Híbrido?!?

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Sentado na escrivaninha do quarto, encaro a tela já escurecida do notebook.

Estava cansado... Não conseguia, nem conseguiria, escrever uma palavra sequer seja na música seja no livro.

Eu tinha consciência -ou inconsciência- disso, e mesmo assim encarava o meu reflexo enegrecido com esperanças de pensar em algo... Como um passe de mágica, talvez.

Decido sair, espairecer... talvez da mesma forma que as respostas aparecem na nossa cabeça quando vamos ao banheiro durante uma prova, minha história volte a se montar.

Com preguiça, devo admitir que com muita preguiça, visto um conjunto de moletom. Mesmo sendo inverno, eu tenho o costume -bom ou ruim- de andar pela casa com poucas roupas. Acho que apenas não morro congelado pelos aquecedores de ambientes espalhados pela casa.

Quando considero meu look quente o suficiente para me deparar com o ar gélido de Seoul, me obrigo a arrastar meu corpo cansado pela calçada.

Sempre tive um hobby em dançar, mas algo que superava minha admiração pela dança era a corrida. Na minha simples existência do sedentarismo, pessoas corajosas que caminham e correm na calçada no quente ou no frio são minha fonte de admiração.

É... talvez quando eu crescer...

Caminhando devagar e, vendo a vida cotidiana da cidade se desenvolver à minha volta, acabo chegando em uma praça. Apesar da rua um tanto movimentada que passa a alguns metros do local, o bosque por trás exerce uma grande influência sobre a falta de barulhos exagerados de automóveis no local agradável.

Uma brisa tranquila me acompanha até a sombra fresca de uma árvore, onde me deito sentindo a grama baixa pinicar meu rosto.

... . ...

As pessoas apenas descobrem quando adormecem ao acordar. E é isso que eu percebi ao sentir leves cócegas na minha perna, arrancando-me da plenitude do mundo dos sonhos.

Me sento ao mesmo tempo que estico os braços para acordar, olhando irritado para o lugar que voltava a incomodar... um coelhinho preto me cheirava.

- Own... que fofinho!- murmuro após um delay de tempo entre olhar ele e processá-lo.

Estendo minha mão com a palma voltada para baixo para acariciar seu pelo, mas o animal se encolhe assustado, saindo da minha zona de alcance. Não o pressiono, na esperança de que o coelho crie certa confiança em relação à minha mão.

O coelho demora algum tempo dividido entre fugir ou se aproximar. Tempo o suficiente para meu braço pedir por trégua e meus dedos arroxearem de frio.

Ele, enfim, se aproxima de forma desconfiada, esticando-se para cheirar meus dedos. Sua ação me provocou cócegas e ri baixo daquilo, vendo o animalzinho se encorajar para distribuir lambidinhas pelos meus dedos, aproximando-se mais de mim.

Em algum momento em meio aos afagos e carinhos sutis, o coelhinho faz menção de subir em meu colo, mas para e fica me olhando como se pedisse permissão.

Ri da minha própria infantilidade, me reprendendo mentalmente por acreditar que pensei nisso. O animalzinho apenas ainda estava com medo de mim...

- Pode vir garoto- bato em minha coxa para o encorajar e o pequeno pulo para meu colo sem muita dificuldade- aliás... você é macho ou fêmea ein?

Seguro seu corpinho o virando de barriga para baixo e defino, com meu limitado -quase nulo- conhecimento sobre animais, que realmente era um machinho.

Arrumo sua posição novamente em meu colo, afagando suas orelhinhas enquanto revezava-as com seu pelo gostoso.

A baixa quantidade de pessoas caminhando na praça e o excesso de casaco dos que se atreviam a sair de casa com esse frio comprovavam as notícias dos jornais: logo a primeira neve cairia.

Meu Coelhinho... (Jikook Híbrido)Onde histórias criam vida. Descubra agora