Uma manhã fria, aliás adoro frio, em mais um dia exaustivo e desinteressante na escola, a sala está até um pouco vazia, a professora eventual passou um texto, tal esse que nem fiz, nem mesmo pretendia, meus amigos hoje estão até comportados, o Henrique hoje está lendo, ele está bem impressionado com o livro.
- que livro é esse?, pergunto eu
- A sereia, disse ele entusiasmado.
Eu li pouco mais de 10 livros na minha vida inteira, entre eles, o que eu mais gostava era: Quem é você Alasca?, amo esse livro, ele faz parte da minha vida, e vou contar a vocês porque....mas não hoje.
O silêncio é interrompido pela sala em geral.
- calem a boca, céus, vocês não conseguem ficar calados?, disse a professora com um tom arrogante.
Dei risada e coxixei no ouvido da Estefani:
- coitada, acha que manda em alguma coisa, puf, a Lídia tem mais autoridade que ela.
Ela deu risada junto com a Lídia, aliás eu sou muito engraçado, sigo aquele dilema: "homem engraçado vale mais que homem bonito", era isso ou morrer sozinho, que aliás não era uma boa coisa.
Após alguns minutos a professora saiu da sala.
- professora desculpa, não copiei a sua lição porque estava fazendo um trabalho, disse eu com ironia
- não tem problema, disse ela, amo você do mesmo jeito.
"(era bem comum os professores me amarem)", logo após isso ela saiu sem perguntar de qual matéria era o trabalho, mostro a capa do meu trabalho para Lídia, ela deu risada ao ver linhas tortas e garranchos em forma de letras, e após isso volta a sua conversa meio tensa com a Estefani. Thamara e Bianca prestam atenção na fala da Tefy, apelido carinhoso que dei a ela, bom na verdade não fui eu mas enfim.
Karen estava na porta junta com a Bia, me levanto pra falar com ela, é a mesma coisa de sempre, ela sempre reclamava que eu nunca dava a "devida atenção" que ela realmente merecia.
- oi, dou um beijo nela e mando um beijo pras meninas ao lado dela, todas feias aliás, menos a Cauane, ela era linda, Mas tinha dois motivos pelos quais eu não queria nada com ela:
1- ela era lésbica
2- eu sou muito tímido
Além do fato de eu ser feio, é claro, não tinha uma auto estima lá muito Boa, e isso me lembrava a Débora, quando comecei a falar com ela, todo santo dia lembrava a ela do quanto ela era bonita, e realmente ela era.
Desci ao banheiro com a Estefani e a Bianca, na verdade só acompanhei elas, que só beberam água. Voltamos pra sala e voltei pro meu celular, e alguns minutos depois ele chega, ele era a pessoa mais irritante desse mundo, tinha certeza que ela não servia como professor, pelo menos pra mim, ele era arrogante, impulsivo, chato, ele era o famoso Fred, professor de física e matemática, no nosso caso dava aula de matemática, não tinha nada contra matemática, pelo contrário amo, mas ele fazia isso ser tediante, ele passou uma avaliação da página 7 a 16, o que achei um absurdo.
- tá facinho pessoal, vai ser fácil de resolver esse.
Disse ele como se realmente fosse fácil, não entendi bulhunfas, e sinceramente eu quase nunca entendia, a realidade é que quase ninguém entendia, mas ele agia normalmente como se todos tivessem entendido,
- ah professor, você fica fora uma semana e já chega jogando tudo pra cima da gente?, não pergunta nem como foi as nossas férias?. Disse a Estefani meio brava.
- vocês querem saber da a minhas férias?, disse ele se fazendo de coitado.
Como ele sempre fazia, ele tinha um dom de irritar qualquer um, gostava da desgraça alheia, ele passou dois gráficos pra nós fazermos no plano cartesiano, ele tinha explicado que gráfico eram meio que as linhas e o plano eram as retas, fiz esses gráficos com uma ajudinha da Lídia, ela não era nerd, mas era estudiosa, no caso, a nossa turminha era estudiosa, eu estava me distanciando disso, estava virando um "vagabundinho" como dizia a Lídia, todo dia eu pensava em me esforçar,estudar, ser uma pessoa estudiosa, mas até hoje nada, então, vida que segue, após fazer o gráfico o professor saiu, dei graças a Deus, em seguida veio o professor de sociologia, até que enfim uma matéria decente, o professor, ele era legal e chato ao mesmo tempo, tinha dias que ele parecia que ele estava de tpm, mas em outros era uma pessoa normal, mas em geral ele é um excelente professor, gosto dele. De repente me pego pensando, e puts, esqueci de fazer os trabalhos dele, mas re-penso, tenho essa semana inteira pra fazer isso.
