| Prólogo |

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Londres, 30 de outubro de 1979

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Londres, 30 de outubro de 1979.

— Eu preciso que acredite em mim, meu irmão, por favor — suplicou Régulo Black. — Não tenho intenção de prejudicá-lo.

Seu irmão mais velho, Sirius Black, encarou o mais novo com certa aversão, ainda segurando sua varinha na mão direita, como se Régulo pudesse atacá-lo a qualquer momento, mas o caçula sequer retirou a varinha das vestes.

— É difícil, Régulo — Sirius respondeu baixo e friamente, olhando depois ao seu redor, estavam em um beco escuro qualquer no Largo Grimmaud, na noturna Londres. — É difícil você passar perto da sua antiga casa e saber que é rejeitado pelos próprios pais, pois não é a favor de pensamentos tão arcaicos como os que vocês acreditam e tentam disseminar!

— Esse não é o momento apropriado para conversamos sobre o que acreditamos ou deixamos de acreditar. Somos diferentes, Sirius, sabemos disso. Porém neste instante estamos, hipoteticamente, lutando por um mesmo ideal, acredite se quiser, isso tudo que está acontecendo é.... é.... demais para mim — ele suspirou, como se estivesse exausto. — Eu não estou aguentando mais.

Sirius continuou com a varinha erguida.

— Então por que se envolveu com os comensais da morte, Régulo? — indagou de forma dura. — Eles não só matam como torturam pessoas inocentes a mando de um maníaco.

— Poder — o mais novo respondeu prontamente. — Poder, glória, ascensão e trazer mais orgulho para os nossos pais. Para a família Black. Isso, Sirius, coisas nas quais você abdicou totalmente. Em minha mente tudo era algo fantástico, trazer honra para a linhagem, ser um bruxo respeitado...

— Respeito através do medo? Do pânico? É isso que chama de respeito? — bradou Sirius, respirou profundamente em seguida, voltando a controlar o seu tom de voz para não chamar a atenção na rua, ainda que ela estivesse deserta. — Esses são apenas caminhos para você terminar sua vida como um homem vazio, sozinho e sem amor.

Régulo pôs a mão na testa, cabisbaixo, deixando uma mecha dos fios escuros caírem sobre o rosto.

— Exatamente, Sirius, mas meu maior erro foi ter percebido isso agora. — E encarou o seu irmão, que compartilhava dos mesmos olhos acinzentados. — Só quero uma única chance... eu sei, eu sei! Nada vai apagar o que eu já fiz, ou, que quase já fiz, porém você é meu único irmão, preciso que somente uma pessoa confie em mim e me ajude a amenizar um pouco dos meus erros e das minhas escolhas. Preciso fazer o que é certo pelo menos uma vez na vida, antes de morrer.

Sirius reparou o tom de voz usado por Régulo, algo dizia que o mesmo parecia realmente arrependido, seus olhos exalavam uma atípica apreensão, particularmente ao mencionar a palavra "morrer".

— E como espera que eu confie em você?

— Fácil. — Sorriu fraco. — Você é uma boa pessoa, ainda tem esperança na humanidade, veio até aqui sozinho, quando poderia ter preparado uma armadilha e enviar-me para Azkaban. — Régulo olhou para trás e depois para Sirius, verificando se o terreno era de fato seguro. — Há um assunto no qual não posso dar muitos detalhes, mas sei que você pode me ajudar. 

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