— O que pretende ganhar com isso, Marsala? – o homem do outro lado do vidro tinha sua voz abafada pelos canceladores de ruído.
— Não é pessoal, Henrique. Você sabe disso. – a voz calejada da mulher era doce e calma, assim como seu perfume que impregnava a sala de testes. Henrique estava preso em uma câmara de pressão usada para os testes de admissão da nave colonial. Memória, esse era o nome da nave que Marsala adentraria a poucas horas. — Joanna não vai ficar sabendo, só quando chegarmos lá. Não se preocupe, você terá um enterro apropriado. Imagine só que lástima se eu tivesse descoberto o que você pretendia fazer enquanto estávamos no espaço? Seu corpo velejaria gélido e sem vida por toda eternidade.
— Você não vai sair impune, Marsala!
— Bom Voyage. – A mulher apertou alguns botões na interface da máquina, que em poucos segundos já começava a exaustar todo o ar de dentro da câmara. Ela não ficou para ver o espetáculo. Era uma mulher velha, com seus setenta anos e tinha muito sangue nas veias para matar alguém, mas nem tanto para vê-los definharem.
Assim que virou as costas tirou um pequeno tablet de suas vestes brancas, seu nome estava gravado atrás. Com algum cliques entrou em uma vídeo conferência com sua secretária.
— Joanna? – sua voz era suave e amorosa. — Ah! Aí você está. Pode me fazer um favor querida?
— Claro, mãe. O que a senhora precisa? – Joanna havia puxado os olhos castanhos do pai e os cabelos rebeldes da mãe. Era uma menina pueril, mas não tinha um intelecto fraco.
— Preciso que você delete alguns dados para mim, sim? São apenas pessoas que desistiram da viagem de última hora, não precisamos dos dados deles enchendo nosso disco rígido, não é mesmo? – ela sorriu enquanto via a filha acenando sim com a cabeça.
— Quais são os protocolos?
— Estou te enviando nesse exato momento. Ah, e peça para alguém limpar o salão de testes número 09. Alguém vomitou quando saiu da câmara de pressão.
Com um sorriso e beijo de despedida ela desligou a tela. Seguiu com suas sapatilhas brancas pelo chão de concreto do edifício, estava no subsolo e tinha que chegar o mais rápido possível para a superfície, a nave já estava quase pronta e não podia deixar que contratempos a interrompessem. Foi de elevador, enquanto isso checou se os dados foram deletados, e foram. Não se preocupava em ter matado o pai de sua filha, tudo isso era pelo bem maior. Será que é mesmo? Chacoalhou a cabeça tentando tirar a culpa de suas costas.
A porta do elevador abriu-se, dando acesso a um grande salão espaçoso com várias mesas onde uma infinidade de engenheiros ainda trabalhavam para garantir o sucesso da viajem. Sua presença não foi despercebida, um antigo amigo veio a cumprimentá-la.
— Marsala! Se não é a dama mais bonita de nossa nação! – o homem quase calvo sorriu para ela charmosamente. Também era um embaixador, e falava com um forte acento venezuelano, eram amigos desde a faculdade.
— Ora ora, se não é o senhor Juan… Vejo que o tempo lhe fez bem. – ela o cumprimentou e logo botou as mãos em seu rosto carinhosamente. — Preparado para viajem? Estive pensando em você e sua irmã durante toda essa semana.
— Oh! Não tem nada a preocupar comigo. Minha irmã está indo bem no tratamento. Foi um golpe de sorte ter descoberto o tumor ainda em fase inicial. Você irá assistir o pronunciamento do presidente?
— Tsc, parece que você não me conhece tão bem assim. – ajeitou a gravata azul marinho do colega. — Eu fiz e refiz esse discurso mais de mil vezes, se eu tiver de assistir e ouvir a ele mais uma vez acho que fico louca! – os dois riram. — Vou ir para a nave, quero ver como estão os preparativos. E você, aproveite, não fique nervoso. Você nem devia estar vindo com seus problemas de pressão.