Eu sempre deixava as coisas pra última hora, era minha marca registrada, além de ser trouxa é claro.
- Pessoal, vou passar de mesa em mesa corrigindo as apostilas, tudo bem?, falou ele com tranquilidade.
- A minha já está corrigida, disseram a maior parte do meu grupo de amigos,enquanto eu ia inventar uma desculpa, provavelmente ia dizer que esqueci a apostila em casa, afinal, realmente eu não sabia quando eram as aulas dele, estava tudo uma bagunça na minha vida, desde o guarda-roupas, até a mente e o coração, está tudo tão complicado. mostro um trecho do que escrevi aos meus amigos, eu tinha um hábito de escrever frases ao longo do dia, isso me deixava calmo, mas adivinha eles estão gostando, o que me assusta pelo fato de que, eu não achava nada do que eu faço interessante ou sequer bom, digamos que eu me esforço.
É a hora do intervalo, eu rapidamente desci para o pátio, encontrei a Emily no meio do caminho, ela me puxa pelo braço e me leva até lá fora, bem lá parece ser uma espécie de estacionamento da escola, ou algo do tipo, sentamos na escada, que ia em direção ao "porão", conversamos sobre livros, e ela me fala sobre o livro que ela fez a algum tempo, mas que, não deu muito certo, depois conversamos sobre a Giovana, que era uma das melhores amigas da Emily, e particularmente minha também .
- Poxa "jão" a Giovana tá meio brava com vc. disse ela com uma entonação triste, e prosseguiu, Ah jão, você devia pedir desculpas a ela, ela não gosta quando vc fala do assunto dela ter gostado de você, é meio complicado pra ela sabe?...
- Eu não vou ficar pedindo desculpas a ela por qualquer coisa, devolvi eu com um tom mais Grosso, Ela sequer anda me pedindo desculpas pelo o que ela faz.
Rapidamente ela encerra o assunto, e mudamos o objetivo da conversa, chegam as amigas dela, na verdade eram minhas também, mas de fato, não éramos tão próximos.
- Oi João, você tá bem? Disse a Bianca com uma voz suave e baixa, que quase não deu pra entender
- Oi, estou sim, e você, respondo rapidamente
- Está bem mesmo?, insistiu ela
- Estou bem, bem mesmo
A conversa acabou nesse momento, não achei que fui muito grosso, mas não sei se ela realmente pensou isso,
Depois disso voltei para sala, já que o sinal do intervalo tinha batido, o dia continuou tediante, como sempre, dali em diante aconteceu o mesmo de sempre, a mesma rotina de chegar, limpar a casa e ir deitar. Eu queria dizer a minha mãe o quão tedioso e desinteressante era minha vida, mas ela iria me dar um sermão daqueles, então apenas decidi ir deitar e ficar com minha boca fechada.
Semanas mais tarde em uma noite se sexta-feira, enquanto eu postava aquelas coisas clichês, como por exemplo, "só vai estragar a amizade se você beijar mal", enfim deu certo, a menina a qual eu achava linda, digamos que eu estava "afim dela" respondeu meu status do Whatsapp:
- Eitaaaaa, quer pegar as amiguinhas.
Isso me pareceu um pouco irônico, mas não perdi tempo, logo respondi:
- Não sei se somos realmente amigos. Isso pelo fato de nós termos nos falado umas 4 vezes apenas, continuei dizendo:
- Mas isso foi pra você
Segui aquele velho dilema, de que se uma menina te da uma "brecha", você tem que aproveitar, então eu "ataquei" como diria o Wender, mais tarde comento sobre ele, mas ele era um irmão de outra mãe pra mim.
Seguindo a conversa com a Jenny, minha "Crush" depois do que falei a ela, ela ficou impressionada digamos assim, a conversa prosseguiu até que ela demorou uns 10 minutos pra me responder, e acabei pegando no sono.
