Praça e Lembranças

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EM ALGUM DIA DE 2015
La estava eu amargurado com apenas 13 anos, num balanço de uma praça chorando por que leram meu caderno.
Não era apenas um caderno qualquer, era um caderno de sonhos, desejos e memórias e minhas primeiras experiência com alguem do mesmo sexo que eu.
E não foi qualquer pessoa que tinha lido foi a minha mãe e irmão (e quem achou foi ele e ele que mostrou pra minha mãe *fdp*).
Fui para o mais longe que eu podia de casa e fui para o que eu chamava de Praça de Papel, eu estava deprimido e la era um ótimo lugar para ficar, chorei muito olhando a cidade e balançando em um balanço feito de pedaço de pano com cinto de segurança preso no galho enorme acima da minha cabeça.
Crianças brincavam atrás de mim, na rua da frente da praça e eu apenas estava mergulhado em pensamentos tristes e loucos de fugir de casa.
Foi quando um dos meninos me chamou pra brincar de esconde- esconde, e perguntaram meu nome respondi, mas não o nome certo, falei que me chamava Quentin( nome do personagem que eu mais gostava na época), a noite estava quente e estrelada com uma lua bonita e fomos brincar e todas aquelas revelações do caderno pareciam besteira de novo, pareciam besteiras sérias de apenas um garoto brincando de se descobrir, vivendo muito preocupado com sua sexualidade( e também o começo da adolescência), senti saudade de 2011 e 2012 ficar preocupado apenas em chegar antes que minha mãe do trabalho, correr a noite toda pelos bairros sempre dando bicudas e voadoras nos portões dos "velhos chatos" que ameaçava-nos com armas velhas que provavelmente nem funcionavam. Eu comecei saindo para "brincar" com garotos mais velhos que eu com 11 anos e meus " amigos" de 14 e 15 Anos.
Tacavamos mijo nos transsexuais(garotas de programa) na avenida e corria para elas não pegarem a gente e cortassem a gente com aquelas merdas de canivetes mas hoje tenho consciência que elas não mereciam aquela merda que faziamos. **sniff* (sinto muito).*
Enquanto na rua era apenas divertimento em casa eu quase nunca via minha mãe que trabalhava o dia todo ela sempre tentou dar o que podia para mim e para meu irmão 3 anos mais velho que eu, ela era muito brava mais era melhor que antes.
Minha irmã fugiu de casa com 12 anos e voltou com 14 pela primeira vez. Minha mãe estava deprimida nessa época ela só falava que ia mandar eu e meu irmão para a FC (fundação casa).
Eu ainda gostava um pouco da minha irmã naquela época, ela voltou falando que estava grávida mas na verdade não estava e então ela sumiu de novo( ela ficou menos de 1 mês em casa ) e deixou minha mãe deprimida novamente.
Não tive o tanto de afeto suficiente que eu queria vindo da minha familia, apenas um pouco de afeto da minha irmã antes dela sumir a gente se dava bem mas depois fiquei contra ela. Tive muito afeto de professor na minha escola talvez até mais que com a familia. E nenhum deles sabia da minha vida fora da escola mas me tratavam de forma em que me sentia único.


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