Ao Pietro sair do quarto, me levanto da cama, só que Carla me abraça.
- Não precisa ficar com vergonha, querida. — se afasta, sorrindo. — Vejo que você e o Pietro ficaram bastante amigos. — deu ênfase na palavra amigos.
— Hã... Sim. — sorri. — Ele é legal. — comentei.
— Sim, Pietro é legal e pode te fazer muito feliz, e pelo que vejo gosta muito de você! — e ela continuava a sorrir. Senti meu rosto queimar. — Vi que você, não se aproximou muito da Flavia. As vezes ela não é fácil, eu como mãe confesso. Mas, ela é boa e pode ser uma ótima amiga, pode te ajudar muito com o Pietro. — claro que sim!
— Uhum... — murmuro.
— Bem, vou conversar com sua mãe até o jantar, norinha. — brincou e saio do quarto.
E eu fico lá, tentando entender o que ela queria dizer com: "Ela pode te ajudar muito com o Pietro." A Flavia me ajudar? Com o Pietro? Essa eu realmente é uma boa piada. Coitada de mim. Saio do quarto, indo em direção as escadas. Sento no sofá, ao lado minha irmã, que está assistindo desenhos.
***
Eu estava descendo as escadas, e quando passei pela sala, Carla estava chorando no colo de minha mãe. Pietro estava escorado no balcão da cozinha, com a cabeça abaixada. Caminhei até a cozinha, ficando próxima a ele.
—Pietro? — chamei. — Pietro... — chamei mais uma vez.
—Oi. — quase que não ouço.
— O que houve com você, amor? — ele me olha.
—Você me chamou de amor... — sorriu, ficando em minha frente.
— É... É... Maneira de falar, ué. — juro que foi involuntário, tanto é que eu nem percebi.
— Vem comigo... — segura em meu pulso e começa ir em direção as escadas.
Ele se senta na cama de seu quarto, assim que adentrou no quarto. Sento-me ao seu lado e ficando em silêncios por alguns segundos, olhando para a porta.
— Meu pai e minha mãe são separados desde que eu e Flavia tínhamos 10 anos. Foi muito complicado para nós dois, porque nunca pensamos que nossos pais iriam se divorciar. Difícil, mesmo foi para a Flavia, por ser mais apegada a ele. Eu também sofri, não tanto quanto ela. — começou. — A Flavia quando soube que nosso pai, não queria nossa guarda, ficou bem abalada. Então, nossa mãe ficou com nossa guarda, meu pai vinha nos visitar apenas uma vez por mês. — deitou sua cabeça em minhas pernas. — Meses se passaram, ele começou a vim a cada três meses, em seis em seis meses... E por fim, uma vez por ano. — lágrimas brotaram em seus olhos. — No começo fiquei arrasado, mas com o tempo, me acostumei. Mas minha irmã, mesmo não demonstrando, ainda sente muito com isso. — comecei a fazer cafuné nele, observando seu rosto. — Hoje minha mãe pediu para ele vim aqui, para eles conversarem sobre a gravidez de Flávia, só que como ele é muito ocupado com sua nova família... — dava para perceber seu tom irônico. — Insistiu para ela falar por telefone. Minha mãe disse o que tinha o que dizer. Ele explodiu falando que a culpa era dela, porque não soube criar a filha!
Fiquei em silêncio após ouvir aquela história toda, e realmente custava acreditar que um pai abandona os filhos desses jeito e depois fala uma coisa dessa? Céus!
—Eu sei que deve ser difícil. Desculpa pelo o que vou dizer, mas se eu fosse você nem o chamava mais de pai. O que ele fez não foi bom, e o que ele disse muito menos. Sei que, de uma maneira ou de outra, ele continua sendo seu pai... Apenas de sangue mesmo. — sou péssima em dar conselhos. — Eu realmente não sei. Desculpe. As coisas com o tempo se ajeitam...
— O tempo não resolve nada. — me cortou.
— Pietro... — tento mais uma vez e ele novamente interrompe.
— Me abraça? — pediu, sentando-se.
— Não nem precisa pedir. — nos abraçamos. E ele me aperta.
— Gosto de você... — beija meu pescoço.
— Também gosto de você. — nos afastamos e eu sorrio.
Pietro aproximou ainda mais nossos rostos, e pressionando seus lábios contra os meus, beijou-me com desejo. De uma forma, ele me levou a sentar em seu colo. Ele apertou minha bunda, separando nossos lábios, mordeu meu lábio inferior, e começou a distribuir beijos pelo meu pescoço. Pietro volta sua atenção a minha boca, roçando meus lábios nos seus, beijou-me mais uma vez. Ele apertava minha bunda, e ao mesmo tempo, de alguma forma, pressionava contra seu corpo.
Alguém limpa a garganta. No mesmo instante paro o beijo, levantando-me de seu colo. Carla. Que vergonha. Sinto meu rosto queimar em uma fração de segundos. Inferno.
— Desculpa atrapalhar... mas o jantar irá ser servido. — o rosto dela está um tanto vermelho. — Pietro, antes preciso falar com você. — olhou-me.
— Acho que... que... já vou indo. É... — gaguejei, um tanto nervosa, confesso.
Saio sair respirei fundo, passando a mão pelo rosto. Fico por lá, por alguns segundo, depois segui para a sala onde minha mãe estava penteando o cabelo de Vitória.
— Estava onde? — perguntou ao perceber que eu estava ali.
— Com o Pietro. — sentei-me no sofá.
— Fazendo o quê? — parou de pentear o cabelo de Vitória.
"Ah mãe, estava trabalhando com a boca, se é que a senhora me entende."
— Ah mãe, estávamos conversando... — sorri de canto.
— Hm... — murmurou.
— Vamos brincar, Letícia? — minha irmã parou em minha frente.
— Hã... Não. — pisquei.
— Oh, mãe... — choraminga.
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Era Apenas Uma Viagem
Teen FictionO sentimento de amar outra pessoa é belo, ainda mais quando se ocorre pela primeira vez. Não é que os demais amores não sejam belos, é que a primeira vez amando é um mar de descobertas. Na adolescência ocorre bastante isso, mas na maioria das vezes...