Jenny era muito linda ao meu ver, mas na sua personalidade, me parecia que faltava alguma coisa, algo que a tornasse muito mais interessante, claramente ela era muito gentil, simpática, e algumas vezes puxava assunto, mas ela me parecia muito "seca", eu era o tipo de pessoa que era muito carinhosa, muito gentil, gostava de carinho, abraço, gostava de demonstrar o que eu sentia, embora isso parecesse muito fofo aos olhos de algumas pessoas, a outros isso era muito conveniente, as pessoas meio que se aproveitavam da minha personalidade, então eu tinha medo, e as vezes tentava disfarçar quem eu era, simplesmente para agradar, ou para não me machucar, eu me importava muito com as outras pessoas, ao ponto de fazer o que não era permitido a mim, gostava de ficar perto das pessoas, sentir o calor delas, eu era bem oprimido quanto a minha mãe, ela era muito boa, as vezes muito gentil, sentimental, mas..., havia horas em que as palavras dela me machucavam, e como me machucavam, ela me chamava de inútil, imprestável, apenas pelo fato de eu não fazer o que ela queria, ou o que ela esperava que eu fizesse, eu sou preguiçoso, confesso, mas acho que não tinha necessidade dela falar aquelas palavras, ela quando estava zangada, dizia que era melhor ela viver sozinha, que um dia ela ia embora de casa, que eu e meu pai não dávamos valor a ela, eu sempre me perguntava o que ela queria de mim, mas até hoje não sei a resposta, eu também sempre relevo as palavras dela, como dizem as pessoas por aí, "palavras o vento leva", então, após alguns minutos, me acalmava, ou até parava de chorar, e pra mim tudo estava normal.
No outro dia de manhã, vi algumas mensagens da Jenny, a qual nenhuma eu tinha respondido, já que dormi, respondi imediatamente, e aguardei ansiosamente ela me responder, enquanto esperava, fui contar a Emily e ao Wender o que acontecera, nenhum dos dois me respondeu, então postei mais alguns status, e finalmente decido levantar, tiro meu colchão da sala, e arrumo a bagunça que fiz, tomo meu café, e depois de tanto ouvir minha mãe reclamar decido arrumar o sofá, limpar o banheiro, a arrumar minha cama, ela ainda ficou insatisfeita com o que fiz, mas eu não estava muito disposto a fazer mais, enquanto me preparava pra limpar o banheiro me veio a frase que a Lídia me dissera uma vez, enquanto eu falava da minha vida amorosa com ela, que está um caos até hoje, ela disse o seguinte a mim:
- As coisas são como são, e não como deviam ser, e muito menos como queríamos que fossem, tudo no fim da certo, se ainda não deu certo, é porque não é o fim.
Eu fiquei impressionado com aquilo, e desejei fatalmente que eu tivesse dito aquelas palavras que me confortaram por um momento, mas como era de meu costume, tudo voltava outra vez, as dúvidas, as preocupações, o medo, ah esse medo, medo de perder quem eu nunca tive, medo de não ver mais aquela garota a qual eu amava.
Essa garota não era nada mais nada menos que Bianca Santos Ferreira Campos, a garota mais linda do mundo, a garota mais inexplicável do mundo, a pessoa mais incrível que eu já tinha conhecido, eu amava aquela garota, amava tão intensamente que o sentimento do namorado dela perto do meu era quase nada, o namorado dela era um cara legal, bacana, ele trabalhava, estava no último ano do ensino médio, mas o que mais me agradava era o fato dele estar fazendo ela feliz, ou pelo menos era o que parecia, muitas vezes questionava, se realmente ela era feliz com ele, me perguntava isso todos os dias, pra mim ela era como Alasca, do livro "Quem é você Alasca?", eu me sentia como o bujão, que amava Alasca loucamente, cegamente, incondicionalmente, mas que nunca a teve, e que nunca poderia tê-la, ela era incrivelmente interessante, eu era apenas um palerma, que a amava demais, ela tinha olhos castanhos perfurantes, que me hipnotizavam só de olhar, eu queria ficar olhando ela o dia todo, era como um feitiço, ela tinha um cabelo gracioso, extremamente brilhoso e preto, e também era longo, a combinação perfeita para a minha desgraça, eu sei que não tinha me esforçado é realmente demonstrado interesse nela, mas eu tinha medo, medo de perder a amizade dela, medo de perder ela, medo dela sumir e se afastar de mim, muitas vezes eu me calava, me contia, para não falar demais, o namorado dela tinha um ciúmes de mim, o que era claramente aceitável, devido ao fato de eu amar ela, mas eu tinha muito caráter e respeito por ele pra fazer isso, além de estragar o que eu mais queria pra ela, a felicidade, eu conhecia a bibi, como eu a chamava, a sete anos, quando ela entrou na minha sala, rapidamente se sentou ao meu lado, e desde então nunca mais nos separamos, somos os melhores amigos um do outro, ultimamente muita coisa mudou e claro, ela está namorando então eu me afastei dela, como eu disse eu respeito muito a felicidade dela e o namorado dela, as pessoas pensam que me apaixonei por ela desde que a vi, mas não foi bem assim...
