13⛓

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Por mais que eu gostasse de casa eu já estava mais acostumada com a prisão. Desde o Natal tudo já estava bem, pelo menos até agora.

— Clary,você tem visitas. — Lucas falou

— Ed? — Eu perguntei e ele negou — Quem? — ele apenas levantou os ombros e me levou pra sala dos telefones.

Aqueles que não podiam ter visitas corpo a corpo usavam aquela sala, havia pequena sala, separado por uma parede de vidro com um telefone de um lado e um do outro, para que conseguisse ouvir a voz dos dois.

Cheguei na sala e sentei na cadeira e peguei o telefone, já o colocando na orelha.

— Eu vou estar ali fora — Lucas disse se retirando.

Logo a visita chegou e calmamente se sentou na cadeira da frente.

Meu sangue ferveu, aquele embuste de pele clara e corpo esguio, eu reconheceria em qualquer lugar. Era por causa dele que eu estava aqui.

— "sentiu saudades querida?"ele disse sorrindo

— "SEU CRETINO"gritei levantando na cadeira fazendo ela ter uma queda barulhosa no chão.

Ele riu do outro lado , e eu bati no vidro.

A culpa era dele de eu estar aqui. E ele estava ali fora, sorrindo e com trajes sociais! Ele está livre!

Mãos me seguraram

— O que foi? Você o conhece? — Lucas perguntou pra mim

— O motivo da minha desgraça. A CULPA É DELE! ELE DEVIA ESTAR DESSE LADO DO VIDRO!

— Clary se acalma, vai chamar a atenção! Clary, ele é o novo vice diretor!

— EU NÃO LIGO! EU QUERO ELE PRESO!

Outras mãos me agarraram e eu me agoniava tentando me soltar e vendo a imagem da sala se afastando.

Os muitos policiais que se juntaram para me carregar, me jogaram na cela com brutalidade me fazendo cair e bater as costas no ferro da beliche.

Eu grunhi de dor enquanto me levantava.

— Você tá bem? — Lucas perguntou

— Psicologicamente? Não. Fisicamente? Também não! Como ele teve a cara de pau de vir aqui?

— Sem noção, Clary — Lucas disse fechando a cela — Se acalme ou não te deixarão almoçar.

— Eu quero matá-lo.

— Sei que quer, mas se te verem histérica eles vão te manter aqui o dia inteiro.

— Tá — falei respirando — Não sei o que faria sem você. Eu amo você Lucas — falei sem pensar, Lucas arregalou os olhos e parou de respirar — Digo, como amigo, você é o melhor — fiz sinal de joia com a mão.

— Ah sim, você também — ele falou fazendo o mesmo sinal e rindo sem humor.

Até que a campainha do almoço soou dispersando nossa conversa e distraindo o silêncio que ficou.

Segui para o refeitório, junto com outros presos, mas então algo havia de diferente.

Na parede em vermelho vivo.

Bem vindos a vingança!

Então um tiro estalou ao nosso lado e como treinamento nos tacamos no chão

— LUCAS VOCÊ PRECISA ME SOLTAR! — gritei pra ele durante o tiroteiro enquanto ele me arrastava para trás de uma mesa caída. — Não conseguirei me defender!

Ele olhou nos meus olhos e me encarou por um tempo. Então senti meu pulso ser solto.

— Obrigada Lucas! — Falei o abraçando, ele entrou em choque e eu separei meu rosto um pouco longe dele, e então lhe dei um beijo. Lucas ficou quase estático, seus olhos arregalaram e ele parou de respirar.— Desculpe — eu falei ao me afastar dele.

— Clary! — ele exclamou ao perceber que seus braços estavam presos no ferro da mesa e sua arma havia sumido.

Eu atirei em um dos "policiais" que estavam atirando. Havia varias pessoas mortas no chão. O diretor rastejava para longe da confusão, ele estava ferido

— Diretor! — gritei indo até ele é o arrastando para atrás de uma mesa que eu derrubei.

— Clarice, Eu sabia que não era culpada, que era uma boa menina...

— Senhor está bastante machucado, vou tirá-lo daqui.

— Clarice não, estará em perigo! Uma pena que levarei a sua verdade comigo.

— O senhor tem uma filha! Não pode morrer.

— Ela já está grande, pode se cuidar... — sua voz foi sumindo.

— Senhor?

— Eu lhe perdoo Clarice, agora faça isso valer a pena... — ele falou e a vida se perdeu de seus olhos.

— Sim Senhor — Falei piscando para espantar as lágrimas.

Quando cheguei aqui ele me protegeu dos maus policiais, me defendeu de abusos e fome. E eu sempre fui tão rude.

Saí de trás da mesa e atirei nos outros que estavam atirando, e me juntei aos outros policiais atirando nos corruptos. Então, eu senti uma dor imensa na minha barriga e tudo se apagou.

Eu acordei em uma cama de ferro em uma cela suja, que não era minha, Lucas estava sentado ao meu lado e me olhava preocupado.Tentei levantar mas minha barriga doeu muito.

— Não levante — Lucas disse.

— O que aconteceu?

— Revolução dos presos, pelo menos foi o que a diretoria falou.

— Mas eram policiais atirando, ninguém debateu?

— A diretoria deu dinheiro a todos para negar, dizem que você matou o diretor.

— Eu o salvei!

— Eu sei! Eu vi! Eu te defendi Clary!

Mas todos eles odeiam e mesmo que você tenha os salvado eles foram corrompidos.

— E agora?

— Estão tendo um tribunal, dirão o que farão com você.

— Quem morreu? No ataque?

— Cecilia Jones, Melissa VanShuewts e uns 2 policiais.

— Melissa morreu? — perguntei, ela seria libertada ano que vem, ela era jovem demais.

— Eu lamento Clary — eu comecei a chorar e agarrei seu pescoço, na hora não tinha dor física, porque a dor emocional ultrapassou todas elas. — Shiuu tá tudo bem — ele falou passando a mão no meu cabelo — está tudo bem.

O som de ferro sendo movido se fez presente e Camille entrou na cela e parou ao lado da minha cama. Ela não olhou para mim mas virou para Lucas

— Deram o veredicto — ela falou, pela cara dela, não era algo muito bom eu e Lucas colocamos a face de dúvida em nossas expressões —Sentença de morte, Cadeira Elétrica.

O Policial e a Prisioneira {MINI} (COMPLETA) Onde histórias criam vida. Descubra agora