— Enfermeira ? Eu já posso subir para ve-lo ? — Perguntei a uma das mulheres que estava cuidando do Lian quando a vi passar por mim com uma prancheta na mão.
Eu havia telefonado, mas com a ligação eu não havia conseguido nada, então resolvi vir pessoalmente do jeito que eu estava.
— Porque a Senhora veio até aqui ? É melhor voltar amanhã. — Ela me respondeu com desdém, estava visivelmente de mau-humor.
— Como assim amanhã ? Acabo de saber que tentaram assassinar o meu irmão, vocês sequer fazem ideia de como a pessoa entrou no quarto dele e você ainda tem coragem de me perguntar o porquê de eu estar aqui ?! — Esbravejei quase sem respirar, eu estava histérica. — Melhor voltar amanhã ?! Você só pode estar brincando com a minha cara ! — Eu nem me reconheci agindo assim com a enfermeira.
Ela arregalou os olhos de tal forma, que quase fez com que eu pedisse desculpas e me retirasse as pressas. Mas eu estava uma fera.
— Senhora nós não temos culpa, estão fazendo buscas em todas as câmeras de segurança do hospital para entendermos o que aconteceu. — Ela me respondeu, não mas com desdém, parece que a deixei assustada.
— Vocês não viram a pessoa quando entraram no quarto ? Não prestaram atenção ? Como pode ninguém...NINGUÉM, ter sequer reparado na roupa ? — Perguntei, tentando me controlar.
— A pessoa estava toda de preto e com um casaco bem grosso de capuz e usava uma bota, pode ter sido tanto um homem quanto uma mulher... Não havia como identificar. — Ela me respondeu, ela estava impaciente. — Bom.. preciso ir, se não pode esperar até amanhã, sente ali. — Ela falou enquanto apontava para as poltronas de espera. — Vou ver se a senhora vai poder subir. — E então ela se virou depressa, antes que eu pudesse dete-la outra vez.
Enquanto eu a via se afastar eu não conseguia parar de pensar em tudo o que estava acontecendo, eu parecia estar vivendo em uma montanha-russa, é exatamente assim que eu me sinto... A minha vida e os meus sonhos sobem lá pra cima, bem alto.. E de repente despenca com tudo, e sem direito a trava de segurança. Só o que está faltando, é o carrinho sair dos trilhos comigo dentro... E então vai estar tudo acabado.
"Como pode tanta coisa ter acontecido de uma só vez ? será que tudo isso está acontecendo para me fazer pagar pelo meu pecado de ter me apaixonado por um homem casado ? Pelo Marido da minha Melhor Amiga ? O que mais eu vou ter que passar para ser absolvida ? Eu já não aguento mais.. Não aguento !"
E enquanto eu pensava em tudo isso, senti as lágrimas brotarem dos meus olhos e caírem pelo meu rosto... Eu estava exausta, estava desolada.
E então o meu celular começa a tocar.
— Alô ? — Atendi apressada.
— Jenny ? Como você está ? Conseguiu ver o seu irmão ? — Ela me perguntou. Era a Layla.
— Ainda não me deixaram subir, estou aguardando.. Obrigada por perguntar Layla. — Respondi, tentando não deixar transparecer em minha voz o meu desespero e desolação. — Como estão as crianças ? Eu nem pude ve-los, sou uma péssima Mãe ! — Acabei desabafando.
— Calma Jenny, você só está passando por uma fase ruim, logo tudo isso vai passar. — Ela me respondeu, tentando me consolar — Eles estão bem, acabei de fazer um lanche pra Julinha, os meninos estão dormindo. — Completou.
— Tudo bem, obrigada. Eu não sei o que eu faria se não fosse você. — Respondi, enquanto massageava as temporadas e chacolhava as pernas na cadeira.
— Não é nada, só estou fazendo o meu trabalho. — Ela respondeu de imediato, parecendo sem graça. — Jenny... Você está chorando ? — Acabou por me perguntar, após uma pequena pausa como que para decidir se perguntava ou não.
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O Marido da minha Melhor Amiga
RomanceJenny é uma mulher de personalidade forte, preocupada, decidida e fiel as amizades.. Mas algo aconteceria para mudar completamente a sua vida e por em duvida o seu caráter e fidelidade.. colocando em jogo a amizade entre ela e Mille. Jenny nunca pod...