Eu a conheci numa tarde nublada, chuvosa, meu tempo favorito, eu estava sentado prestando atenção no que a professora dizia, já que naquela época eu era um "nerd", e então ela chega, bem arrumada, mas nada demais.
- Bom turma, essa é a nova colega de vocês, se inturmem é façam amizade com ela. Disse a professora, com uma voz bem sutil.
Então a professora pediu que ela se sentace é que escolhece um lugar adequado a ela, foi então que ela veio, cada vez se aproximava mais de mim, até que se sentou ao meu lado, abriu um largo sorriso, que era muito bonito por sinal, ela começou a puxar assunto comigo:
- Oi meu nome é Bianca, qual o seu nome?
- Oi meu nome é João, como você está?, perguntei apenas por educação
- Estou sim, e você?, respondeu ela rapidamente.
- Também, disse eu curtamente.
Queria perguntar de onde ela vinha, mas foquei somente em fazer o exercício que a professora passara na lousa
- Turma, façam duplas para resolverem esses exercícios. Disse a professora
Foi então que ela colou sua mesa a minha, minhas outras amigas ficaram nos olhando, talvez ficaram com ciúmes, mas naquela hora percebi que aquela menina não ia sair de perto de mim, então decidi colaborar, comecei a conversar com ela, perguntei de onde ela vinha e porque tinha se mudado, não me lembro o que ela me disse, apenas sei que desde esse dia nos tornamos amigos, após algum tempo apresentei as minhas outras amigas a ela, elas logo se inturmaram, gostaram dela, e fizeram amizade muito rapidamente também.
Alguns anos se passaram, e então ela vai embora, naquele dia eu chorei, quando ela me contou fiquei sem reação, mas agi normalmente, quando cheguei em casa desabei, mas chorei baixo, não queria que meus pais ouvissem, as vezes até chorava calado.
Não me acostumei a ausência dela, mas como as pessoas costumam dizer, eu tentei seguir em frente, e até que não foi tão ruim, mas eu gostava demais dela, me importava demais com ela pra esquece-la tão facilmente, a amava apenas como amiga, mas sempre sentia as coisas com intensidade.
Um ano depois converso com ela pelo Whatsapp, ela então me manda uma mensagem que dizia:
"Então, preciso te contar uma coisa, eu vou voltar pra Ferraz, e vou estudar no castelo de novo"
Me lembro que pulei de felicidade, me senti tão bem naquele dia que nem as broncas da minha mãe me deixaram pra baixo, fiquei ansioso pela volta dela, até que enfim ela voltou, me lembro que quando coloquei o pé na sala, que eu a vi, eu abri o maior sorriso do mundo, e fui diretamente a ela, e gritei no meio do caminho:
- Bianca, não acredito que vc esteja aqui.
