CAPÍTULO 5 | "Apenas uma chance, apenas um suspiro.

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Caso reste apenas um."

Far Away - Nickelback

Kathe Miller

Errado é aquele que não acredita no que as pessoas mais velhas e experientes dizem. Eu também não acreditava, até me dar conta que ir a Whitehall foi um grande erro. Primeiro: eu me afoguei; Segundo: beijei um dos caras. Qual seria minha punição caso meu pai soubesse dessas duas tragédias? Não era bom nem pensar naquela possibilidade.

Enquanto eu dirigia para casa, relembrei o beijo que Jon havia me dado. Foi tão... Estranho. Levando em consideração que ele havia acabado de transar com aquela loira, toda trabalhada no silicone, naquela mesma cama. Vi os lençóis bagunçados quando saí do banheiro. Será que aquele quarto era dele? Ele levava qualquer uma para lá? Me senti suja, ao imaginar todas as possibilidades.

Mesmo assim, o gosto refrescante de hortelã havia me inebriado, e a textura de seus lábios, que capturavam os meus com ânsia, ficariam para sempre gravados na minha memória. Porque não havia como negar que ele era lindo e tinha uma ótima pegada. Mas tanto faz. Foi apenas um beijo. Nada mais.

Alguns dias se passaram, e aquela lembrança foi ficando cada vez mais remota na minha mente. Eu evitei qualquer tipo de contato prolongado com meu pai, pelo simples fato de não querer ouvir ele falar da banda de rock nroll do momento.

Eu estava no meu escritório, respondendo um e-mail de uma famosa companhia de dança clássica, quando bateram na porta. Quando abri, tive uma enorme surpresa.

— Jon?

O cara que eu tinha me proibido de pensar, estava bem ali, na minha frente. Suas feições eram completamente diferentes daquela tarde, em Whitehall.

— Oi, Kathe – Abriu um leve sorriso, me dando a visão de uma arcada dentária branca e perfeita.

Mas o que ele estava fazendo ali?

— Não imaginava que você viria até aqui – Soltei rápido.

O que mais eu poderia dizer? Infelizmente, era a minha vez de falar.

— Bem, o Vox, quer dizer, seu pai, pediu para que nós viéssemos até aqui. Precisamos assinar os papéis das nossas férias.

Porque, em algum lugar remoto do meu cérebro, eu imaginei que ele estivesse ali para me ver?

— Ah. – Fiquei pensando no que dizer, até perceber que já estava dizendo. — Entre – Abri mais a porta para ele poder passar.

O cheiro do seu perfume foi tomando conta do escritório à medida que ele entrava. Preenchi meus pulmões com ele, enquanto fechava a porta e voltava até minha mesa.

Aproveitei e visualizei sua roupa. Uma calça preta, coturnos, uma jaqueta vinho, uma camisa branca e uma enorme quantidade de pulseiras no pulso esquerdo.

Ficamos cara a cara, e em silêncio por alguns minutos, até ele dar uma leve tossida e começar a falar:

— Em primeiro lugar, quero te pedir desculpas. Eu não devia ter me comportado daquela forma com você. Fui insano e idiota – Disse sério.

E quando digo sério, é muito sério mesmo!

O que eu diria agora? Estava perdendo completamente o jeito para conversas!

— Está tudo bem, Jon – Tranquilizei-o.

Ele abaixou a cabeça e disfarçou um sorriso.

Como ele mudava de humor assim, tão rápido?

[PAUSADO] Melodia PERFEITA - Série PERFEIÇÃO Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora