Capítulo 15

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P.O.V LETÍCIA

— Sua irmã já foi para consulta? — perguntei.

— Saiu agora a pouco. — começa a brincar com meus dedos.

— Como você está reagindo a ideia de ser tio? — ele sorriu.

— Hm. Eu gosto do meu sobrinho, mesmo ele ainda não tenha nascido. — deu de ombros. — Estranho? Eu sei. Mas sei lá.

— Não é estranho, é normal. — sorri, e Pietro leva sua mão até minha bochecha acariciando, por breves segundos.

— Vamos assistir alguma coisa? — concordei levemente com a cabeça.

  Estamos na sala assistindo Coraline. Eu já tinha assistido antes, mas Pietro não. Insiste e ele concordou.

Desvio o meu olhar da televisão, após ouvir uma conversa vindo em direção a sala. Flavia e Bruno.

— Amor, eu vou ali na cozinha comer algo, quer vir? — Flavia pergunta ao Bruno, obviamente.

— Não. — respondeu sentando-se no sofá ao meu lado.

— Ok, fique a vontade. — e saiu.

  Pietro olhou-me e murmurou: “Já volto”. Ignorei a presença do namorado da Flavia, e voltei a prestar atenção no filme.

— Ei, seu nome é Leticia, não é? — Bruno pergunta.

— Sim. — afirmei, sem olhá-lo.

— Por que não olha para mim? Eu não sou o bicho papão, não. — faz gracinha, pegando em meu queixo e fazendo olhá-lo.

  Tirei, da forma mais delicada o possível sua mão de meu rosto, virando minha cabeça, novamente, para a tevê.

— Você é bonita. — elogiou. 

Seria falta de educação, se eu não respondesse, certo?

— Obrigada. — sussurro. 

Bruno, de repente, põe a sua mão em minha coxa e começa acariciar.  Empurro sua mão. E nessa mesma hora a Flavia, parece na sala, junto ao Pietro. Obrigada!

— É... Vamos subir, Bruno? — parou na frente do namorado. Já não ia com a cara dele, agora então! 

— Vamos. — levantou-se, seguindo a namorada. 

— De boa, Mc Brinquedo? — Pietro volta a se sentar ao meu lado.

— Sim, sim. — sorri de canto.  Ele beija o canto da minha boca, passando seu braço pelo meu ombro.

P.O.V PIETRO


Sigo a Flavia até a cozinha. Onde ela abre a geladeira e tira um bolo de chocolate de lá.

— E aí, Flavia como foi a consulta? — perguntei, enquanto observava.

— Boa! — exclamou. Revirei os olhos.

— Como? Você está de quantas meses? Como está o meu sobrinho? Como o Bruno se comportou? É menino ou menina? — faço várias perguntar de uma vez só. Sem enrolação.

— Calma Pietro! Parece até parece que você é o pai, e não o tio. — riu. Corta um pedaço de bolo para ela, pondo no prato em seguida.

— Seu sobrinho está muito bem! E o Bruno agiu normal. — levou um pedaço de bolo a sua boca.

— Seu sobrinho? Significa que é menino? Normal como? — agora é a vez dela revirar os olhos.

— Ainda não deu para saber se é menino ou menina. Normal... do jeito dele. — a essa altura ela já estava irritada. — Já acabou com as perguntas?

— Temo que sim. — ela sorri.

— Ótimo! Agora me deixe terminar de comer em paz. — levanto as mãos como sinal de rendimento.

Bebo um pouco de água, e acabo comendo também um pedaço de bolo. Voltamos para sala, e eu volto a sentar-me ao lado de Leticia.

P.O.V LETICIA

— Cansou Leticia? — pergunta se sentando ao meu lado, acompanhado pela Vitória. Estamo na praia.

— Com certeza! — sorri falso.

— Você tá parecendo uma velhinha! — levanta-se, ficando na minha frente.

— Calada, Vitória. — revirei os olhos.

— Não fala assim com ela. — falou abraçando a mais nova.

— Não fala assim comigo. — ela sorria.

— Você sabe que eu te amo, né? Vitória. — soltei um beijo no ar.

— E eu?

— Você não. — coloquei a mão debaixo do queixo.

— Magoou! — fez bico. Que ridículo!

— Um dia ela admite. Não se preocupe, Pietro. — ela dizia olhando para ele.

— Faz-me rir, Vitória! — Flavia aparece na nossa frente.

— A gente já vai. — disse apenas, saindo logo. 

A Vitória corre atrás. O Pietro se levanta, estendo a mão para me ajudar. Levanto. Ele sorri, e me dá um beijo rápido.

[...]


  Já tinham se passado alguns dias. Faltam dois dias para o ano novo. Neste curto tempo, Pietro e eu, ficamos mais próximos, poderia dizer que nós estamos ficando. Bruno não mais o vi, ainda bem? Sim. Ana depois dos acontecidos, nunca mais apareceu. Pietro entrelaça nossos dedos, e vamos para sua casa andando de mãos dadas.

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