P.O.V LETÍCIA
— Leticia? — minha irmã me chama.— Oi? — nós estávamos assistindo desenhos com a Vitória na sala.
— Vocês namoram? — arqueio uma
sobrancelha.— Vocês quem? — me faço de desentendida.
— Você e o Pietro, né. Dãã... — põe a mão na testa, fazendo careta. Pietro ri, abraçando-a.
— Não. — como a Vitória é curiosa!
— E por que vocês se beijam? A mamãe disse que só namorados se beijam. — fez bico.
O Pietro cochicha algo em seu ouvido, um cochicho alto que eu ouço: "Porque ela não quer ser minha namorada". Que petulante!
— Porque você não quer namorar com ele? Ele é tão bonito e legal. — sorrio, movimentando as sobrancelhas.
— Vitória, eu sei você ainda não tem vida própria... mas não precisa cuidar da minha, enquanto isso não. — revirei os olhos.
— Pois é, Mc Brinquedo. Eu sou tão bonito e legal. — beija a bochecha da Vitória. — Obrigado, Tori. Viu Leticia, siga o exemplo da sua irmã, me amando. — ela olha pra ele.
— Eu não disse que te amava! — cruzou os braços, após levantar-se.
— Nossa ofendeu! — colocou mão em seu peito, fazendo-se de vítima obviamente.
— Calma, eu estava brincando! — abraçou-o dando vários beijos em seu rosto, e ele começa a fazendo coscas nela.
— Parem vocês dois. — murmuro, revirando os olhos novamente.
— Olha quem está com ciúmes! — Pietro ao parar.
— Cosquinha nela! — grita a minha irmã.
— Nã... — não dá nem tempo de terminar. — Por... Fa-Favor... Pa...rem... — tentava falar ofegante. — Quase que eu morro! — murmuro após algum tempo.
— Nossa que drama, Mc Brinquedo. — apertou a ponta de meu nariz.
P.O.V PIETRO
Flavia entra, seguida pela minha mãe. Minha irmã sobe correndo as escadas, e Dona Carla segue para a cozinha.— Vou na cozinha... — me levanto do sofá e sigo para a cozinha onde minha mãe encontra-se bebendo um copo de água.
— Como foi lá? — ela suspira pesadamente e me olha.
— Um tanto difícil. — sorriu levemente.
— Quero detalhes. Detalhes, Dona Carla. — e assim ela me conta o que aconteceu.
— Então, foi isso. E a Flavia começou a chorar assim que saímos. Ela está bastante emotiva. — coloca o copo na pia.
— Que idiota! Inferno! — bufo de raiva.
— Calma, Pietro. Ele irá aceitar uma hora. Talvez, quando o bebê nascer. — sentou-se na cadeira e colocou as mãos sobre o rosto.
— E se ele nunca se conformar? — minha mãe suspira mas não diz nada.
— Amanhã ela vai no médico e o Bruno também. — levantou-se e saiu simplesmente.
Passei a mão pelo cabelo, me apoiando no balcão.
P.O.V FLAVIA
Agora estou me arrumando para ir a obstetra ver como está o feto. Vai apenas eu e Bruno, minha mãe achou melhor.
Olhei-me no espelho. Estou vestindo um short e um blusão, junto com uma sandália. Meus cabelos louros estão presos em um rabo de cavalo. O que se destaca é o batom vermelho, adoro cores fortes. Pego minha bolsa com alguns documentos, meu celular, saio do quarto e desço as escadas.
O Bruno se encontra sentando no sofá, olhando para o teto, meu irmão está com os olhos vidrados nele e minha mãe está sentada na poltrona que ali tinha. Estão apenas eles na sala.
— Estou pronta. — digo chamando a atenção de todos para mim. Bruno levantou-se.
— Vamos logo! — falou indo até a porta.
Olhei para ele e depois para minha mãe que se levanta, vindo até mim.
— Vai com Deus, meu amor. Vai dá tudo certo. — sussurra, me abraçando.
Desfaço o abraço e murmuro um “Obrigada” a ela, indo até o Pietro depositando um beijo em sua bochecha. Abro a porta, saindo mesma acenando para minha mãe, o Bruno vem logo atrás de mim.
A obstetra passou inúmeros exames para que eu fizesse, tirou algumas dúvidas que eu tinha, me deu algumas instruções; de como me cuidar na gravidez essas coisas. Foi bem legal logo para primeira consulta. Bruno ficou apenas observando. E disse que faríamos hoje ainda a ultrassonografia. Se não me falha as contas, minha menstruação não desce há uns três meses contando com esse. Os enjoos tinham ficado frequentes e eu estava conseguindo esconder muito bem. Agora me encontro deitada em uma maca.
— Agora nós vamos ter o primeiro contato com o bebê, certo papai e mamãe? Se tudo der certo poderemos ver até se será um menino ou uma menina. — disse sorrindo. — Voces estão esperando que seja um menino ou uma menina? — eu apenas sorri.
Ela passou um gel em minha barriga, com um gelado bom, passando uma máquina, (não faço a mínima ideia do nome) por cima.
Algo começa soar pelo quarto, e a doutora logo nos informa que é o coração do bebê. O som é tão... angelical. Não sei. Mas, despertou em mim algo.... Bom. Um sorriso involuntário nasce em meus lábios. E do nada me vem mente de como seria o rosto dele, enquanto eu olhava pelo televisor, parecido comigo ou com ele? Olhei para Bruno que mantinha a mesma cara fechada.
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Era Apenas Uma Viagem
Teen FictionO sentimento de amar outra pessoa é belo, ainda mais quando se ocorre pela primeira vez. Não é que os demais amores não sejam belos, é que a primeira vez amando é um mar de descobertas. Na adolescência ocorre bastante isso, mas na maioria das vezes...