Antes de Tudo

76 6 6
                                    

Narradora P.O.V. ON

Antes de S/N nascer sua mãe, de primeira viajem e viúva recente, vai até um curso preparatório para a maternidade. Nesse dia ela está tímida, pois não conhece ninguém, senta-se num tapete de yoga que há no chão, com certa dificuldade, e aguarda a aula iniciar. Após um tempo, duas gravidas rindo vêm em sua direção, a mais alta de cabelos longos olha-lhe e diz:

-Podemos nos sentar aqui? -Diz ela referindo-se aos dois tapetes de yoga à esquerda de S/M.

-Hm claro podem sim... -Ambas sorriem e ela corresponde-as.

-Então está com quantos meses? – Diz a outra com uma supercara de empolgação, sua barriga está bem maior que a da S/M, o que a leva a pensar que está prestes a ganhar.

  -6 meses e vocês? -Fala ela baixo pois ainda esta tímida.

- Eu estou com 8 e ¾ e ela 7 e ½. É um menino ou uma menina? Já fez o enxoval? Já tem nome? – Diz a moça de cabelos curtos, que tem um ar moderno e atlético mesmo gravida.

-Acalme-se Yura assim você a assusta. – A moça de cabelo comprido fala com graça, é uma verdadeira dama, quase uma princesa. Isso dá para notar só por sua maneira elegante de se portar, de falar e de se vestir. Era tão educada que chega a ser intimidador.

-Okay okay, mas eai? – A mais baixa a olha ansiosa como se estivesse prestes a receber a notícia do ano.

-Bom é uma menina, Kim S/N e o enxoval está completo sim- Fala calma com doçura para ambas que a olhavam atentas.

-Awn até que enfim uma menina conosco não, Eunbi? -A castanha afirma serenamente com a cabeça.

-Oh vocês terão meninos? – Pergunta S/M mesmo já sabendo a reposta, porém espera saber os nomes dos bebês.

-Sim, meu Kim Taehyng e o Seokjin dela. – Yura, a de cabelo curto, diz de forma agitada e empolgada.

A partir daí uma amizade teve início, e essa fraternização afetaria seus filhos, unindo-os. Portanto após a aula trocaram seus números e marcaram de se encontrar. S/M pegou seu carro e voltou para a nova casa. Sim, nova, pois ao perceber que teria uma criança a bordo ela preferiu se mudar para um bairro mais tranquilo em uma casa mais segura.

Contudo poucos dias após terminar sua mudança, no meio da tarde, a campainha toca. S/M estava em repouso trabalhando pelo computador, era empresária, portanto não poderia parar, mesmo gravida.

Ao abrir a porta vê uma senhora, uns 30 anos apenas, bem alva e com uma barriga enorme, ela estava ofegante e com um liquido escorrendo entre as pernas. Rapidamente a mãe de S/N correu para socorre-la. A moça disse que seu marido havia saído, que iria demorar a voltar e que sua gravidez era de risco.

Sem pensar duas vezes levou-a em seu carro para o hospital, no caminho ela correu como um piloto de corrida enquanto tentava acalmar a moça desesperada, ao chegar ela a acompanhou de pertinho, auxiliando, acalmando e fazendo o possível e o impossível pela grávida que mal conhecia na época, até gritar com o médico em busca de anestesia a jovem mãe de S/N gritou.

Porém no fim tudo acabou bem e a jovem mãe de um menino alvo como a neve sorriu com os olhos marejados em gratidão e disse:

-Obrigada por dar ao meu Min Yoongi uma chance de viver de forma boa e saudável, nem sei o que faria caso demorasse muito a vir ao hospital. A propósito sou Choi prazer, acho que somos vizinhas. - Disse docemente a moça de curtos e soados cabelos, que possuía uma voz cansada, mas mantinha o sorriso no rosto e este por sua vez aumentava ao olhar o neném recém-nascido mamar em seu peito.

-Ah que isso imagina o prazer foi todo meu, eu sou S/M. Fico feliz só em imaginar que consegui ajudar outra grávida, fiz apenas o que desejo que façam comigo caso eu precise. - A jovem S/M estava sem graça diante toda a gratidão da outra mulher mais ainda sim radiante por presenciar o milagre da vida.

-Espero que nossos filhos possam ser muito amigos um dia. - Disse enquanto acariciava sua barriga que já estava bem grande.

-É um menino também? – Falou Choi desviando o olhar do recém-nascido para a barriga de S/M.

-Oh não é uma menina. Vai se chamar Kim S/N, né meu amor? - Respondeu a nova amiga e falou com a barriga recebendo um chute da neném ao ouvir a voz da mãe. - Ponha a mão aqui, ela é agitada quando eu converso com ela. -Afirmou logo direcionando a mão de Choi para o ponto onde ela chutava.

-Uau ela é forte, Yoongi passava a maior parte do tempo dormindo, né filho? - Disse ela para o bebê que incrivelmente já estava em sono profundo. - Há há não disse?

Após mais um pouco de conversa S/M ficou com Yoongi no colo até o pai chegar pois a mãe estava descansando um pouco. O bebê dormia serenamente, porém S/M passou a noite em claro analisando o bebê, admirando-o e ajudando Choi nas horas de mamar, já que o pai de Yoongi estava em um avião quando Choi entrou em trabalho de parto e só conseguirá voltar ao fim do dia pois a distância era longa. S/M chegou a perguntar o porquê dessa viagem repentina, Choi lhe disse apenas que o parto estava marcado para a próxima semana e ele estaria presente caso Yoongi não tivesse nascido antes.

Apesar de um pouco reservada Choi era bem atenciosa e gentil, porém tinha uma personalidade mais introvertida, o quê fez S/M se perguntar como seria a personalidade do marido dela. Mas logo se desviou desses devaneios pois não tinha nada a ver com aquele assunto.

Durante a manhã S/M foi para casa descansar e voltou logo após o almoço, já que Choi também não tinha família para contar. No fim da tarde S/M foi buscar um café, quando voltou parou a soleira da porta e observou o homem, provavelmente marido de Choi, ambos derramavam lágrimas de felicidade.

A jovem viúva saiu de lá correndo, como podia, não estava suportando ficar ali, seu coração doía e, acima de tudo, ela se questionava do porquê. Porque seu marido tão jovem, bom, gentil não terá a chance de ver sua princesa crescer. Apesar de não precisar dele financeiramente, seu lado mental estava em decadência. Mas ao menos ele morreu como um herói da pátria, ele era um bombeiro, salvou o governador. Em uma noite, S/M com suas primeiras 3 semanas, foi acordada subitamente por seu marido saindo para uma emergência no trabalho, como de costume rezou para que chegasse bem em casa, mas dessa vez suas preces não foram atendidas, nem sobrou corpo para o enterro.

S/M sabe que seu marido gostaria que ela não chorasse por ele por muito tempo, a filosofia deles como casal era “Energias negativas devem ser sentidas, mas não absorvidas”, logo a mesma prestou seus lutos e continuou, pois, logo teria uma bebê para amar e precisava ser forte. 

Apenas um Clichê Onde histórias criam vida. Descubra agora