Ele apenas respirou profundamente e beijou a mão dela. Marsala andou até a maior mesa da sala, ficava no centro. Em cima dela vários papéis espalhados e vários tablets fazendo cálculos jaziam em cima, nada que ela não entendesse, sua primeira formação foi engenharia espacial. Alguns membros importantes de engenharia ainda estavam lá, o resto provavelmente já havia ido para a nave.
— Gláucio? – ela chamou. Um homem forte de dois metros de altura a respondeu. Usava uma blusa xadrez e ostentava longos cabelos presos a um coque.
— Senhora Marsala?! Que prazer! – ele a abraçou.
— Posso te pedir um favor?
— Mas claro! Depois do tanto que você me ajudou, como eu poderia recusar?
— Eu tenho um baú em meu escritório. Não é muito grande, porém não posso carregar, minha artrite vai atacar novamente se eu tentar. Essa viagem por si só é um risco para mim.
— Mas é claro, onde quer que eu deixe?
— Pode ser no quarto 123, na nave. Deixe debaixo da cama, lá ele vai estar seguro na viajem.
Dispedindo-se com um abraço e vários elogios Marsala saiu do salão, quando passou pelas portas deslizantes pode ver o tamanho da monstruosidade que seu país havia criado. Claro que isso não teria sido possível se não fosse pelas mineradoras na lua, elas financiaram e doaram a maior parte do material. Praticamente a única matéria que foi usada da terra foi o nióbio, para a confecção do motor que era de uma complexidade eletrônica que desafiava até mesmo as mais poderosas mentes. Quando a tecnologia de dobra foi descoberta para enviar mensagens logo sua utilização em objetos em larga escala foi rapidamente pesquisada.
Lembrava-se de quando ainda trabalhavam na Abraep – Associação brasileira extra planetária -, as manchetes rodaram o mundo inteiro em questão de minutos. Pesquisadores colombianos haviam descoberto uma forma de construir os delicados e complexos caminhos elétricos do motor de dobra espacial. Com a nave tendo um sistema de magnetismo próprio a fim de evitar danos por raios solares e outros tipos de radiação, fazer um sistema que não fosse afetado por ele foi um desafio. O nióbio deu um grande empurrão na pesquisa brasileira, com sua utilidade em ser um supercondutor de perca zero e também a sua resistência ao magnetismo.
Mas tudo isso agora ficou para trás quando viu a nave reluzente à luz do sol. Um corpo central cilíndrico com três braços espiralados saindo de si. Era tão grande que quase tocava as nuvens. Com suas milhares de salas e centros de controle ela era o ápice da humanidade em sua geração. A nave era feita de um metal escuro, feito para aguentar grandes velocidades e temperaturas extremas.
Grandes elevadores levavam as pessoas até o corredor principal. Ainda havia muitas pessoas para entrar, era difícil se locomover pela nave enquanto ainda estava afetada pela gravidade terrestre, seria mais fácil quando estivessem no espaço. Marsala não foi até os elevadores, foi escoltada por dois guardas que já a aguardavam, para que fosse levada até um elevador secundário, feito para os políticos e membros importantes da nave.
Quando chegou no último andar ficou sem fôlego ao ver como a nave havia sido projetada por dentro. As poltronas eram de um tom bege, todas fixadas no chão, juntamente com um desktop com duas telas e vários aparatos que somente os bem treinados conseguiam gerenciar. Não que aquilo fosse um problema, no núcleo do motor de dobra também estava uma inteligência artificial muito frágil, mas de grande utilidade. Uma inteligência positronica, ela que iria fazer a maior parte do trabalho.
O andar terminava em uma sacada varada, era possível de se ver lá de cima o ambiente abaixo. Uma praça com várias plantas e até mesmo uma fonte, lá embaixo também fora instalado várias poltronas, aquele era o salão diplomático. Marsala decidiu não falar com os membros do comando, não queria interrompelos no meio do serviço, apenas desceu para a praça é sentou-se em uma poltrona que ficava de frente para a janela que ainda estava fechada pelas persianas de metal.
Em poucos minutos o salão começou a encher com vários outros políticos e embaixadores. Não prestou nenhuma atenção a eles, não havia ninguém que merecesse sua atenção. Seus devaneios foram apagados pelo vibrar de seu tablet em seu peito. Havia recebido uma mensagem.
