Capítulo Quatorze

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Hailey Lockwood

Como Loren mesmo disse, ela é rápida, o carro a nosso encalço em nenhum momento chega perto de nos alcançar. Ela pega a estradinha pra vila Castellanos mas pra nossa surpresa está bloqueada. Loren freia o carro e paramos a centimetros do sedan preto a frente. Loren aperta meus dedos preocupada e não disfarço meu medo ao agarrar sua mão.

Um homem muito elegante desce do carro, ele está de roupa social e por mais estranho que pareça tem um charuto na mão. Os homens do carro que nos perseguiu abre a porta e nos puxa com brutalidade o que quase me faz cair!

- Ei elas estão grávidas, pode por favor ser mais delicado! - Soph berra em italiano.

- Quero as quatro ao lado do carro... - O homem elegante pede, em um inglês forçado. - Sem violência Lombardi!

- Certo senhor! - Um dos homens concorda e nos coloca uma ao lado da outra na frente do carro.

- Meu nome é Giovanni D'Angelis. - Giulia ao meu lado treme e sinto ainda mais medo. - Não pretendo machucar jovens indefesas. São lindas mulheres, mas pelo que vejo a maioria é casada. - Ele sorri olhando as alianças das meninas e a única completamente solteira sou eu. - Imagino que tenham filhos!

- Giovanni... - Soph o chama pelo primeiro nome e ganha sua atenção. - Sou Sophia Castellanos! - O homem se surpreende mas mantém a compostura. - Minha família tem ajudado dezenas de pessoas a anos, procurei manter o costume do meu pai, mas nunca me envolvi em seus negócios.

- Seu pai foi um bom homem! - Ele avisa. - Era da família, mas não costumava se envolver nas brigas, apenas cuidava de quem pedia ajuda.

- Sei disso. - Ela conta e noto o medo que ela tenta encobrir. - Por isso, em nome dele, peço que nos deixe ir embora!

- Farei isso querida. - Ele garante e suspeitamos. - Mas uma ficará! Tem uma Romanov entre vocês, e por mais que eu respeite a memória do seu pai, não posso perder uma chance dessas!

- Ninguém aqui tem esse sobrenome. - Loren avisa. - Somos todos da mesma família, Giulia foi criada na Vila, é uma irmã da Soph. A Sophia e a Hailey São minhas cunhadas, a Hailey é irmã de nossos maridos! Ninguém aqui é um desses Romanov...

- Uma das grávidas é! - Ele diz olhando a mim e a Giulia. - Um de meus homens deixou bem claro o cuidado extremo de um Romanov com a garota. Eu não gosto de perder tempo, estou tentando ser gentil. Podem ser inteligentes de me entregar a garota certa, ou posso levar as duas grávidas e depois me livro da que não tem utilidade!

- Não... - Falo assustada e ele me encara. - Sou eu. Era comigo que o John estava falando, somos amigos, só não machuque minha família por favor.

- Hailey não! - Loren me puxa pra traz. - Não vai leva-la.

- Loren para. - Peço a abraçando. - Precisa ir pra casa, precisa cuidar da nossa família, é sempre você a cuidar de todos. Então por favor, vai. Eu vou ficar bem!

Ela me solta relutante e uso todas as minhas forças para caminhar em direção ao Italiano elegante. Ele esboça um sorriso vitorioso quando abre a porta traseira do carro e me ajuda a entrar. Ele senta ao meu lado e com agilidade o motorista arranca com o carro nos tirando dali sem nenhuma dificuldade.

Ele se mantém em silêncio durante todo o percurso, enquanto isso imploro mentalmente que Deus tenha piedade de mim e principalmente dos meus filhos. Que independente do que aconteça comigo, que os dois fiquem bem, seguros e com o pai.

O local pra onde sou levada aparenta ser uma mansão. O homem me surpreende ao ser gentil e me ajudar a descer do carro, já que a grande barriga dificulta algumas atividades. Ele apoia a mão em minhas costas e me guia até o interior do local, que como previsto é muito luxuoso e bem cuidado.

