Me after him- Prólogo

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No dia em que me despedi dele, eu achei, eu realmente achei que seria o fim. O ponto final, sabes. Afinal, Tate era um homicida, um psicopata, um violador e ele, era o amor da minha vida. Digo isto no final, porque, nem mesmo essa triste realidade, nem mesmo entender todo o mal que ele fez, bom, quero dizer, ele efectivamente é o mal desta casa, mas, nem isso, nem isso fez com que a dor diminuísse. Três anos, levo três anos a tentar encerrar algo que não tem fim. Afinal, o que é a vida depois da morte? Pois não sei, a verdade é que estou presa no mesmo limbo que ele, na mesma casa que ele, eu não o vejo, mas não preciso de o ver para o sentir, eu sei que sempre que passo ele fica num canto esperando. Nós, nós temos a habilidade de comunicar com o pensamento, de não ser vistos, de mover objectos, mas se existe algo que não podemos controlar, é a energia. E Tate é o centro da energia, sabes como quando vais num avião e algo quebra o habitáculo? Pois bem, ele é assim, se se aproximar o suficiente, arrasta-te para a morte. Não me interpretem mal, com isto não quero dizer que foi ele o causador da minha morte, porque não foi. Eu sabia que mais dia menos dia isso ia acabar por acontec...

- Bom, já vos disse que a casa foi construída em 1922 por um médico famoso, ele tratava exclusivamente celebridades da época, estes candeeiros ainda são os originais, veja só esses vitrais dizem, que o azul cobalto combinavam exactamente com os olhos de Nora Montgomery, a sua esposa, bom na verdade a mansão foi feita para ela, já viram que romântico? - O casal riu apaixonado, pousei o diário murmurando o discurso já desgastado de sempre, por vezes nem pergunto até quando isto vai durar? A verdade é que na vida pós morte, essa é a minha única preocupação. - Vamos. Vamos, ver a cozinha. Honestamente, é o maior trunfo desta casa.

Oh, Marcy, então e os fantasmas? Três anos, levamos a expulsar potenciais compradores. E ainda assim... O trunfo principal é a maldita cozinha. - Marcy, desculpe. Mas, tenho de perguntar. Qual é o problema?  Quero dizer, sei que o negócio imobiliário está em quebra, mas isto é provavelmente o sonho americano. Como pode ser tão barata?

Essa era sempre a questão. Marcy sorriu, suspirou e então respondeu. - Bom...  Há três anos os antigos moradores morreram aqui.

Na verdade, já deveria estar a contar com isto. Mas não tinha forma de me habituar, sempre que se falava em nós. Na família Harmon, eu sentia o meu coração gélido apertar, e a tristeza de lembrar a minha morte a morte da minha família, era sempre como morrer de novo.

- Ficamos com ela - O homem falou com certeza, Marca sorriu animada e apertou a sua mão com firmeza.

- É uma ótima decisão Sr.Styles, vão ser muito felizes aqui. Estou certa disso.

Marcy estava tão certa quanto eu sabia que dentro de poucos dias, o espectáculo de horrores ia começar.

Me after himOnde histórias criam vida. Descubra agora