"O Diabo é quem tem as perspectivas mais largas sobre Deus, por isso se distancia tanto dele; o Diabo é o amigo mais antigo do Conhecimento."
- Friedrich Wilhelm Nietzsche, in Além do Bem e do Mal - Aforismo 129.
As pessoas contavam histórias sujas usando seu belo nome. Nem sempre isso lhe incomodava, mas o deixa abalado em ver em que estágio humano nos encontrávamos. Lucifer viu, que a humanidade nada mais é que uma grande comeia, liderada por quem tem mais força, ou como os humanos conhecem melhor. Dinheiro.
Gostou da terra, viu que é um grande território banhado em luxúria.
A pouco tempo, Deus lhe castigou novamente lhe tirando quase tudo que lhe restava de poder em sua carcaça humana. Lucifer sabia que tinha poder o suficiente pra derrubar cidades, mas um aviso lhe foi mandado direto dos anjos. Se ele usasse o resto de seus poderes, quando os mesmos se esgotassem sua carcaça humana iria derreter como açúcar misturado a água. Desde então, Lucifer viveu sozinho.
- Vá embora. - Disse ignorando a presença das asas divinas atrás de si quando passou pela mesma. Ele nem sequer se deu trabalho de olhar que anjo era, so queria saber de tais criaturas se fosse longe se sua nova carcaça. A presença de anjos em desenhos ou jornais infantis, bastava para o loiro.
- Como vai meu irmão? - Indagou a voz suave que lhe fez percorrer um grande calafrio na espinha humana. Lucifer nunca esqueceria essa voz que lhe tocou tão profundamente, era Angelique.
- Não me importo que dessa vez seja você Angelique, vá embora. - Ignorou novamente sentindo um grande peso em seus ombros. Lucifer nunca gostou de ignorar ou destratar sua irmã predileta, assim como sempre achou um tanto presunçoso um anjo se chamar Angelique.
- Meu irmão, me ouça por favor. - Suplicou andando pela grande sala de estar. Se não fosse sua grande habilidade de guardar suas lindas asas já teria quebrado mais vasos que já vira em toda a sua existência.
- Angelique, eu não preciso.. - Lucifer se servia no bar tentando falar o mais breve possível mas sabia que com sua irmã seria difícil dobra-lá.
- Você sabe que vosso pai lhe tirou seus poderes não sabe? - indagou o cortando, encarando a sala.
- Prossiga. - Assentiu mentalmente.
Lucifer mesmo sendo um anjo renegado, continuava sendo um anjo sua ligação com seus irmãos ainda estava totalmente sob controle de ambos. Embora odiasse tocar nesse assunto, Lucifer tinha poucos pontos fracos e um deles era seu ego. Além disso, não era nada fácil carregar em seus ombros e em seu peito o sentimento de ser traído, renegado e rejeitado por seu pai. Logicamente nem todos viam os fatos dessa maneira, mas para Lucifer a única percepção que lhe interessava era a sua.
- Sabe também que vosso pai convocou um número x, para lhe buscar. - Deu de ombros vendo o loiro assentir novamente. Ele já estava cansado de ouvir as mesmas coisas. Então ali, sentado com seu copo que entornava alguma bebida forte ele ouvia mesmo contra vontade.
- Vim lhe dar adeus. - Disse o olhando nos olhos pela primeira vez. Lucifer a encarou curioso, sua irmã que lhe acompanhava mesmo de longe lhe daria adeus após tantos anos, séculos e milênios, que seja, como qualquer um quiseseste por.
- Não seja boba, não vou cair nesse teatro. - Se levantou se sentindo ameaçado. Mesmo sendo sua irmã, havia envadido seu território. Estava a pouco de lhe cortar a cabeça, ainda mais se lhe irritasse com esse papo de pai pra cá e pra lá.
- Ele me mandou vir atrás de ti, se eu fosse lhe obedecer deveria acabar com sua carcaça humana, lhe tomar sua força sua alma e lhe jogar nas profundesas do inferno. - Deu de ombros. - Mas não vou fazer isso, por isso o adeus. Quero que lhe fique salvo na mente o quanto te amei meu irmão. - Andou pela sala encarando a mobilia e as decorações de parede.
- Deus vai lhe matar Angelique? - perguntou sério, por dentro torcia até os dedos dos pés implorando para receber um não. Mas a resposta veio como um acerto num jogo de baseball, direto no estomago.
- Sim, diante do meu fracasso a única coisa que me redime é meu sangue. - deu de ombros novamente. Ela estava sendo muito mais forte do que costumava ser. Ou Lucifer estava começando a ver sua irmã de uma imagem muito antiga na qual ela tocava lindas canções nos pianos divinos, ou ela realmente havia mudado drasticamente tendo sua imagem completamente mudada. Não sabia se havia sido so uma bola perdida do destino ou se era mais uma das grandes peças que seu próprio pai lhe pregava.
- Fique. Lhe protegerei deles, dos outros anjos. Ninguém ira machucar minha irmã. - rosnou vendo a loira negar suavemente. Angelique parecia uma linda boneca de porcelana, embora carregava em suas costas longos anos.
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Submundo
FanfictionLucifer nunca foi do tipo que se relacionava, mas ele não podia negar o quanto sentia a falta de sua irmã para que cantasse suas prediletas canções. Ones shots sobre o deus do submundo.