Máscaras da sociedade.

Festa da falsidade.

Rodopios, dança e sorrisos.
Vamos girar, e fingir felicidades, nada está ruim, não importa a dor.

Sorria pobrezinha, não mostre esse lado, o flagil, e assustado.

Não importa que perdeu o coração, não importa as lágrimas, ou os gemidos de dor.

Não importa que sangre, não importa nada, ninguém liga, e jamais ligará.

Está vendo aquele cavaleiro?
Está vendo aquela dama?
Os dois são casados.

Estão felizes, e sorriem alegres,
não importa que ela esteja chorando.
Não importa que ele bata nela,
ou que traía.

Somos todos parte da peça
Desse jogo divertido
que todos jogamos, que é a vida.

Peguem suas máscaras sorridentes.
Esconda as rugas, os dentes tortos, mude o nariz ou a boca.

Seja perfeitos, somos fantoches, sem
Alma.

Não importa o que acontece, os errados, sempre serão os certos.

Sorria alegramente,
cante e rode.
Não importa a poça vermelha aos seus pés.

A dor, o sangue, os gritos, todos eles.
Podem serem estanpados por sorrisos.

Veja a dança, veja a sociedade, veja esses belos sorrisos brilhantes.

Não seja gordo, não seja magro.
Não seja branco nem moreno.
Se é preto morra.
Passe pó, batom e cirurgias, assim
fica mais aceitável.

Não seja alto, não seja baixo,
Não seja você, vire um boneco.

Sempre sorria, a tristeza não existe nessa encenação, todos somos felizes.

Grite, chore, se corte, se tranque no quarto, e ninguém ligará.
Sempre será graça.

Se mate.
Corte os pulços,
Se enforque.
Se dope.
Overdose.
Morra.

E ai vão lembrar de você.
Vão dizer o quanto te amavam.
O quanto você era bom.
O quanto era especial.
Era importante.

ERA
ERA
ERA

O quanto morto você presta.
E quando vivo, não existia.

Sorria, sorria, sorria.

A festa da falsidade mal começou.