Corria o mais rápido que conseguia, sabia que não podia parar. Sentia o vento frio a bater-me na cara fazendo com que ficasse cada vez mais difícil continuar. Já estava a escurecer naquela floresta, era bonito e foi com essa paisagem que parei. Sentei-me numa rocha com musgo, frente a várias árvores com orvalho a cair pelas folhas.Sentia o coração a bater aceleradamente, e com a mão no peito tentei me acalmar. Provavelmente não me continuava a perseguir, provavelmente já tinha desistido e voltado para sua casa, provavelmente tinha ido atrás de outra pessoa. Passado uns minutos e com a respiração ainda um pouco ofegante decidi levantar-me e caminhar por entre as árvores. Não queria nem podia voltar, não queria sentir aquilo de novo.
Com a camisa rasgada e com as calças de gaga sujas de terra tentei subir numa árvore para localizar a cidade. Coloquei ambas as mãos num ramo sustentando o meu corpo no ar. De seguida e com dificuldade pus a minha perna esquerda em cima do mesmo, continuando a subir até conseguir, finalmente ver as luzes da cidade. No entanto, assim que ia descer ouvi o barulho de passos a pisar as folhar secas que estavam no chão. Paralisei, não podia ser, isto não podia estar a acontecer! Mas assim que olhei para baixo não havia ninguém, nenhum humano ou animal. Desci com cautela sempre a olhar para os lados, podia não haver nada mas sentia uma presença. Assim que toquei com pés no chão vi uma luz, calma e reluzente vindo na mesma direção que o meu corpo. Não tinha medo, ela era calma e estranhamente fazia-me lembrar os meus tempos de criança. os tempos em que eu era feliz. Quando a luz tocou no meu rosto senti o meu corpo estremecer.
Parecia chamar-me.
Lá fui eu calmamente por entre as folhar e árvores da floresta. Até que parei enfrente a um pequeno lago todo rodeado por pinheiros verdes. Sentei-me à beira da água com a luz a fazer-me companhia. A tranquilidade era abundante naquele cantinho do mundo. Olhei o meu reflexo na água, sentia varias emoções enquanto memorias, boas e más, vinham-me à cabeça até que ... mergulhei.
A água estava morna como nos dias dia de verão, quando eu ia brincar na praia, comia gelados e ria com a minha família. Aos poucos meu corpo ia adormecendo e sim, eu sabia , era a hora.