Capítulo 20

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P.O.V FLÁVIA


| Dois dias atrás...|


Respirei fundo, tentando arrumar meu cabelo, com os dedos. Bruno abriria aquela porta qualquer minuto.

- Bruno, oi. - digo ao vê-lo.

Bruno me olha, mas não diz nada.

- Bruno, sei que perdemos nosso filho recentemente... e é difícil. Eu sinto. Mas nós podemos nos ajudar a superar, eu quero ficar ao seu lado. - sorri. Queria que ele soubesse o quanto sinto. Eu ainda estou despedaçada.

Nada ele diz, novamente. O que faz apenas é rir. Isso mesmo, rir.

- Por que está está rindo? - confusa, perguntei.

- Oh garota, você é idiota ou o quê?

Oi? Como?

- Eu nunca quis aquele negócio, fiquei feliz quando soube que você o perdeu. - sorriu cínico. - Sabe... Eu só abrir a porta porque meus pais me obrigaram e estão logo ali na sala. - deu de ombros. - Eu não queria nem olhar essa sua cara. Sinceramente, nunca gostei de você apenas queria foder. Vou mandar mais uma real para você: não me procure mais. - e bateu a porta na minha cara.

Estava processando todas aquelas palavras. Eu não consegui dizer nada. Lágrimas caiam. Não podia acreditar. Sinto uma raiva percorrer pelo meu corpo.

Só consegui sair correndo daquele lugar. Eu queria minha casa, meu quarto, minha cama para poder chorar e chorar até não aguentar mais. Parecia que eu ia morrer qulquer momento.

***

P.O.V LETÍCIA

Levantei-me do sofá, indo até as escadas, subindo lentamente cada degrau, pensando se iria ou não ao quarto de Flavia, ela acabou de perder seu filho. Pietro tinha resolvido ficar com a irmã há uma hora. E desde do acontecimento não falei com ela.

Respirei fundo, em frente a porta do quarto dela. Ela deveria está conversando com o irmão. Bati na porta. Escutei um "Entra". A voz era do Pietro. Girei a maçaneta, abrindo a porta, entrei e fechei a porta atrás de mim. Vendo a Flavia com a cabeça no colo do irmão, com ele fazendo cafuné.

Fiquei observando aquela cena por alguns segundos, até a Flavia abrir os olhos e me vê. Ela se senta na cama imediatamente. Pietro me olha, esboçando um sorriso.

- O que ela faz aqui?! - indagou.

- Bem... Eu queria ver como você está. - me justifiquei.

- Ah, é? Veio presenciar minha enorme felicidade!? - a ironia em sua voz era nítida.

- Calma, Flavia. Não vê que a Leticia ficou preocupada e veio te ver? - Pietro interviu.

- Sério? - levantou-se, ficando de frente para mim. - E você não vê? Não vê que desde que ela chegou aqui, em nossa família só vêm tendo desgraças!? - desviou o olhar para o irmão.

Pietro se levanta, ficando ao meu lado.

- A Leticia não tem culpa do que o Bruno fez.

- Ela tem culpa, sim! - gritou, se afastando de nós dois. - Se ela não tivesse vindo para cá, nada disso teria acontecido. - apontou o dedo em minha cara.

Respirei fundo, tentando manter a pouca paciência que eu tinha.

- Ela, a irmã e a mãe, se não tivessem vindo para cá... Eu não teria perdido meu filho e o Bruno! - voltou a ficar de frente para mim. - Se ela não tivesse se jogado para cima do Bruno, ele não teria feito o que fez. - proferiu com o dedo perto do meu rosto.

- Flavia, eu sou seu irmão, mas eu não irei admitir que fale assim com a Leticia... - o cortei.

Não queria que ele brigasse com a irmã, mas eu mesma poderia me defender. Tirei o dedo de Flavia de meu rosto, antes de falar algo, olhei-a por alguns.

- Flavia, eu não sou culpada de nada que aconteceu. Pois fique você sabendo que eu nunca me insinuei para o Bruno. Não é minha culpa se ele é uma pessoa sem escrúpulos! Não é minha culpa que ele não gosta mais de você. Não é minha culpa que, infelizmente, você perdeu seu filho. Simplesmente não é minha culpa! - respiro fundo. - E antes de você falar alguma coisa, sobre eu estar feliz com o que aconteceu, saiba que eu não estou! Eu também sofri, também estou sofrendo! - me afasto deles. - Você acreditou no Bruno porque o ama ou amava, não sei... Eu também fui vítima na história. E não vou permitir que você aponte o dedo em minha cara. - e antes que Flavia falasse novamente voltei a dizer: - Então, por favor, pare de por a culpa nos outros! Pare de se achar superior a todos, porque você não é. - sorri cínica. - Se me der licença. - sussurro saindo do quarto, e deixando ela e o irmão sozinhos.

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