Capítulo vinte e dois: Iria é um verbo do passado

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Na minha cabeça passam mil coisas, quando ouço o que Carter me diz, não consigo ouvir, apenas baixo a cabeça e penso em toda meu trajeto. Não consigo evitar apertar minhas mãos em punho, ninguém entende porque não passaram o que eu passei.

— .. Está fazendo com ele o mesmo que fizeram com você — minha cabeça chega em um clarão, o olho nos olhos, suas mãos estão gesticulando agitadas. Coloco todo meu medo para fora.

— você não sabe de nada! nada!— Avanço para ele, o pego pela garganta e o levanto.

— tem uma vida bela, come todos os dias, E OS MEUS? VOCÊ SABE? ELES SÓ ESPERAM A MORTE! — minha pantera está aflorada, ela quer vingança, Carter acha que estou indo longe demais com minha punição ao xerife.

O jogo no chão.

— Se você não está comigo, está contra mim.

Carter se levanta, se aproxima com cautela, com as mãos levantadas.

— Estou com você Liv, sempre, mas isso? você está se tornando eles.

Começo a tirar minhas roupas.

— O que está fazendo? — Carter pergunta.

Eu nunca vi uma expressão tão grande de horror nos olhos de alguém quando minha última peça de roupa caiu no chão.

Me aproximo, quero que ele veja de perto tudo que sofremos naquele lugar, tudo que passei. quero que veja as marcas de chicote profundas nas minhas costas, e os milhares de cortes e hematomas e queimaduras que sofri.

O observo colhendo as informações da sua face, e vejo sua expressão de horror. Carter se abaixa pega minha blusa e a colocando meu ombro, e em seguida me abraça bem apertado. sinto sua respiração e uma pequena lágrima cai no meu ombro.

— Eu sinto muito Liv, mas você vai se quebrar, eu vou também, não deixe o sofrimento deles ser momentâneo, deixe que os prendam, que passem o resto da vida como fizeram você passar. A decisão é sua, vou ficar ao seu lado não importa o que acontecer.

Estou decidida.

...

Hoje é um típico dia de segunda de manhã, um dia lindo, perfeito para alguém sangrar até a morte.

Assisto ronronando enquanto um pequeno caminhão da Merceli para, aparentemente algo furou o pneu. Essa é minha deixa. Pego os dois funcionários desprevenidos e uma hora depois está tudo pronto.

...

— Os técnicos vão hoje? — Carter aperta mais sua arma nas costelas dele.

— Sim, o doutor quer que conserte o mais rápido possível, precisa ir pessoalmente... sim...

O homem desliga o celular, depois de confirma o que kelly nos contou.

— Você prometeu que iria nos deixar ir, se fizéssemos isso.

— Falou certo, iria. Lembrando que esse verbo está no passado querido — murmuro. Seus olhares assustados eram uma espécie de aperitivo. 

 

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Está quase no final :')

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