- Vou leva-la a um quarto querida. - Ele avisa e o encaro. - Está grávida e não sou um monstro. Vou hospeda-la em um dos quartos de hóspedes, ao lado do meu de preferência, gosto de cuidar de negócios grandes pessoalmente.

- Não vai me machucar? - Sussurro com receio e ele nega.

- A não ser que seja a última opção. - Ele avisa sorrindo e sinto calafrios. - Minha esposa vai leva-la. Entregue seu celular e fique ciente que terá homens vigiando sua janela, assim como terá mais dois do lado de fora de sua porta. Então sugiro que seja uma boa garota e vá descansar, não queremos estressar os bebês!

Uma mulher muito bonita, de longos cabelos lisos e pretos, sorri gentil no centro da sala. Ela encara minha barriga com carinho e me estende a mão como se me chamasse. Aceito o convite e a acompanho até o andar superior em silêncio. A casa é gigantesca e pela disposição das portas noto que eles tem vários quartos, e eu realmente ficarei próxima a suíte principal.

- Já está tarde querida, precisa jantar e dormir um pouco. - Ela avisa abrindo a porta pra que eu entre. - Vou trazer uma sopinha leve, assim consegue ter um sono mais suave. Vopto logo!

Sento na cama um pouco assustada mas me mantenho firme, pelo menos até ficar totalmente sozinha. Não posso de me dar ao luxo de chorar agora, ao menos não enquanto corro o risco de receber visita da morena gentil. Ajeito alguns travesseiros e escoro antes de me cobrir. Os bebês estão agitados e geralmente só se acalmam com o John, mas hoje terei que me virar sozinha.

Fico alguns minutos alisando a barriga e cantarolando músicas de ninar, é o que ele costuma fazer, e isso de alguma forma pode funcionar pra mim também. Vinte minutos se passam até que a mulher volte, ela entrega um cumbuca de porcelana, com uma sopa quente e muito cheirosa. Como algumas colheradas, mas o nó na garganta me impede de insistir no jantar.

- Está perto de ter seu bebê não é? - Ela pergunta ajeitando a louça na bandeja.

- Na verdade não. - Conto baixo. - São dois bebês por isso o barrigão, ainda estou no quarto mês.

- Uma gestação delicada, eu imagino. - Assinto e ela suspira. - Prometo que não deixarei te machucarem.

Sinto as lágrimas queimarem em meus olhos e ela aperta minha mão sorrindo, antes de sair do quarto me deixando sozinha com meu medo. Me ajeito na cama e fecho os olhos buscando acalmar o choro desesperado. Os olhos azuis de John passeiam por minha mente e consigo ver claramente o rosto forte de traços delineados, o sorriso perfeito e o olhar carinhoso que ele sempre me dava quando falávamos dos bebês.

A visão de alguma forma me tranquiliza e então percebo que meus sentimentos por ele não é apenas carinho. Precisei ser sequestrada pra descobrir estar apaixonada. Espero poder ve-lo novamente, espero poder contar a ele e assistir sua reação. Sorrio imaginando o olhar incrédulo e a quantidade de vezes que ele vai abrir e fechar a boca sem saber o que falar, depois ele vai simplesmente mudar de assunto e dar uma de macho alfa.

Parece que meus anjinhos se acalmaram enquanto eu os alisava pensando no papai. Ele realmente me enfeitiçou e aparentemente fez o mesmo com os filhos, que desde a barriga o veneram. Acabo pegando no sono imaginando as possibilidades pros nossos futuros. Juntos ou não, tudo que sei é que não posso viver sem ele em minha vida, por isso preciso pelo menos de sua amizade!

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Bom dia amorecos

Desculpem não ter postado ontem, mas passei mal e fiquei o dia todo no hospital, quando cheguei tudo que fiz foi jantar e ir dormir!

Espero que gostem do capítulo. Sei que está curto, mas prometo
que o próximo será maior.

Beijinhos meus amores ❤😘

Sobrevivendo ao Amor - Série:AMORESOnde histórias criam vida. Descubra agora