#1 Atrasado no Primeiro Dia

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-'A vida é cheia de perguntas, viver é descobrir as respostas. '

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Qualquer um pode se atrasar, até mesmo pessoas importantes podem chegar atrasados. Mas nessa escola onde só tem pessoas estranhas que eu nem conheço não pode chegar nem quinze minutos atrasados que você vai para a detenção. Isso mesmo no meu primeiro dia de aula ganhei uma detenção.

"Desculpe pelo atraso. ", digo ofegante para uma mulher gorda que me olhava com cara de sapo morto. "Eu não estou acostumado com os horários daqui ainda...", tento aliviar meu lado.

"Atrasos nesta escola não são permitidos... e vejo que teremos problemas com o senhor. ", cospe ela num tom de autoridade militar.

"Mas é meu primeiro...", ela levanta o polegar apontando para a sala atrás dela.

"Entre aí e me espere, já volto para passar o horário de sua detenção. "

"Detenção? Como assim? ", sem me dar ouvidos ela sai e ruma em direção a um corredor estreito e desaparece numa curva.

Entro na sala que ela mandou, me deparo com um quadro grande com sua foto, nas quais seus traços ficaram ainda mais assustadores, seu cabelo liso e negro estava amarrado num coque bem-arrumado, suas bochechas gordas estavam marcadas com uma quantidade exagerada de maquiagem, porém não fora o suficiente para cobrir suas rugas. À frente do quadro havia uma mesa com uma cadeira de cada lado, a do lado do quadro era uma grande cadeira e parecia ser bem confortável e a do visitante de sua sala era velha e gasta. Sentei na cadeira velha e cruzei os braços eperando pelo meu castigo.

Passados cinco minutos, que pareceram uma eternidade, decidi que daria o fora dali, já que aquela velha sapa não vinha. Quando ia me levantar para dar o fora dali ouço passos diante da porta e me sento como um bom aluno amedrontado e olho fixamente para o quadro a minha frente.

"Pois, bem..." diz ela entrando na sala com uma postura reta e confiante. "Por ser seu primeiro dia, aliviarei para você. Pode ir. " Num tom sutil leve e assustador apontando em direção a porta.

"Como assim? " Indignado fico em pé diante dela. "Fiquei um tempão esperando a senhora aqui, olhando para esse quadro horr..." vacilo e tento concertar. "Horrendamente incrível da senhora, por nada? "

"Pois bem, já que o senhor insiste vou lhe dar uma detenção. " Me sinto uma criança assustada e abandonada no escuro no meio de uma rua vazia sozinha. Ela me encara com um olhar penetrante. "Hoje depois da sua última aula, na sala da detenção. Agora o senhor pode se retirar. "

Saio de cabeça baixa da sala da grande sapa e me sinto a pessoa mais burra por ter feito o que fiz. Pego minha lista de horários no bolso do meu jeans e começo a procurar minha sala pelos corredores da escola. Até que me deparo com uma porta verde com a placa de identificação da sala e vejo que é do 1º ano B. Bato na porta e alguém do outro lado grita para que eu entre.

"Desculpe o atraso, é que a grande Sa..." vacilo de novo. "Digo, a diretora ou algo do tipo me prendeu em sua sala por ter me atrasado. " Sempre olhando para o chão.

Olho para a frente e vejo uma linda mulher de cabelos lisos castanho claro, camiseta branca com o emblema da escola, e uma saia justa que vai até seus joelhos em pé com uma caneta na mão me encarando com um sorriso mais encantador que já vi na vida. Ela deve ter aproximadamente trinta anos, ter 1,67 de altura, vejo daqui que sua pele clara e macia e não sei se estou delirando mais sinto seu perfume entrando em mim.

"Desculpa", digo quando percebo que fico olhando para ela por um longo tempo admirando sua beleza exclusiva.

"Você é o Leandro, certo? " Vejo seu rosto se avermelhar, deve ter percebido minha reação ao vê-la.

"Não, eu sou o Leonardo. " A corrijo. "Aquela carteira está vazia? " Digo meio sem graça.

"Sim, mas antes se apresente para sala. " Diz ela com o tom natural em sua voz.

A visão da professora não fez com que eu olhasse a sala como um todo. Tem num total de vinte e sete alunos me encarando, muito boquiabertos outros cochichando com os amigos do lado.

"O.k...." não sei o que dizer com todos me olhando. "Eu sou o Lean... digo Leonardo" todos riem. Como eu posso ter errado meu nome? "Eu me mudei semana passada e eu sou o aluno novo. " e me viro para a professora para receber a autorização para que eu possa me sentar.

"Então, Leandro...." num sorriso que me hipnotizou novamente. "Qual a sua idade? Por que mudou de cidade, você pode nos contar?"

"Leonardo." a corrijo novamente. "Eu tenho dezesseis anos e vim pra cá com a minha mãe, ela achou melhor mudar de cidade depois dela ter se divorciado do meu pai."

Olho para ela esperando pela aprovação, ela assente com a cabeça e me sento na terceira carteira da última fileira. Todos voltam a copiar o que está escrito no quadro branco com caneta preta em frente a sala. Olho em volta e vejo uma sala típica de escola, dois ventiladores no teto na qual o da frente está quase para cair, porém gira a todo vapor e o de trás está se mexendo muito, porém funcionando.

"Fique tranquilo, o máximo que pode acontecer é ele cair e degolar alguns alunos. " Ouço uma voz masculina e suave atrás de mim.

"Não sendo a minha cabeça..." me viro para ver quem é o dono da voz. É um garoto loiro escuro, seu cabelo é volumoso e bem onduloso se encachando perfeitamente com seu rosto quadrado, com os olhos verde-escuro.

"Eu sou o Vinícius. " Estendendo a mão em minha direção.

"Eu sou..." penso antes para não errar meu nome novamente. "Leonardo, prazer. " Digo por fim.

Seu sorriso me encanta, ele é puro, ingênuo e sem malícias. Ouço um pigarro. Me viro e vejo a professora me encarando com uma expressão séria. Pego meu caderno e estojo de dentro da mochila e começo a copiar o que está na lousa. Quando eu termino, o alarme toca anunciando a próxima aula, foi de matemática com um professor bobo, que gosta de fazer piadinhas idiotas e o que faz ser o pior professor de todos, mesmo eu conhecendo apenas dois, é o fato dele tentar ser amiguinho das meninas, que eu acho bem esquisito. Mas uma vez o alarme anuncia a próxima aula, agora é de geografia com um professor sério e que gosta de passar muito conteúdo, ele não gosta de falar muito e quando fala faz com um tom de superioridade na qual o deixa em segundo lugar de pior professor. Para a minha sorte é que temos duas aulas seguidas com ele.

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