e a acompanhava.

     E isso aconteceu durante as muitas outras noites que o alfa fez questão de passar junto ao filhote, na necessidade de estar junto.

────────      8 anos depois    ────────

— Some daqui Taeyong! Eu não preciso de um guarda costas! — aquela necessidade de estar junto de Jaehyun, continuou presente ao físico de Taeyong, o que fazia o Yoon ficar irritado e querer sumir de perto dele, o Jung nunca entendeu essas demonstrações de carinho estranhas do seu primo por si.

     Eles estavam brincando de campo minado num computador antigo dos pais do Jung, já que se não estivessem fazendo isso, estariam num completo tédio no prédio, no qual a outra única diversão que eles tinham, era apertar campainhas e correr para o elevador; os dois se desentenderam quando Taeyong fez duas jogadas, uma no lugar do mais novo, no qual se revoltou e disse que não queria mais brincar, indo para dentro do seu quarto e batendo a porta, o mais velho foi atrás, sendo atacado com uma frase que para si foi como um tapa na cara.

— Mas Jae...! Eu vim brincar com você, eu quero brincar! — ele exclama manhoso, não queria ter que ligar para suas mães virem o buscar depois de tão pouco tempo.

— Você vem aqui todo dia! Por que você é tão chato? Além de ser um chato, é um bobão, fica todo animado quando eu quero brincar com você. Eu nem gosto de você.

     Jaehyun estava muito irritado, não era a primeira vez que o seu primo roubava no campo minado, e ele estava cansado disso, quando terminou de dizer aquilo, abriu a porta do quarto e olhou para o mais velho, e um pouco mais alto, com raiva.

— Você não gosta de mim, Jae? — Taeyong perguntou fazendo um bico, de pura manha.

— Não, não e não, dez 'milhãos de nãos. — Jaehyun disse, se enrolando inteiro com o que estava falando, fazendo o mais velho rir alto.

— Eu sou seu primo preferido, estou sempre com você e te ajudo na matéria fácil da sua escola, você devia me amar. — o Lee diz convencido, estava dois anos à frente dele na escola, por isso conseguia o ajudar.

— Vou ligar 'pra tia Hee buscar você, não aguento mais você aqui. — o Yoonoh diz irritado, Taeyong o abraça rindo e exclama.

— Não vai não, vamos brincar mais ainda. Não sou seu guarda costas mas estou sempre aqui do seu lado, você querendo ou não.

     O Taeyong falar tão diferente dele confundia o mais novo, que agora sorria com o abraço dele, concordando com a cabeça, fingindo que nada havia acontecido antes.

     Afinal, era só uma brincadeira de criança.

────────      dias atuais    ────────

     Janeiro de 2018;
     Virada do ano.

— Jaehyun! Feliz ano novo! — Taeyong exclama alegre, levantando a sua taça de champanhe, propondo um brinde ao primo mais novo.

— Feliz ano novo, Taeyong! — Jaehyun o responde na mesma alegria, encostando sua taça na dele, ouvindo o tilintar do vidro batendo, ambos sorriem juntos. — À nossa amizade, que continue sendo a melhor do mundo todo. — Jaehyun propõe.

— À ela, e a tudo mais que nos envolve. — Taeyong completa, eles brindam e tomam todo o líquido das taças, o mais velho envolve o mais novo num abraço apertado, aproveitando para sentir um pouco do cheiro dele, o melhor de todos os que já havia sentido, e que nunca admitiu adorar.

     Eles se soltam, Jaehyun segura a mão dele sorrindo, suas covinhas em suas bochechas acenando para Taeyong, numa promessa de que esse ano seria o melhor de suas vidas.

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