Reaprendendo A Amar

|QUATRO|

Término de passar o rímel, olho mais uma vez minha maquiagem no espelho, nada muito exagerado, estou usando um vestido azul marinho midi, com renda que minha mãe me deu, com uma sapatilha da mesma cor e com os cabelos enrolados que minha mãe demorou horas para fazer.

Levanto da cadeira e começo a andar em círculos pelo quarto, Mary tira os olhos da revista que estava folheando e me encara.

— Dá pra parar? Está me deixando nervosa. — fecha a revista e coloca no criado mudo, e pega o celular. Ela está usando um anel de compromisso do namorado, Scott, um anel que era da avó dele e que deve custar mais que minha casa.

— Se eu te contar uma coisa, promete que fica calma? — sento ao seu lado.

— Claro — cruza as pernas.

— Igor vai me pedir em casamento.

— Casamento?! — ela grita.

— Fala baixo! — vou até a porta e olho em volta, minha mãe não está, fecho-a.

— Você vai se casar? Como assim? —grita sussurrando.

— Sim, mas é surpresa. — ela me olha confusa — Igor quer que seja surpresa, mas eu acabei ouvindo sem querer ele conversando sobre isso com minha mãe.

— Sem querer? — cruzou os braços e arqueou as sobrancelhas.

— Talvez, eu tenha ficado atrás da porta por um bom tempo.

— Parabéns! — nos abraçamos — Só uma dúvida, quando ele vai te pedir em casamento?

— Pelo que ele disse, no jantar.

— Eu preciso ir para casa — diz pegando a bolsa e abrindo a porta — Tenho algumas coisas para fazer. Boa sorte.

Ela saiu me deixando sozinha e confusa.

Oito e meia, o encontro acabou e adivinha. Nenhum pedido de casamento! Fomos a um restaurante chinês, no centro da cidade e depois passeamos pelo parque. Mas agora eu estou me sentindo enganada e chateada.

— Tudo bem com você? — ele perguntou desviando os olhos da estrada.

— Claro — tentei parecer convincente.

— Parece chateada.

— Não foi nada — exatamente, você não me pediu nada! Nada! Nada!

— Chegamos, quer que eu te acompanhe? — Eu sei o caminho até a minha porta.

— Não, obrigada — saio do carro.

Caminho até a porta, antes de abri-lo alguém me chama.

— Já está noiva?— Mary pergunta.

— Não.

— Que pena, eu já estava encomendando meu vestido de madrinha.

—Acho que meu casamento vai demorar um pouco mais.

— Nem tudo acontece como a gente espera. Ah... Eu esqueci meu cachecol na sua casa, posso pegar?

— Claro — abro a porta.

Ao acender a lâmpada, vejo Igor a alguns metros de mim, segurando um buquê, ele vem até mim, me entrega as flores e fica de joelhos, ele respira bem fundo e começa a falar.

— Nancy Miller, você me daria a honra de ser minha esposa?

Meu coração estava acelerado e eu não conseguia conter o sorriso.

— Você fica fofo nervoso — digo.

— É só dizer sim ou não Nancy.

— Como você chegou aqui tão rápido? — pergunto e olho em volta.

— Responde menina! — minha mãe fala.

— Eu amei essas flores, onde você comprou?

— Para de torturar o garoto Nancy!

— É claro que eu aceito. É tudo que eu mais quero!

— Fim.

— Mas já? — Lucy pergunta sentando na cama.

— Eu prefiro quando o papai conta a história.— Jonh fala.

— Ah, é? Pois da próxima vez ele conta para vocês. Mas agora é hora de dormir.

— A tia Mary apareceu mais na história que o papai — Lucy diz.

— Eu também acho — Igor aparece na porta.

— Já que vocês têm pensamentos tão parecidos, convença eles a dormir, SuperPai.

Deixo ele com as crianças e me jogo no sofá da sala, ele volta dez minutos depois e senta ao meu lado.

— Eles já dormiram? — ele confirma com a cabeça — Inacreditável.

— Você não sabe contar histórias Nan.

— Não preciso me preocupar com isso, você vai fazê-los dormir todas as noites de agora em diante — sorrio e volto a assistir — Por que está me olhando assim? — ele sorri

— Eu realmente te amo Nancy McCall.

— Eu também te amo Igor McCall.

♥•♥•♥Fim♥•♥•♥

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