“ Olá amor. Estou vivo caso isso te interesse. Você pode fugir, mas não pode se esconder. Irei atrás de você até o último planeta habitável do universo. Com amor, seu marido. Henrique.”
Seus olhos esbugalharam-se e começou a vasculhar o salão em busca dele. Ele está na nave. Foi a única coisa que teve tempo de pensar quando o hino nacional do Brasil começou a tocar. Telões foram projetados nas persianas, era o anúncio do Presidente.
— A muito tempo atrás um homem disse; Esse é um pequeno passo para o homem, mas um grande passo para a humanidade. O nosso passado é turbulento, mas nosso futuro é grandioso e brilhante. A chave nos foi dada pelos cientistas, então agora que se abram os portões! E que nossos corações fiquem em casa, mas que nossas memórias e nossa pátria viajem às estrelas!
Um grande coro de gritos e palmas foi reproduzido pelo telão. Marsala por um segundo esqueceu que o pior erro de sua vida ainda estava vivo, e sorriu, sentindo orgulho de si mesma. Quando percebeu todos já estavam sentados e devidamente seguros em suas cadeiras.
— Senhores e Senhoras, quem fala é o vosso capitão. Marcos Agostini. Desejo a vocês todos uma boa viajem a nossa nova casa. A viajem é estimada para durar uma semana. Espero que aproveitem todo o conforto dado por essa nave. – Marcos desligou o microfone e se assentou. Girou sua cadeira para Lucas, que verificava novamente os motores de decolagem.
— Capitão, os sistemas de navegação estão 100% operacionais.
— Ótimo. Júlia? Maria?
— Sistemas de localização e defesa também estão 100%, senhor.
— Os propulsores estão prontos. As últimas sinapses foram carregadas com sucesso.
— Então tudo certo para a decolagem. Nesse instante os E.U.A e a Rússia também estão lançando os seus cruzeiros interplanetários, mas claro, nenhum deles se compara ao nosso. Vamos lá garotas!
Iniciando protocolo pré-decolagem.
Sistemas 100%
Calculando trajetória.
Iniciando motores de fissão nuclear.
10%
Assim que os motores foram impulsionados, todos sentiram um pequeno tranco e uma estranha sensação de estarem flutuando. Marsala sorriu, os motores funcionavam além do esperado, mesmo com dez por cento de carga ainda conseguiam manter a nave estável e voando. Do lado de fora da nave o público via um espetáculo digno de uma geração, os grande motores pulsavam e jogavam labaredas azuis contra a terra. Pessoas murmuravam como era incrível os sistemas de estabilidade que imbutiram na nave.
20%
A nave lentamente começou a subir. Marsala e as outras pessoas sentiam seu corpo afundar contra as cadeiras devido a força dos propulsores.
— Lucas, desse jeito nunca vamos sair nem da órbita da Terra.
— Haha, só estava aquecendo senhor. – Lucas começou a subir uma alavanca que tinha em seu painel, na tela era possível se ver a potência do motor aumentando a medida que ela subia, assim como a força que os puxava para baixo. Do lado de dentro tudo que era possível se ouvir era um fraco zumbido, mas do lado de fora era como se mil trovões tivessem caído no mesmo local.
Os tripulantes fecharam os olhos enquanto a Memória quebrava a atmosfera e saía dela. Poucos segundos depois um outro anúncio veio.
— Senhoras e Senhores passageiros, acabamos de entrar em órbita. Os propulsores de dobra já estão ligados, iremos completar uma volta no planeta em cerca de cinquenta minutos e iremos rumo às estrelas.
Um coro de palmas foi escutado. As persianas foram abertas, uma visão magnífica do mundo foi dada a eles, agora estavam sobrevoando o oceano Pacífico, em direção à África. Embora tudo tenha demorado trinta minutos pareceu que havia passado apenas alguns segundos, a teoria te ensinava a sobreviver no espaço, mas não havia nada sobre a prática de ficar sem fôlego ao ver seu planeta natal. Conseguiram também ver a lua cheia, com sua superfície salpicada de luzes brancas, os postos de mineração.
