18 - Garotos e Garotas

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Eu e Pan nos sentamos em um banco no canto do hangar, então a visão mais assustadora que eu já vi! Ambos desapareceram, vejo faíscas, e o constante som de laminas de metal se batendo. Se eu me concentrar, sim, já consigo ver eles. A velocidade está tão alta que as espadas estão deixando rastros coloridos, Roxo, é a cor que está resultando. Azul do Tony, vermelho do Wolf, e Prata de Karina. Espere, ela está usando a ponta da Espada?
- Pan, ela está usando a ponta da espada?
- Sim, tanto uma Rapier como uma Estóc se utiliza a ponta, e o fio se utiliza para ligar os pontos de impacto, dilacerando a carne.
- Mas, se ela é tão boa... não é perigoso?
- Mais para ela.
- Como?
- Tanto a Rapier como a Estóc, são facilmente bloqueáveis, isso significa que ela está se forçando. Um contra um ainda é justo, mas dois contra um? Isso é loucura.
Levanto, ela não pode ficar lá sozinha contra os dois. Corro pelo escuro, pego uma Rapier, não tem fio de corte, mas sim uma ponta muito afiada. Sinto algo familiar, um calor na mão. Eu já vi essa espada antes. Amarelo como o sol, leve e mortal. Corro por trás de Wolf. Lembro de minha Mãe usar ela, me lembro de sua técnica, de sua maestria, era leve, veloz, graciosa, como se dançasse sobre a agua um majestoso balé.
- Pelo menos que seja dois a dois. - Grito.
Wolf desacelera e se vira.
- Vai querer mais Mari? – Esse humor ácido.
- Por que não?
Ele parte para cima, como eu não sei, mas eu desvio, ele fica desorientado, eu vi meus pais treinarem várias vezes, agora eu me lembro, assim como Agora, Katana contra Rapier. Sinto minha pulsação em minha testa, e o sangue aquece, sua velocidade ainda é alta, mas não como da última vez. Eu sei que Wolf não se importa em me ferir, ele me despreza como guerreira, posso não ser tão forte como ele, mas eu ainda serei rápida como ele, não, eu serei mais rápida que ele. Mais rápida que minha mãe, sim, eu vou me tornar o verdadeiro relâmpago.
- Já ouvi dizer que soldados tem apelidos. – Digo no calor da batalha.
Isso desorienta apenas um pouco Wolf, mas ele logo se concentra.
- Então... me chame de Relâmpago.
Wolf diminui o ritmo, confuso, mas esse foi seu erro fatal, ele não imaginava por isso, eu aproveito a situação, desfiro centenas de golpes com a lateral da espada, não quero corta-lo, mas quero provar que sou mais do que ele imagina. Ele cospe um pouco de sangue. Isso foi o suficiente?
- Marina, você evoluiu muito – Wolf – Mas ainda tem muito o que aprender.
Wolf separa a segunda lâmina que está junto com a espada, isso me torna mais vulnerável, o único meio de fugir disso é... lutar com Tony.
- Karina, rápido, troque de lugar comigo!
- Com certeza Mari.
Vejo que Wolf recua, como um limite, ele respeita a troca, mesmo não a aceitando, mas quem se importa, somos um time, e vamos ter que conviver, gostando ou não. Tony está um pouco desorientado, mas assim que troco, dou um pequeno sorriso malicioso. Ele sorri de volta. Lutamos, eu não consigo dizer se ele está sendo gentil, mas, essa não é a velocidade normal dele, ou eu estou muito acima da minha velocidade? A ponto de acompanhar o Tony? Karina não teve nenhum problema em enfrentar os dois juntos, ela está quase imperceptível aos meus olhos, ela é muito rápida, sinto um liquido quente descendo pelo meu braço.

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E lá vai mais um capítulo curto, mas que tem muito conteúdo. Por mais que seja a luta, é um treino e um começo de uma história que vai ficando mais densa.
Vou explicar mais pra frente o por quê da Mari ter do nada aprendido a lutar, parece meio bizarro, eu sei, mas tem um motivo bem explicado pra isso.
Espero que estejam gostando da história, deixem seu Feedback e Votem por quê me ajuda muuuuuuito
Obrigado

Uma Questão de HonraOnde histórias criam vida. Descubra agora