Ela deu risada e instantaneamente me abraçou, eu me senti o ser mais feliz do mundo, voltamos. Nossa rotina de fazer Tudo juntos, de sempre estarmos juntos, as pessoas começavam a comentar que eu e ela tomávamos um lindo casal, mas eu e ela olhávamos um para o outro e dávamos risada, não via nada nela que me interessava, e nem ela a mim, mas depois de um tempo aquilo começou a ficar na minha cabeça, "será que a gente daria certo", eu então estava me apaixonando por ela, fiquei um tempo sem admitir isso a mim mesmo, me negava a aceitar aquilo, mas depois de um tempo finalmente aceitei, eu a olhava com uma intensidade extrema, eu ficava vários minutos apenas olhando para ela, mas nunca era o bastante, eu queria adimira-la mais, eu sabia de três coisas,
1- ela era linda
2- eu estava loucamente, intensamente, indiscutívelmente, incondicionalmente apaixonado por ela e
3- ela nunca me daria bola, não só pelo fato de eu ser feio, mas pelo fato de que éramos amigos.
Amizade é como uma faca de dois gumes, tem suas vantagens e desvantagens, mas na minha cabeça eu só seria feliz com ela, e não me importava muito com a amizade, quando você se apaixona, você esquece de tudo, seja problemas, amores antigos, o que for, você foca apenas naquela pessoa, dá o máximo de si, mas o seu tudo na maioria das vezes é nada, a cada dia você vai morrendo lentamente, silenciosamente, quando você se der conta, já está completamente morto.
Quando a paixão acaba, tudo volta como um trem desgovernado, e em direção a você, daí que vem a depressão, a falta de vontade de existir, não é drama, nunca foi, é uma ferida, aonde mais dói, ultimamente estou tão estranho, não consigo entender, as vezes quero chorar mas não consigo, será que as lágrimas secaram?, ou foi o sentido do choro?, chorar já não alivia a dor, a dor se apaixonar e a reciprocidade não existir, é como um veneno que vai se espalhando no seu corpo, mas você não sente, só vai vivendo, sem perceber.
Hoje é segunda-feira, tenho aula, a qual eu não queria ir mas minha mãe quer, então é uma ordem é claro, aos poucos me convenci que não tinha jeito..., então acabei indo.
Foi um dia de aula tedioso como sempre, mas eu já estava acostumado, é assim se estendeu o resto da semana, era sempre assim, minha escola tinha seus altos e baixos, as vezes era muito interessante ir, no resto das vezes era estressante, talvez eu só estivesse empolgado pra ir a escola porque amava aquela garota.
Meses mais tarde, logo após entrar de férias, meu irmão me chamou pra ir a "casa" dele, não era bem isso, a casa era da minha tia, mas, no mesmo terreno tinha outra casa, a qual ela usava pra fazer os bolos, sim ela era confeitera assim como meu irmão, nessa mesma casa havia um cômodo lá em cima, que era o quarto do meu irmão, então o que o pobre coitado tinha era isso e uma moto, bom nós não nos dávamos muito bem, mas depois dele ter ido morar nessa suposta casa dele, coincidentemente começamos a nos dar bem, mas aceitei, e fui ficar uns tempos lá, esfriar a cabeça e esquecer um pouco do que estava vivendo, vai entender, esquecer o que vivi, coisa impossível de se fazer, mas eu pelo menos tentaria, então eu fui, meu irmão é muito palhaço, cheio de brincadeiras, idiotices, e etc..., em geral ele era uma ótima pessoa, as vezes insuportável e chato, mas era normal já que ele era meu irmão, o nome dele era Maicon, mas tinha uma coisa nele, aquela imperfeição, ele era muitas vezes arrogante, e não dava valor ao que dávamos a ele, ou seja ele só se importava com o que ele achava que era bom aos olhos dele, desde roupas a pessoas, se vc se acostumar com isso irá gostar dele, me diverti muito o tempo que estive com ele, mas ele namorava então..., eu não queria atrapalhar os dois, as vezes me sentia no meio da relação deles, então preferia me afastar, foras essas coisas, eu estava bem, o fato de estar fora de casa me aliviava muito, eu amava meus pais, mas gostava de sair, gostava de ficar só, mas depois de uma semana me enjoei de lá, e senti falta de casa, então pedi a ele que me levasse em casa, com muita demora, depois de 3 dias ele me levou em casa, ah uma das coisas que marcavam o Maicon era o fato dele sempre estar atrasado, ele não era nenhum pouco pontual, chegando em casa me deparo com o sofá novo, a sala da minha casa estava maravilhosa, estava prestes a falar que queria morar lá, claro minha mãe e meu pai estavam sentados no sofá me esperando, falei com eles e entrei no meu quarto pra deixar algumas coisas, depois disso comemos, falamos, rimos, e meu irmão e a namorada dele foram embora.