Curso desejado atingido.
— Ligar inteligência positronica. – disse o capitão. Um som de iniciação foi ouvido, e uma suave e pueril voz surgiu.
Sistemas de dobra ligados.
Acionando propulsores nucleares.
A dobra não era facilmente atingida, necessitava estar em uma velocidade considerável para que o motor funcionasse. Os braços em espiral do lado de fora da nave começaram a girar a medida que a nave acelerava. Um medidor de magnetismo apareceu na interface da tela do comandante. Ainda não haviam atingido o nível necessário, mas isso se sanaria com o tempo.
A nave cortava a imensidão do vazio como se fosse água, e novamente sentiram a pressão contra os bancos. Apenas com os motores nucleares eles chegariam até a borda do sistema solar em duas semanas, com o motor de alcubierre – de dobra -, em alguns minutos. Era previsto que atingisse velocidade terminal em alguns minutos.
— Senhores e Senhoras, irei diminuir a velocidade da nave e abrir o teto solar. – a nave foi parando de zumbir lentamente, o efeito foi perceptível, já não estavam mais quase fundindo à cadeira.
O teto foi abrindo-se lentamente, estavam na escuridão total. De uma porta de metal na extremidade do salão vieram vários homem com botas magnéticas, um por um eles colocaram nos embaixadores, logo todos estavam andando pela nave com os cabelos flutuando a esmo. O capitão ligou os motores novamente, mas dessa vez não sentiam mais o puxão, era como se ele fosse inexistente. Ao longe uma estrela ia ficando cada vez maior. Marsala olhava maravilhada para o universo.
— Aquela estrela é Marte. Vai desaparecer a medida que chegarmos perto. – disse Juan que se aproximou novamente.
— Eu sei. É só que… nunca pensei que eu estaria viva para ver esse dia chegar.
— Chegou viva, bem e ainda sexy. – Marsala riu
— Você não perdeu seu charme.
Antes que Juan pudesse responder sentiram um tranco na nave, e as luzes começaram a piscar. Alguns gritos foram ouvidos, mas depois de alguns minutos sem acontecer nada todos ficaram calados. Esperando que algo acontessece. Marsala olhou para cima, o capitão encontrava-se olhando para as câmeras de seu monitor e conversando a murmúrios com os outros assistentes.
— O que está acontecendo, Marco? – perguntou Júlia se aproximando.
— Ainda não sei. A nave reporta que houve algum dano nas docas, mas tudo está quieto.
— Ali! Aquelas são duas pessoas dentro de uma sinapse? – Júlia apontou. Duas pessoas estavam nos bancos frontais da sinapse, olhando apreensivos para a porta da doca. — As portas estão amassadas, consegue ver?
— Sim, mas….
Marco foi bruscamente parado por outro grande chacoalhar. As portas da doca estavam abertas. As câmeras pararam de funcionar, e o sensor de velocidade começou a apitar.
— Senhor, estamos indo muito rápido. A nave não tem capacidade de ir tão rápido assim sem ser em dobra. E os motores estão desligados.
Marsala percebeu que havia algo errado, assim como todos os outros. O ponto brilhante tinha desaparecido, mas agora ele tomava uma forma bem mais redonda, era Marte, estavam se aproximando em velocidades absurdas. A nave não tinha essa capacidade, ela sabia, havia ajudado a projeta-la.
— Senhores passageiros, peço que voltem aos seus lugares. – uma comoção geral ocorreu, com todas as pessoas tentando voltar para seus assentos. — Lucas, ainda estamos longe, ative os propulsores de fusão, nos maneje para não colidirmos contra o nosso amigo vermelho.
— Sim senhor. Vou manter os motores de fissão desligados. Temos que descobrir o que está nos impulsionando.
— Senhor, tenho outra má notícia. – disse Maria apontando para sua própria interface. — Estamos em uma velocidade absurda, e os campos geradores de magnetismo estão em seu máximo, se continuarmos assim ele irá fritar todos os componentes do núcleo de dobra!
— Desligue-os.
