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         OS CINCO FORAM cuspidos, um atrás do outro, sobre o piso irregular de concreto

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         OS CINCO FORAM cuspidos, um atrás do outro, sobre o piso irregular de concreto. Lino, mostrando os dentes em um sorriso vitorioso, foi o único que manejou ficar em pé. Ao cair na superfície dura e empoeirada, Kai olhou para trás e viu a fenda da qual fora arremessado. Seu estômago se contorcia enquanto via tudo à sua volta girar — e embora estivesse familiarizado com os efeitos que se sucediam à viagem dimensional, seu corpo nunca reagiu bem às travessias mais longas pelo portal.

Estavam todos em um corredor estreito e úmido. Leila e Sarah ainda estavam caídas. À direita, Christine apoiava-se na parede e tentava se levantar, a cabeça ainda girando.

Havia uma rachadura enorme na parede e um brilho multicolorido emanava do buraco aberto, onde formas negras amorfas começavam a se misturar às luzes. Kai, afundando em ansiedade, flexionou os joelhos, apoiou a mão esquerda no chão e impulsionou o corpo para cima o mais rápido que pôde.

Ervhemera — disse ele, já de pé, estalando os dedos da mão direita, vislumbrando o emaranhado de luzes desaparecer. Um suspiro aliviado escapou de seus lábios, menos um problema.

— O que eram aquelas sombras? — perguntou Sarah, com um olhar assustado estampado no rosto.

Aquilo eram Criaturas Escuras. — respondeu Kai, enrugando a testa, com o olhar fixado na parede. Gotículas de suor cobriam seu rosto e a respiração estava irregular, nenhum deles conseguiria lidar com um ataque das criaturas escuras naquelas condições. — Acredite, você não vai querer saber mais. — o garoto cambaleou, apoiando-se nas largas paredes até alcançar a rua principal, seguindo seu caminho sem esperar pelos outros.

Lino levantou-se sem grande dificuldade logo em seguida e esticou um dos braços na direção de Sarah, que ainda permanecia caída no chão. A menina negou a ajuda, deixando Lino com o olhar perdido e as mãos formigando; afastando-o para longe com um leve empurrão, ela jogou os cabelos para o lado esquerdo, apoiou-se na parede e impulsionou o corpo para frente. Atrás dele, Leila riu.

— Isso aí, Girl Power — comemorou Leila, desferindo um soquinho no ar —, não precisamos ser resgatas.

Lino revirou os olhos.

— Onde estamos? — a voz trêmula de Christine preencheu o corredor. A menina levou uma das mãos até a lateral da cabeça e grunhiu. Eram como se mil e uma farpas afiadas estivessem alfinetando-a continuamente.

— Em Páris, ma chère amie — cantarolou o garoto, com peso na voz, adicionando um sorriso contagiante nos lábios ao finalizar a frase, fazendo os olhos de Sarah brilharem. Apesar da postura arrogante, ela tinha de admitir: não era tão ruim assim olhar para ele. — A cidade das luzes, do amor e de todas aquelas coisas — acrescentou.

— Precisamos ir logo — enfatizou Leila —, já está começando a entardecer e vocês duas devem estar exaustas da viagem... Ainda me lembro da primeira vez que utilizei um portal...

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