Blue Jay Way

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Meu DEUS estamos chegando tão perto do final!! Já estou triste :(

Espero que vocês realmente tenham gostando tanto quanto eu gostei, mesmo a história tendo sido um pouco diferente do comum. Fico feliz por vocês estarem lendo, seja durante ou depois do fim da fic. Bom, esse capítulo se passa meses depois, quando Louis finalmente chegou nos Estados Unidos. Quero ouvir suas teorias: vocês acham que até o final da fic, Louis vai rever seus amigos e/ou boy magia? Hahahaha espero que gostem :'3

∆ Please, don't be long
Please, don't you be very long ∆

LOUIS
13/08/1940

Louis saiu do porto cansado e apenas querendo ir para seu antigo apartamento na região central de Nova Iorque. Sabia que Lottie o havia mantido arrumado até certo momento, mas desde que ela se mudou para o apartamento de seu noivo (e agora marido), mal havia recebido notícias da garota.

Ouviu o sinal bater e memória nostálgicas de quando trabalhava lá surgiram em sua mente enquanto os trabalhadores saíam pelo portão para o horário de almoço. Louis se encontrava com suas roupas de inverno e uma mala na mão, sentindo o frio da cidade atingir seus ossos. O clima lembrava muito o da Inglaterra, portanto não teria problemas para se acostumar com isso, apenas com a diferença de horário.

Ali, observando a visão limitada que tinha de Nova Iorque, parecia que não havia passado todos aqueles anos. Ele sentia como se estivesse saindo de mais um dia de trabalho pesado, ainda mais vendo Stan apoiado contra um poste, com um cigarro nos lábios, um jornal nas mãos e o encarando, como se tentando lembrar quem era Louis.

Stan decidiu se aproximar após alguns longos segundos se olhando. Jogou o cigarro no chão e suspirou ao se colocar na frente de seu ex-namorado.

- Hey, Stan. - Louis é quem puxou o assunto.

- Louis. - Stan falou, indiferente. - Quanto tempo.

- É, alguns anos. - Ele riu, coçando sua nuca. - Como você está?

- Bem. Vejo que o ar inglês te fez bem, também. Está com a mesma aparência de antes.

- É... - Louis falou, cabisbaixo, lembrando da Inglaterra. Como foi apenas isso o que ele disse, alguns segundos de silêncio se seguiram entre eles, procurando palavras para serem ditas.

- Feliz por estar de volta? - Stan perguntou.

- É, não poderia estar mais feliz. - Louis deu o melhor sorriso que podia. - Me desculpe por ter parado de escrever.

- Tudo bem. A vida continua. - Ele deu de ombros. - Ele era bonito? O motivo por ter parado de escrever? - Stan sorriu, brincando, o que aliviou a tensão que ambos estavam sentindo, trazendo de volta a antiga amizade deles, mesmo que fosse por apenas alguns minutos.

- Eu conheci Harry depois, na verdade. - Louis sorriu, lembrando do garoto. - O motivo foi a irmã dele. Nós festejavamos todas as noites, chegou um momento que achei que seria estranho demais te mandar uma carta, já que não o fazia havia tempos.

- Fico feliz por você, de verdade. - Stan sorriu pequeno. - E esse Harry? Onde ele está agora?

- Não sei. - Louis mordeu o lábio. - A última notícia que tive dele é que ele estava na França.

- Oh. - O moreno exclamou. - Uma boa parte dos soldados foram resgatados. - Falou, tendo esperança em sua voz. - A guerra chegou na Inglaterra. Acho que você não ficou sabendo, já que estava no mar. - Ele completou, vendo a expressão de Louis mudar completamente.

- O quê? - Louis perguntou, pegando o jornal que Stan estendia para ele. - A Alemanha invadiu!?

- Não, mas estão bombardeando Londres. As pessoas estão evacuando para o interior. - Explicou, mas logo sua visão foi além de Louis. - Louis, eu preciso ir. Mark está me esperando. - Ele aponta para um homem, que Louis, quando se vira, o reconhece como um dos homens com quem trabalhava. - Se precisar de mim, sabe onde me encontrar.

Stan apenas lhe deu um sorriso e apertou seu ombro como modo de se despedir, deixando Louis completamente desolado, com o jornal em suas mãos. De todas as ruas e de todas as fotos que foram tiradas, estava estampada na capa do jornal justo a da rua da casa onde morava. Completamente destruída.

Não falava nome de sobreviventes ou de mortos, afinal, aquilo era uma guerra. Todos eles se tornavam apenas números.

Louis jogou o jornal no chão e começou a correr para seu antigo apartamento. Ele não olhou em volta, não se importou com sua cidade, apenas queria chegar em algum lugar seguro, algum lugar onde pudesse sentir tudo o que estava sentindo sem ser julgado.

Ele queria sua irmã, queria seus amigos, queria poder abraçar Harry e dormir em seus braços. Queria que tudo voltasse a ser como era antes da guerra.

Mas ele adentrou num apartamento vazio, empoeirado e gelado. Louis fechou a porta atrás dele e jogou sua cabeça contra a mesma, sentindo as lágrimas escorrerem por seu rosto. Quando foi que tudo começou a dar errado?

Ele escorregou suas costas pela madeira até sentar no chão, quando sentiu sob suas mãos papéis. Louis olhou para baixo e pegou os vários envelopes no chão. Alguns eram avisos sobre a energia e a água serem cortadas, mas apenas dois o interessaram: um de Lottie e outro de Gemma.

Ele abriu primeiro de sua irmã, para garantir que não estava sendo expulso do local. Datava de alguns meses atrás e Louis suspirou ao abri-lo e rever a letra de sua irmã mais nova.

Ele leu a carta inteira com o peito pesado: Charlotte havia se mudado para Los Angeles, estava morando numa linda casa perto da praia e com um bebê a caminho. Sabia que, a essa hora, a criança já havia nascido, e doeu saber que havia perdido tanto, isolado na Inglaterra.

Seu coração doeu ainda mais quando abriu a carta de Gemma. Ele conseguia ouvir a voz da garota em sua cabeça, cada palavra e cada frase. Era como se ela estivesse do seu lado. Louis queria escrever de volta para ela, mas não havia mais um endereço para onde mandar cartas. Ele teria que esperar alguém mandar algo, torcer para que não esquecessem dele... Isso se ainda estivessem vivos.

E então chegou a hora de ler o conteúdo anexado à carta: os textos de Harry. Foi aí que ele desabou. Desabou por tudo o que o seu garoto havia passado e ainda passava, desabou por saber que não estava lá por ele quando mais precisava. Louis deixou-se chorar como nunca havia antes, segurando aqueles papéis como se fossem as únicas coisa que o manteriam vivo.

Louis estava sozinho, com dúvidas e inseguranças o rasgando de dentro para fora, e tudo o que ele mais queria naquele mundo era que Zayn, Liam, Niall, Gemma, Eleanor e Harry estivessem a salvo. Queria que Harry conseguisse voltar a andar e que, por algum motivo, iria tocar em sua campainha e o abraçar de novo, nem que fosse uma última vez.

Mas, de algum jeito, ele sabia que isso não aconteceria. Portanto, quando ele sonhava com Harry, o que era praticamente todas as noites, enquanto abraçava seu travesseiro com força, quem poderia o julgar?

PS.: I Love You • l.sOnde histórias criam vida. Descubra agora