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          CRISTINE OUVIU SARAH chamá-la, o familiar som da voz doce de sua melhor amiga a trouxe de volta a realidade.

A familiar decoração cor de pêssego, os objetos pessoais e o abajur ao lado da cama trouxeram-na conforto. Estava em seu quarto, a luz do sol entrepassava pela persiana e ela ainda vestia o mesmo moletom ensopado da noite anterior. Sentiu os lençóis úmidos debaixo do corpo, os fios cor de cobre colados nas têmporas e um vento frio subiu por sua espinha.

Por alguns segundos, sentiu-se aliviada.

O sentimento desapareceu assim que pousou os olhos nos cabelos azuis e olhos pretos de Kai. As informações da noite anterior ainda estavam confusas, mas uma delas permanecia intacta, e Christine pôde vê-la refletindo diante de seus olhos, tão real quanto a existência do universo, da lua e de todas as outras pessoas no mundo inteiro; parado em seu quarto, em pé, ao lado de Sarah estava ele.

Cristine gelou, sentindo um arrepio dos pés à cabeça.

Tine? — Sarah se aproximou, preocupada. — Ei, sou eu... tá tudo bem? — o rosto contorcido e o tom de preocupação na voz da amiga fizeram o coração de Cristine se contrair em culpa. Não seria a primeira vez que a menina desmaiava, o que, é claro, não tornava a situação menos constrangedora.

— Estou bem... — ainda sem graça e unindo palavras rapidamente, tentava inventar mais desculpas para as possíveis perguntas futuras de Sarah.

— É claro que está — a voz feminina e desconhecida vinha detrás de Sarah. Cristine remexeu-se na cama e olhou confusa para a melhor amiga.

Sarah deu um passo para o lado, revelando uma figura de uma menina loira e gordinha, alguns centímetros mais baixa. O sotaque dela era estranho e soava como uma música antiga fora do ritmo.

Christine fitava a garota em sua frente com uma enorme confusão estampada no rosto.

— Essa é a Leila — explicou Sarah, como se a conhecesse havia anos —, eles te acharam desmaiada na porta de casa e ligaram para o telefone fixo lá de casa. Eu não fazia ideia de que aquela coisa velha ainda funcionava... — seu dedo indicador apontou diretamente para o jovem de cabelo azul. — Aquele é o...

— Kai. — ele disse, exibindo um sorriso triste. Ele já havia se apresentado antes, mas Sarah não sabia disso. Para todos os efeitos, ele era o salvador e não o motivo do desmaio. Christina viu quando a amiga pigarreou e maneou a cabeça, sorrindo.

Não conseguiu evitar corar com o gesto. Ela conhecia muito bem aquela reação de Sarah; havia achado Kai bonitinho.

— Hum... — Christine pigarreou. — Então, ela também consegue vê-lo?

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