Capítulo 22

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| Cinco dias depois. |

  Faltavam dois dias para mim voltar para casa. E eu queria curtir, com Pietro, esses meus últimos dias aqui, bastante.

Infelizmente, em meio a esses dias, Ana voltou a frequentar a casa - o que me deixou um pouco, talvez, muito, incomodada. A Flávia que se encontrava sem ânimo algum após as visitas constantes de sua amiga, voltou a ser ela mesma.

Coloquei o colar que o Pietro tinha me dado no dia do réveillon, — a única lembrança — me olhando no espelho, toquei o pequeno coração escrito. Um sorriso nasce em meus lábios.

Desço as escadas, indo até a sala: vendo minha mãe, minha irmã e Carla sentadas no sofá, me esperando. Iríamos passear por alguns lojas da cidade.

Flavia tinha ido para casa de Ana, e Pietro resolveu ficar em casa, infelizmente.

— Vamos? — perguntei.

— Já era pra gente tá lá! — Vitória diz parando em minha frente, eu apenas reviro os olhos.

   ***

Passamos a tarde inteira no shopping, foi divertido até. Quando saímos eram umas 17h e, agora que estamos dentro do uber, indo para casa são umas 18h. As horas passaram em um piscar de olhos.

Subo as escadas, em direção ao meu quarto, tínhamos chegado na casa há alguns minutos. Entrei no quarto, pondo algumas sacolas em cima da cama. Eu tinha comprado um presente para o Pietro, certo que não foi com o meu dinheiro, mas foi com o de minha mãe, então... Está valendo!

Abro o guarda-roupas, pegando um vestido e minhas roupas íntimas. Entro no banheiro, que tinha do corredor. Ao entrar, fechei a porta e comecei a me despir.

   ***

Calcei minhas sandálias e sai do quarto, com a pequena sacola em mãos, em direção ao quarto de Pietro. Parei de frente, a porta estava fechada e para não passar por um possível constrangimento, bati levemente.

  Não obtive resposta. Repeti o ato, a espera dele abrir a porta. Dei meia-volta, caminhando até as escadas. Desci as mesmas, passando pela sala, não o vejo. Nem na cozinha.

  Onde será que ele está?

— Onde o Peitro tá? — me aproximei da mãe de Pietro.

— Deve está no quarto, por aqui ele não passou. — desviou o olhar da televisão para mim.

— Ah sim... — murmurei, dando um pequeno sorriso.

Ele deveria está no banho.

Voltei a subir as escadas. Parando em frente do quarto dele novamente, abro a porta dessa vez. Me deparei com o quarto escuro, não dava para ver quase nada. Ousei acender a luz. 

Não. Aredito.

Levei minha mão a boca involuntariamente, ao ver a decoração do quarto. Estava linda. A cama estava cheias de trufas ou bombons, sei lá, escrito com esses:

Quer namorar comigo?!

Na beira da cama tinha um urso gigante segurando um buquê. E ao lado tinha alguns balões em formato de corações.

  Oh. Mano. Do. Céu.

— Você não ia abrir a porta mesmo? Estou aqui há um século! — ouço a voz de Pietro. Ele tinha saído do banheiro. — Tentei ser o mais romântico possível, mas não é minha praia. — disse enquanto colocava as mãos no bolso. — Pra ser sincero foi minha mãe que deu a ideia.

— Isso tudo é para mim? — sorrio.

— Você ainda tem dúvidas? — ergueu as sobrancelhas.

Ri, balançando a cabeça negativamente.

— Eu... Eu só queria ter certeza! — dei de ombros.

Pietro estendeu uma caixinha para mim. Após abri-lá, tinha uma pulseira em formato de rosas douradas. Uau.

— Mandei fazer. — parecia um sonho! — Ei, Mc Brinquedo, você ainda mão me respondeu se aceita...

A sacola que estava em minha mão cai, e eu o abraço. Quase que caímos no chão. Sinto os braços dele, envolver minha cintura.

Olhei-o por alguns segundos, aproximando nossos lábios, e assim iniciando um beijo. Nossas línguas se encontravam em perfeita sintonia.

— Isso responde sua pergunta? — esbocei um sorriso, tocando seus lábios com meus dedos.

Pietro se afasta um pouco, pegando a caixinha, que tinha ido parar no chão. Em seguida, tirou a pulseira da caixa.

— Alianças só no casamento. — brincou ao colocar a pulseira em meu pulso.

— Muito obrigada! — selei nossos lábios.

— Agradeça minha mãe. — piscou.

— O que vamos fazer com essas trufas? — perguntei ao desviar meu olhar para a cama.

— Você ainda pergunta? — se afastou, indo até a cama. — As flores e o urso são seus.

— Sempre quis ter um urso desse para dormir comigo. — abracei o urso. — Lindo demais!

— Ei, eu posso ser melhor que o urso. — disse ao jogar uma trufa em mim. Mostrei meu dedo do meio para ele.

E lembrei-me do que tinha trago para o mesmo. Fui até a sacola, pegando-a.

— Isso aqui é seu. Não é nada comparado a isso, mas... — dei de ombros e entreguei.

— Puta que pariu! — exclamou, olhando para o moletom.

Não sei porquê, mas ele era fã da banda Pink Floyd, bom era o que eu sabia até então.

— Não gostou?

— Claro que gostei! Só estou surpreso por você ter lembrado, pra falar a verdade eu não lembro nem que disse que gostava. — riu. Bati em seu ombro levemente.

— Bobo! — sorri brincalhona.

— Eu sou o bobo da corte, e você é a princesa da corte. — me puxou para si.

— Desde quando existe “Princesa da corte”? — franzi o cenho.

Pietro deu de ombros e beijou o canto de minha boca.

    ***

Pietro fez questão de pedir permissão para minha mãe. Ela deixou e passou algumas regrinhas básica. O único, que eu tenho quase certeza que não vai gostar, é meu pai.

A mãe de Pietro, começou a falar que já estava prevendo isso e que adorou a notícia. Disse que eu era a melhor nora que ela poderia ter... Melhor nora porque é a primeira.

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