Capítulo 11

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  Ao Pietro sair do quarto, me levanto da cama, só que Carla me abraça. 

- Não precisa ficar com vergonha, querida. — se afasta, sorrindo. — Vejo que você e o Pietro ficaram bastante amigos. — deu ênfase na palavra amigos.

— Hã... Sim. — sorri. — Ele é legal. — comentei.

— Sim, Pietro é legal e pode te fazer muito feliz, e pelo que vejo gosta muito de você! — e ela continuava a sorrir. Senti meu rosto queimar. — Vi que você, não se aproximou muito da Flavia. As vezes ela não é fácil, eu como mãe confesso. Mas, ela é boa e pode ser uma ótima amiga, pode te ajudar muito com o Pietro. — claro que sim!

— Uhum... — murmuro.

— Bem, vou conversar com sua mãe até o jantar, norinha. — brincou e saio do quarto. 

  E eu fico lá, tentando entender o que ela queria dizer com: "Ela pode te ajudar muito com o Pietro." A Flavia me ajudar? Com o Pietro? Essa eu realmente é uma boa piada. Coitada de mim. Saio do quarto, indo em direção as escadas. Sento no sofá, ao lado minha irmã, que está assistindo desenhos. 

   ***

  Eu estava descendo as escadas, e quando passei pela sala, Carla estava chorando no colo de minha mãe. Pietro estava escorado no balcão da cozinha, com a cabeça abaixada. Caminhei até a cozinha, ficando próxima a ele.

—Pietro? — chamei. — Pietro... — chamei mais uma vez.

 —Oi. — quase que não ouço.

— O que houve com você, amor? — ele me olha.

—Você me chamou de amor... — sorriu, ficando em minha frente.

— É... É... Maneira de falar, ué. — juro que foi involuntário, tanto é que eu nem percebi. 

— Vem comigo... — segura em meu pulso e começa ir em direção as escadas.

  Ele se senta na cama de seu quarto, assim que adentrou no quarto. Sento-me ao seu lado e ficando em silêncios por alguns segundos, olhando para a porta.

— Meu pai e minha mãe são separados desde que eu e Flavia tínhamos 10 anos. Foi muito complicado para nós dois, porque nunca pensamos que nossos pais iriam se divorciar. Difícil, mesmo foi para a Flavia, por ser mais apegada a ele. Eu também sofri, não tanto quanto ela. —  começou. — A Flavia quando soube que nosso pai, não queria nossa guarda, ficou bem abalada. Então, nossa mãe ficou com nossa guarda, meu pai vinha nos visitar apenas uma vez por mês. — deitou sua cabeça em minhas pernas. — Meses se passaram, ele começou a vim a cada três meses, em seis em seis meses... E por fim, uma vez por ano. — lágrimas brotaram em seus olhos. — No começo fiquei arrasado, mas com o tempo, me acostumei. Mas minha irmã, mesmo não demonstrando, ainda sente muito com isso.  — comecei a fazer cafuné nele, observando seu rosto. — Hoje minha mãe pediu para ele vim aqui, para eles conversarem sobre a gravidez de Flávia, só que como ele é muito ocupado com sua nova família... — dava para perceber seu tom irônico. — Insistiu para ela falar por telefone. Minha mãe disse o que tinha o que dizer. Ele explodiu falando que a culpa era dela, porque não soube criar a filha!  

  Fiquei em silêncio após ouvir aquela história toda, e realmente custava acreditar que um pai abandona os filhos desses jeito e depois fala uma coisa dessa? Céus!  

—Eu sei que deve ser difícil. Desculpa pelo o que vou dizer, mas se eu fosse você nem o chamava mais de pai. O que ele fez não foi bom, e o que ele disse muito menos. Sei que, de uma maneira ou de outra, ele continua sendo seu pai... Apenas de sangue mesmo. — sou péssima em dar conselhos. — Eu realmente não sei. Desculpe. As coisas com o tempo se ajeitam...

 — O tempo não resolve nada.  — me cortou.

 — Pietro... — tento mais uma vez e ele novamente interrompe.

— Me abraça? — pediu, sentando-se.

— Não nem precisa pedir. — nos abraçamos. E ele me aperta.

— Gosto de você... — beija meu pescoço. 

— Também gosto de você. — nos afastamos e eu sorrio. 

 Pietro aproximou ainda mais nossos rostos, e pressionando seus lábios contra os meus, beijou-me com desejo. De uma forma, ele me levou a sentar em seu colo. Ele apertou minha bunda, separando nossos lábios, mordeu meu lábio inferior, e começou a distribuir beijos pelo meu pescoço. Pietro volta sua atenção a minha boca, roçando meus lábios nos seus, beijou-me mais uma vez. Ele apertava minha bunda, e ao mesmo tempo, de alguma forma, pressionava contra seu corpo.

Alguém limpa a garganta. No mesmo instante paro o beijo, levantando-me de seu colo. Carla. Que vergonha. Sinto meu rosto queimar em uma fração de segundos. Inferno.

— Desculpa atrapalhar... mas o jantar irá ser servido. — o rosto dela está um tanto vermelho. — Pietro, antes preciso falar com você. — olhou-me.

— Acho que... que... já vou indo. É... — gaguejei,  um tanto nervosa, confesso.

Saio sair respirei fundo, passando a mão pelo rosto. Fico por lá, por alguns segundo, depois segui para a sala onde minha mãe estava penteando o cabelo de Vitória.

— Estava onde? — perguntou ao perceber que eu estava ali.

— Com o Pietro. — sentei-me no sofá.

— Fazendo o quê? — parou de pentear o cabelo de Vitória.

"Ah mãe, estava trabalhando com a boca, se é que a senhora me entende."

— Ah mãe, estávamos conversando... — sorri de canto.

— Hm... — murmurou.

— Vamos brincar, Letícia? — minha irmã parou em minha frente.

— Hã... Não. — pisquei.

— Oh, mãe... — choraminga.

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