Queria dizer que minha recepção depois disso foi boa mas não, definitivamente não, minha mãe não era como as outras mães, ela era muito explosiva, se eu não colocasse o copo no lugar onde ela queria, o inferno estava em guerra, o alvo, isso mesmo, eu, as coisas eram assim sempre, afinal as coisas nunca saiam como eu planejava, 85% das vezes dava errado, os outros 15% eram quando alguem me chamava pra sair, ou alguma prova que me sai bem, sim eu realmente sou uma pessoa que fica feliz se tiver um grão de areia, de certa forma eu sempre buscava melhores resultados, mas eles também não eram o que eu esperava, e assim a minha vida prosseguia, esperando resultados que nunca tive.
Quando chegou o fim de ano, imaginei imensas coisas, eu sempre esperava o final de ano, acho que em alguma parte de mim esperava festas em família, abraços, beijos, varias declarações de amor, eu esperava o inesperado, eu pensava nas menores coisas possíveis, desde um eu te amo da minha família, até que as brigas dos meus pais acabassem, bom pro azar do destino, no dia 31 de Dezembro vejo uma briga feia entre meus pais, eu de alguma forma estava envolvido nelas, mesmo que fosse por n ter pego um pote da geladeira e colocado na mesa, sim esse era o motivo, vi cenas que deveriam ter sido censuradas pra mim, eu fiquei tão mal que liguei pra Estefani, a minha melhor amiga, eu chorei como uma criança contando o que tinha acontecido :
- Tefy você está em casa?, preciso desabafar com alguém
- Não estou não, mas pode falar o que aconteceu, você está bem?
- Não eu não estou aguentando, meus pais brigaram de novo, e eu estava no motivo da discussão outra vez, eles falavam coisas horríveis um para o outro, o que eu faço?, eu não aguento mais...
- Jojo, eles são muito imaturos de ter uma discussão dessa na sua frente, vou te perguntar uma coisa mas por favor não me entenda mal, mas vc não acha melhor eles se separarem?...
Por um momento eu realmente cogitei essa opção, achei que era o melhor pra eles, o melhor pra mim, mas não queria ver meus pais separados, eu não me sentia pronto pra isso, eu realmente não estava preparado pra uma separação.
- Eu não sei tefy, respondi chorando, sabe eu queria sumir, sair daqui, ir pra casa do Maicon
- Você teria coragem de pedir pro seu pai te trazer aqui?
- Não.
Eu realmente n tinha coragem pra fazer isso...
Eu sempre ia pra casa do meu irmão quando meus pais estavam brigados, eu achava que quando voltace tudo estaria melhor, meu coração tinha esperanças que tudo se resolveria se eu ficasse uma semana fora, ilusão minha, as coisas sempre pioravam quando eu estava perto, era peculiar, parecia que minha presença causava as brigas, então eu me culpava por isso, foi um dia horrível, eu odiava fingir emoções, mas fui forçado a ficar feliz, já que eu estava na casa da minha tia, depois da conversa com a Tefy, disfarcei minha cara de choro e entrei, fingi que nada estava acontecendo, é frustrante fingir que tudo estava bem quando acontecia uma guerra dentro de mim, eu sempre me mostrei forte, na verdade eu sempre quis ser, é ridículo se eu parar pra pensar, que todo esse tempo guardando lágrimas, me fariam criar uma tempestade dentro de mim, eu paro pra pensar como as coisas estão hoje, minha vida se tornou um verdadeiro questionário, sempre me pergunto o porquê da minha existência, eu sempre me pergunto quem eu sou, eu estou em busca de um grande talvez, estou sentindo as pessoas se afastarem de mim, eu sinto que as pessoas não é querem por perto, elas tem um julgamento muito cruel sobre mim, eu queria realmente ser o Edward, poder ler mentes, ser super forte, salvar a garota que eu gosto, ter um amor recíproco, sei que ainda é cedo, e que as coisas vão se encaixar, eu só tenho medo de não servir, como um quebra cabeça que falta uma peça, minha vida tem sido complicada, eu sempre busco melhorar algo na minha vida, mas de certa forma penso se o que faço é em vão, e na maioria das vezes são.
