Autora Narrando.
Allison não sabe ao certo o que fazer, então apenas fica ali parada, enquanto seu esposo se aproxima. Tenta colocar seus pensamentos em ordem e falar algo, mas não sabe ao certo o que deve dizer.
— É... Este vestido, está meio curto. Acho melhor eu me trocar... Eu... - Tenta passar direto, mas ele segura seu braço com cuidado.
— Acho que ficou ótimo em você. - Sorrir. De certo, lhe caiu feito uma luva.
— Ah... Obrigada. - Força um sorriso.
Ambos ficam se encarando e ela sente seus batimentos cardíacos aumentarem.
Passou a vida toda sendo treinada para tudo, menos para esta parte, pós-casamento. Nos reinos, as mulheres não são treinadas para a lua de mel, pois os homens acreditam que elas saibam como agirem e o que fazerem no momento, apesar de nunca terem visto um homem despido na frente das mesmas. Eles crêem que já é algo natural delas. De seus instintos femininos.Allison fica brava com sua mãe, ao se lembrar de suas palavras: "na hora, saberás o que fazer minha filha. Apenas se permita." A única coisa que ela consegue se permitir no momento, é a sair correndo ou enfiar a cabeça embaixo dos cobertores, para não ter que encarar seu esposo.
— Você está bem? - Ergue a sobrancelha.
— Eu... Eu estou ótima. - Lhe dar um sorriso amarelo.
— Você está nervosa. - Se aproxima, aos poucos. - Olha Alli, é normal que fique assim. - Toca suavemente sua face.
— Não estou nervosa. - Mente.
— E o que está sentindo agora? - Fica a alguns centímetros de seu rosto e ela consegue sentir suas respirações se misturarem.
— Que... - "Que estou quase surtando", responde mentalmente. - Estou com fome. Quase não comi nada. - Ele suprime o riso.
— Eu também. Apenas partimos o bolo e saímos. Os convidados provavelmente aproveitaram bastante o banquete. — Mantém-se ainda, muito próximo à sua face.
— Bom, então vamos à cozinha. Preciso comer algo o mais rápido possível. - Dar a volta e passa por ele rapidamente.
Assim que chega à cozinha, se sente completamente perdida. A jovem aprendeu a cozinhar, porém nunca teve que procurar os alimentos, pois era uma das cozinheiras que lhe trazia tudo e entregava em suas mãos. Se detestou por esse mal costume.
Anda de um lado para o outro, pensando em onde deve começar a procurar. Vira-se e percebe que Cristopher está observando-a com os braços cruzados e um sorriso estampado em seu rosto.— Há quanto tempo está aí? - Coloca uma mecha do cabelo, para trás da orelha.
— Não muito. - Descruza os braços e caminha em sua direção. Ela espera seu marido lhe mostrar os alimentos, mas ele apenas para em sua frente e fica encarando-a.
— E então... Onde está a comida? - Começa a ficar impaciente e ele sorrir ainda mais. - Enquanto você fica aí parado, sorrindo, meu estômago começa a reclamar e não está nada satisfeito com a demora - Dessa vez é ela quem cruza os braços, como uma criança birrenta.
— Meu bem, sabia que você fica ainda mais bonita quando está brava? - Dar uma pausa, pensativo. - Bom, e engraçada também. - Vai em direção à geladeira, procurar algo.
Allison se sente estranha ao escutá-lo lhe chamar assim, mas não fica com raiva, pelo contrário, se sente bem ao ser tratada dessa forma por ele. Se repreende mentalmente por sentir essa sensação boa. Não pode desviar o foco, que no momento é sua vingança. Obriga sua mente a pensar nisto: "comprada, apenas isso. Uma mercadoria."
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Até que A Vingança Nos Separe
RomansaEle só tinha doze dias para escolher a mulher perfeita para se casar, antes que tivessem que escolher para ele, ou pior, ele tivesse que sofrer graves consequências. Ela jurou que jamais se apaixonaria, e que iria se vingar daquele que a comprasse...