Que barulho é esse?
Me reviro na cama procurando sua origem e encontro, o desligando. O despertador do celular que não é meu, mas sim da pessoa que está dormindo calmamente ao meu lado.
Sinceramente.
Ele nunca acorda com isso, aposto que só deixa ligado para que eu possa o acordar. Me sento na cama me espreguiçando. Encaro o ser imóvel ao meu lado e não posso evitar sorrir com a imagem. Como pode ser tão lindo? Me abaixo enterrando meu nariz em seu pescoço enquanto abraço sua cintura.
- Heey, quando você vai desistir de colocar esse despertador?- Disse manhoso enquanto me aconchego em um abraço meio sem jeito,- Heeeeeeey, Izu, levanta, não pode se atrasar. Se você for demitido, quem vai me bancar? - Sinto seu rosto se mover em um leve sorriso.
- Você pode nos bancar enquanto eu passo o resto da vida dormindo, bem melhor, não?! - Ele vira abraçando meu pescoço.
- Não mesmo, esse é o meu papel!- Digo de forma brincalhona- Mas sério, eu teria mais duas horas de sono se não fosse por esse despertador maldito que nem sequer te acorda.
- É que eu gosto de tomar café com você!
- Péssima desculpa, você gosta que eu faça o café para você, pode ir me recompensando mais tarde!- Falo enquanto o encaro com um sorriso travesso.
- E já não o faço? - Ele diz com um olhar malicioso.
- Sexo não conta!
- Assim não dá! – Diz Izuku ainda com o rosto enterrado nos lençóis.
- A vida não é justa, greengel, só aceita – Puxo os lençóis dele, deixando-o apenas de cueca. Devo admitir que a combinação da cueca, rosto inchado e cabelo desgrenhado é uma imagem que amo ver pela manhã.
- E eu já disse que esse apelido é escroto demais! - Ele diz rindo enquanto se levanta indo em direção ao banheiro.
Me jogo na cama mais uma vez. Sério, por que caralhos ele gosta de me fazer passar por isso toda manhã? O pior de tudo é que eu gosto de toda essa confusão matinal. Rio me esticando mais uma vez.
Quanto tempo faz? Três? Quatro anos? Eu sempre fui péssimo com números mesmo. Só sei que não tem um dia que não me lembre de quando o conheci. O dia em que tudo começou. O dia em que finalmente me tornei o homem que queria ser. E para que essa mudança? Tudo pra conquistar esse esverdeado que me faz levantar duas horas antes do planejado.
- Eiji, eu não tô sentindo o cheiro do café, quer que eu me atrase? - Meu pequeno anjo verde grita do chuveiro. Mereço.
- Era pra você estar me servindo, não o oposto! Aliás, seria mais fácil contratar uma empregada ao invés de me roubar duas horas de sono! – Retruco.
- Mas aposto que não existe empregada nesse planeta que faça um café tão bom quanto seu! -Ele grita de volta
- Menos, bem menos, não vai me convencer assim... - Rio reunindo toda a coragem que possuía em meu corpo para poder levantar.
Izuku trabalha em uma editora, no setor de tradução. Ele pode parecer meio desastrado e infantil, mas é fluente em cinco idiomas e tem seu próprio time editorial para supervisionar. Surpreendente, não?
E eu? Bom, eu não sou nem um pouco tão incrível quanto ele. Eu trabalho em um food truck de comida japonesa. Bom, tá mais pra uma mistura bem aleatória com comida japonesa, mas o pessoal gosta, então acho que é isso que importa.
Faz em média um ano que estamos morando juntos. Obviamente por ganhar mais, Izu acaba pagando a maior parte das contas, isso me deixa meio mal já que queria conseguir dar um maior suporte financeiro, contudo, sempre ajudo o máximo que posso. Sem falar que sou sempre eu que cozinho. Se tem uma coisa que meu mozão odeia é cozinhar. Eu limpo também. E o acordo todo dia... Bom, eu sou basicamente um dono de casa, mas não me importo muito, nunca liguei em fazer as coisas mesmo.
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Would you be my boyfriend?
RomanceQuanto tempo um pedido de namoro pode levar para ser feito? Quanto os sentimentos não conseguem ser acoplados em palavras, pedidos se tornam ainda mais difíceis, mas nunca esquecidos.