Assim que Maria os desligou a velocidade aumentou exponencialmente. O teto solar ainda estava aberto e todos o observavam apreensivos, a nave já estava quase do lado de Marte, em apenas alguns minutos. Outro tranco foi sentido.
— Senhor, nós já atingimos velocidade para dobra alguns minutos atrás. Devemos?
— Júlia, alguma coisa está nos impulsionando, se fizermos isso poderíamos ir de cara contra Alpha Centauri. – Marco estava apreensivo, seu cabelo estava pregando em sua testa molhada de suor.
Motor de dobra ativado.
— Júlia! Desligue isso, não dei permissão.
— Não fui eu que liguei! Nossos sistemas estão sendo controlados remotamente.
Entrando em fase em.
T menos 5
4
3
2
1
O capitão apertou alguns botões em sua desktop. Em questão de segundos a nave parou de vibrar e todas as luzes ficaram vermelhas, nesse momento foi quase impossível de se conter o pânico, algumas pessoas gritaram mas as outras conseguiram manter a calma diante o inesperado.
— Marcos… - a nave foi parando bruscamente.
— Sim, Júlia?
— Chegamos.
Marcos olhou para a interface em sua frente, as câmeras frontais mostravam com perfeição o planeta a frente, um grande mar azul, várias nuvens e dois continentes a vista. Podiam até ver que em um deles havia um grande deserto.
— Estamos indo muito rápido. – Alertou Lucas. — Desse jeito vamos colidir contra ele!
— Você já sabe o que fazer. – disse o capitão enquanto religava o motor principal. — Motor principal ligado! Maria, acione os braços em direção reversa em velocidade máxima quando eu falar, ok?
— Mas senhor! Ficaremos sem o escudo magnético!
— Júlia, acione todos os motores, menos o de dobra. Lucas ligue todas as sinapses e as encaminhem até às docas.
Os membros da tripulação olharam espantados para o capitão.
— Mas as sinapses são… - murmurou Júlia.
— As naves de escape. Eu sei, faça o que eu digo! Agora!
A nave rangia e estremecia a medida que os propulsores reversos entravam em capacidade máxima. Marsala e os outros embaixadores seguravam-se fortemente às suas cadeiras, rezando para que saíssem vivos daquela situação.
— A velocidade está diminuindo, mas ainda não é o suficiente! – disse Marco. — Lucas! As sinapses!
— Estão quase lá! Os sistemas estão danificados, vou conseguir colocar uma boa parte delas mas docas, mas não todas!
— Vai ter de servir! Maria, abra as portas exteriores e tranque as interiores, quero máxima pressurização!
A nave estremeceu, e assim que as portas foram abertas os alarmes começaram a soar. Estavam muito próximos do planeta, mais alguns minutos e iriam entrar na atmosfera com força o suficiente para destruir toda a nave no impacto.
— Lucas acione as sinapses. AGORA! Maria, máxima velocidade nos braços!
Em instantes o escudo magnético foi de 300% a 0%. Fazendo com que várias partes do delicado circuito de dobra fosse queimado pelos raios solares da estrela Alpha Centauri. A nave começou a entrar na atmosfera, via-se apenas um mar vermelho pelo teto solar, ela desacelerava bruscamente a medida que entravam no planeta.
— Ligar navegação automática. Recalcular rota para a massa de água mais próxima.
Atenção, impacto eminente. Atenção, docas abertas. Atenção, motor de dobra compromissado. Atenção…. Recalculando rota. Acionando overdrive.
Impacto eminente. Rota corrigida. Impacto eminente.
Impacto em….
….
….
….
….
Recuperando sistemas.
Sistema de suporte a vida 100%
Sistema de localização 100%
Sistema de navegação 97%
Sistema de dobra 0%
Sistema nuclear 79%
Diagnóstico pronto.
Casualidades 0%
Bem vindos a Alpha Centauri.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Alpha Centauri
Science FictionEm um futuro não tão distante, no ano de 2116, o Brasil é a maior potência mundial em tecnologia interestelar, com várias mineradoras espalhadas por todo sistema solar. Marsala, uma embaixadora, tenta de tudo para escapar de seu marido, que descobri...