Meu primo alemão

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Já era fim da tarde, o sol estava se pondo e o céu já escurecia. Aos poucos as luzes da cidade foram se acendendo, dando início a vida noturna que havia ali.

O carro preto estaciona em frente a simples casa azul e deixa violeta ali mesmo, parada, olhando para sua casa, apreensiva em seus pensamentos, com um nervosismo interno por dentro.
Com receio ela caminha até a porta, pensando na desculpa que iria dar por demorar tanto para voltar. Um milhão de possíveis respostas invadem sua mente confusa em uma tentativa em vão de se livrar da culpa com a qual tem que conviver agora.

Ao se aproximar da porta Violeta se surpreende ao ouvir risadas, eram as risadas de sua mãe, uma pessoa que ela não ouve rir há muito tempo. Violeta sorri ao ouvir sua mãe rindo, nada para ela era mais importante que sua mãe, a única família que lhe restou.

- Ah meu Deus Erick, você é uma figura! – sua mãe comentou rindo.
- Espera! Erick, que é Erick?! – Violeta pensou surpresa.

Violeta entra na casa e vê sua mãe conversando com um garoto da mesma idade que a sua. De cabelos pretos, branco, alto, de olhos pretos e um corpo normal. Não havia nada de chamativo nele a não ser algumas tatuagens que tinha em seu braço direito.
Sua mãe e Erick dirigem seus olhares para a mesma parada na porta.

- Ah querida, que bom que já voltou, fico feliz em ver que está bem! – a recebeu com um belo sorriso – Veja que coincidência maravilhosa que ocorreu essa tarde, esse é seu primo de 2º Grau da Alemanha! – falou apresentando o jovem que levantou para cumprimentá-la.
- É um prazer conhecê-la – disse estendendo a mão para a mesma que retribui o gesto.
- Alemanha né? – Violeta pergunta um pouco suspeita.
- Ja, genauer gesagt aus Berlin – respondeu em sua língua.
- Claro, tinha que ser! – pensou – Erick, poderia vir comigo até a cozinha, estou morrendo de fome! – falou fazendo um sinal discreto pro jovem.
- Sem problema – consentiu.

Os dois fazem uma breve caminhada até a simples cozinha da casa. Uma cozinha americana tradicional, com uma simples bancada e todo o resto básico necessário para uma cozinha operar.

Violeta não perde tempo e prensa o jovem na parede o encarando profundamente nos olhos – Muito bem, quem é você? – perguntou com uma entonação raivosa.
- Sou seu primo Erick da Alemanha – respondeu como quem não quer nada.
Ela faz mais pressão no pescoço do garoto – Eu não vou perguntar outra vez! – tentou manter o controle no volume da voz.
- Tome cuidado, afinal, você não quer quebrar o pacote né? – disse sorrindo.
Violeta se afasta com os olhos arregalados e um pouco cética – Não! Você é o pacote? Um garoto? – perguntou duvidosa.
- Ora, e quem mais séria? – falou irônico.
- Achei que seria literalmente um pacote, ou alguma arma...
- Sou mais valioso do que você pensa – falou abrindo o armário e pegando um pacote de pães-Quer que eu seja sincero ou vamos jogar um jogo de detetive?
- Sinceridade por favor Erick – respondeu se apoiando na bancada.
- Muito bem, vamos começar por um fato, eu não sou alemão – respondeu enquanto pegava outros ingredientes.
Violeta arqueia a sobrancelha surpresa – Sério? É da onde?
- Eu não sei, não tenho nacionalidade, família ou sequer uma identidade real.
- E quem te deu esse nome? – perguntou curiosa.
- Minha médica pessoal, mas isso não importa, eu também sou um agente então não se preocupe com sua segurança ou de sua mãe.
- Isso me deixa um pouco tranquila, mas te peço um favor – falou captando a atenção dele que dirigiu seu olhar imediatamente para a garota – Não fale para minha mãe que fiz um acordo com a Agência, ok?
- Sem problemas, afinal já sabia que podia dar problemas, por isso estou fingindo ser seu primo – falou cortando os sanduiches.
- Você sabe que eu sou..... – falou receosa.
- Sim eu sei, não se preocupe.
- Obrigada – respondeu baixando o olhar.
- Você não gosta né? – perguntou lhe entregando o prato com alguns sanduiches.
- Gostar de que? – perguntou um pouco desorientada levantando seu olhar para o mesmo.
- Dos seus poderes.
- Não...
- Entendo!
- Como poderia? Você é normal, não tem que usar uma máscara para se esconder como eu – disse seriamente.

Renegados: O ExtermínioOnde histórias criam vida. Descubra agora