[PAUSADO] Melodia PERFEITA - Série PERFEIÇÃO Livro I

CAPÍTULO 4 | "Porque eu fico em pedaços quando estou solitário.

E eu não me sinto bem quando você vai embora."

Broken - Seether feat. Amy Lee

Jon Crover

Tudo nessa vida se resume em momentos que vivemos, e momentos que queremos viver. No entanto, precisamos dos momentos que vivemos, para escolher os que queremos viver. E isso é curioso, porque, mesmo que sejam caminhos totalmente diferentes, eles são indispensáveis um para o outro, como amor e ódio, bem e mal, alegria e tristeza.

A morte do Vince foi algo impremeditado. Ele não escolheu morrer, e nós não escolhemos sofrer sua perda, mas, de alguma forma, isso foi necessário. Nós choramos, lamentamos e no final das contas, tivemos que começar a superar na marra, e eu acho que isso é amadurecer. Crescer, física e mentalmente. Foi preciso suportar uma grande tristeza, para desfrutar de uma pequena, mas importante, felicidade.

A turnê na Europa foi um misto de emoções e sentimentos. Jamais imaginei que poderia viver algo tão surreal. Lá no fundo, mesmo ouvindo nossas músicas serem cantadas pelos nossos fãs, e sentindo aquela vibração positiva e acolhedora, eu sabia que faltava algo. E por uma pequena fração de segundo, eu desabei calado, enquanto Kurt tocava sozinho para àquela multidão. Não era culpa de ninguém, e não existia culpa.

Esses três meses foram essenciais para nós quatro. Ficamos longe de casa, das lembranças consistentes, e nos concentramos em dar o nosso melhor. Ensaios nos nossos intervalos, saídas em grupo para curtir, experiências engraçadas e momentos caóticos em que nossas diferenças – que há algum tempo atrás não estavam tão evidenciadas – foram colocadas cara a cara. Mas tudo isso foi suficiente para criarmos um laço novo, e mais forte. Dale e Kurt começaram a se entender – de uma forma devagar e natural – o que impulsionou ainda mais o nosso sucesso.

Agora estávamos de volta a Whitehall, para desfrutar das nossas tão aguardadas férias. Nada de shows, ou qualquer tipo de interação com a mídia durante dois meses. E o que isso significava? Um pouco de vida comum para um ser humano que não era comum.

A piscina estada repleta de mulheres. Um grande barril foi colocado na grama, com cervejas e uma variedade de bebidas geladas. Numa área mais distante da piscina, Kulick – um DJ bem conhecido em San Diego – tocava Your Love do The Outfield. Com certeza, toda aquela orgia havia sido organizada por Dale. Ele tinha muita intimidade com quase todos os poderosos da região, principalmente os donos dos cabarés e boates da cidade. Enquanto ele se esbaldava, Kurt tinha ido tomar um banho. Já Steven e Deena foram para a nossa casa em La Jolla Cove.

Eu estava bem desanimado, no entanto, isso mudou quando uma loira muito peituda me cercou e me ofereceu uma bebida forte. Ela era muito atraente e sexy, o que me fez ficar do seu lado na maioria do tempo, mesmo que isso significasse ouvir seu papo desinteressante, esperando, pacientemente, o momento certo de levá-la para o meu quarto e meter muito, sem parar. E seria apenas isso. Sexo, mais sexo, mais sexo, e depois, bye bye, baby!. Essa era a parte boa de ser um astro do rock, bonito e cheio de dinheiro. Ter todas as mulheres aos seus pés quando quiser. Não precisava pedir, elas vinham de bom grado.

Deixei ela na piscina, me aguardando fogosa, e fui para a mansão procurar Freddie. Eu precisava urgentemente de alguma coisa doce, se não começaria a ficar bêbado, e ficar assim na hora do sexo estava fora de cogitação.

Não o encontrei na cozinha, mas consegui ouvir sua voz ao longe. Ele parecia estar conversando com alguém. Continuei seguindo, ficando cada vez mais próximo. Chegando na sala, o vi conversando com uma garota.

Ela era minúscula, com uma voz suave, e ao mesmo tempo, dominante. Ela sorria para Freddie e observava a sala com admiração até seus olhos verdes fixarem em mim. Como eram expressivos! Pude ver a surpresa e a vergonha neles, como letreiros neons piscando. Sorri ao perceber que aquelas reações eram por minha causa.