Numa bela madrugada, eu me pego pensando em quem desabafar, em quem contar a minha vida, em quem está disposto a me ouvir, mostrar as pessoas que minha vida era um inferno não era fácil, porque as pessoas pensam que por eu estar no inferno eu era o demônio, e além do mais as pessoas já estavam cansadas de ouvir a minha história, a história que nunca tinha solução, em vários momentos eu pensava que isso era minha responsabilidade, ou seja, que somente eu poderia resolver os meus problemas, o que era verdade, mas que dentro de mim eu sabia que não conseguiria sozinho, as pessoas também estavam cansadas de me ajudar a resolver meus problemas, ou até mesmo resolve-los sozinhos, nesse meio tempo as lembranças dela me atormentavam, você se pergunta, quem?, é..., é a Bianca, eu sentia saudade da amizade dela, sentia falta dela, sentia falta do amor que eu sentia, e parar pra pensar que meu maior desejo era não ama-lá, no entanto sinto falta desde amor perturbador, eu estava completamente confuso, então resolvi dormir, minha esperança era que quando eu avordace tudo se resolve-se
Eu finalmente acordo, e nada muda, é como eu disse eu sempre espero dias melhores mais eles nunca vêm, eu queria muito que tudo mudasse, então eu apenas esperava.
Me levanto com milhares de pensamentos na mente, e n dia foi o mesml clichê de sempre, eu tinha uma vontade tão grande de ter um controle remoto da minha vida, infelizmente não tenho então novamente vida que segue.
Muitos meses se passaram e finamente algumas coisas melhoraram, meus pais pararam de brigar, meu interior estava mais calmo, a Bianca tinha indo embora, e o principal, eu to havia esquecido ela, afinal o tempo adiantou adiantou coisa.
Há algum dias eu sentia uma imensa falta da Bruna, outra das minhas melhores amigas, mas a Bruna era diferente, ela me entendia porque ela passava por algumas coisas parecidas, ela era a melhor pessoa do mundo, compreensiva, amorosa, chata, escândalosa, as vezes insuportável, mas era o amor da minha vida, ela namorava um garoto que também tinha vitor no nome, coincidência não?, em fim eu falo com ela é pé perda o por ter me afastado, aliás ultimamente eu estava muito afastado de tudo e todos, eu comecei a dar valor pra quem realmente merecia, então "fiz as pazes com a Bruna" e tirei um peso sobre mim, eu senti ela um pouco fria, Pra mim era normal pelo fato de ter ficado um bom tempo sem falar com ela, mas eu a amava, existiam milhares de outras pessoas mas quais eu estava afastado, não que eu tivesse muitos amigos, mas eu estava distante de todos.
No outro dia a noite eu começo a fazer as pazes com as pessoas eu eu amava, a Erika que o pessoal chama de "Boca" foi uma das primeiras, ah o pessoal chamava ela assim por causa da boca grande, nada demais, ela era linda, e bipolar muito bipolar, mas era um amor de vez enquando. Lembram de eu ter falado que a Bianca tinha ido embora, então, ela teve uns problemas com o namorado e terminou com ele, a reputação dela tinha ido por água abaixo, então ela resolveu ir embora, depois disso o mim foi fácil esquece-la, mas depois que fiz isso ficou um vazio dentro de mim, talvez fosse pelo costume de estar apaixonado, mas esse vazio nao era capaz de ser preenchido.
Numa madrugada eu começo a pensar no que estava acontecendo na minha vida, pensava se eu estava fazendo algo bom pra mim, pensava no que estava faltando em mim, entre outras milhares de coisas eu ainda não sabia de nada, muita coisa tinha melhorado, mas qual o tamanho dessa melhora na minha vida, fiquei então sem resposta, eu queria mudar tudo, voltar no tempo e fazer tudo diferente, mas pra se voltar no passado você precisa saber o que você é no presente, essa era a maior questão de toda minha vida, Quem eu sou?.

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O que eu sou
RandomEu queria escrever uma daquelas histórias fodas, que quando as pessoas veem até choram, mas minha vida era simples demais pra uma história assim, essa é uma história comum, de um adolescente um pouco diferente. Eu queria poder mostrar ao mundo o quã...