Capítulo único

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A pequena garota andava animada pelos corredores da escola, guiando seus pais para a sala onde ocorreria sua apresentação. Uma peça de teatro, sua turma ficara com Branca de neve, a mesma seria interpretada pela garotinha.

-Vamos papai! Não podemos nos atrasar. -Ela chamou o pai, sorrindo largamente por aquela ser a primeira vez em que ele ia a um de suas peças, ele, sempre ocupado com o trabalho, não podia comparecer aos eventos escolares da filha.

-Meu bem, não vamos nos atrasar, chegamos uma hora antes. -Ele fala sorrindo, colocando os longos cabelos negros atrás da orelha.

-Sebastian tem razão, Mercy, não vamos nos atrasar. -Foi a vez do outro pai falar, sua mão era constantemente apertada pela filha.

Depois de passar por alguns corredores, eles finalmente chegaram à quadra onde a peça iria acontecer, os pais pegaram um canto na frente, ansiosos para ver Mercy se apresentar. Todas as turmas tinham sua história de conto de fadas, todas as crianças pareciam se empenhar e se divertir encenando, e então, a turma da garota começou a se apresentar.

Mercy estava linda, seus cabelos negros e longos presos num coque, a roupinha de branca de neve um tanto folgada nela, e aqueles olhos azulados que tanto lembravam os do pai. Sebastian se sentia orgulhoso, sempre se sentira orgulhoso em relação à filha adotiva, mas ali,quando finalmente teve a chance de assistir sua apresentação, ele se sentia mais do que orgulhoso.  Segurando a mão do esposo e sorrindo de canto, sem tirar os olhos da garota. Ao término da peça eles se reuniram, Mercy correu para os braços do pai e o mesmo a colocou no colo, dando vários abraços e beijos nela.

-Pai, o que achou da apresentação?

-Estava perfeita, você estava perfeita! Branca de neve. -Sebastian afagou os cabelos da jovem, olhando para os lados ele vê seu esposo se aproximar. -Onde estava?

-Eu estava falando com a diretora, ela me entregou o boletim da Mercy. -Ciel olha para a garota, era incrível como ela sempre ficava ansiosa quando era mencionado boletim, mesmo que suas notas fossem sempre altas. -Não se assuste meu bem, você conseguiu ótimas notas, como sempre. Estou orgulhoso.

-Obrigada papai!

A jovem esticou seus braços na direção do azulado, um pedido silencioso para ficar em seus braços. Enquanto segurava a garota, Ciel pediu para que Sebastian assinasse o boletim da filha, entregando-o uma caneta e o papel. Ao pegar o papel e a caneta, suas mãos vacilaram deixando-os cair no chão.

-Huh? Deixa que eu apanho. -O menor falou, apanhando o que havia caído e entregando ao marido novamente. -Eu vou ali com a Mer, vamos comprar algo parar comer, você poderia assinar isto e entregar a diretora por mim? Sabe, ela deve querer ir falar com as amigas e eu não quero deixa-la sozinha.

-Claro, pode deixar.

(Alguns dias depois)

O jantar era servido para o marido e a filha, Ciel se concentrava em lavar a louça, todos estavam em silêncio, nem a garotinha estava a falar. Enquanto comiam, Sebastian deixou seu garfo cair, sentindo novamente sua mão travar. Ciel olhou-o pelo canto dos olhos, ele andara muito desastrado nos últimos dias, sempre derrubando as coisas ou deixando-as cair. Sempre que acontecia, o menor pensava no quanto seu marido era desastrado.

-Ciel...

-Sim?

O azulado se vira para falar com o moreno, se assustando quando viu a expressão de medo no rosto do outro. Aquilo soou como um alarme, rapidamente ele lavou as mãos e pegou as chaves do carro, indo com a filha e o marido para o mesmo. Rapidamente dirigindo para o hospital.

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