19 - Queda Livre

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- Criança, você não é boa o suficiente para mim. Para nenhum de nós na verdade. E isso significa que não é boa o suficiente para qualquer coisa que venha de Edgar.


- Wolf, isso é discutível.


Levanto a espada ao nível do queixo de Wolf. Karina e Tony param, eles querem ver o espetáculo que isso vai se tornar.


- Eu estou gostando da sua atitude Garota! - Um sorriso sarcástico e uma gota de suor é o que consigo ver de Wolf, ele não está satisfeito com a nossa ultima batalha.


Ele levanta a espada rapidamente, sua velocidade é impressionante, reconheço isso, não sabia que ele era tão rápido ate ver hoje, mas eu não estou muito atrás dele, a sua espada se encontra com a minha, jogando-a para o lado, mas não surte efeito, não sei como, eu devolvo com um giro para trás, que leva a minha espada diretamente a um ataque certeiro, eu não me importo, vou machuca-lo se necessário, e minha espada acerta a lateral de seu abdómen, um rasgo pode ser visto abaixo de sua costela. Ele contorce ligeiramente o rosto, criando uma expressão um tanto hilária.


- Isso foi...


- Desculpa... Não estou ouvindo.


Ele dá uma investida quase fatal, mas desvio, também me feri, e a dor é realmente intensa, ele me acertou quase no mesmo ponto em que o acertei. Ele esta me copiando. Isso não é bom, me trará problemas, preciso pensar rápido, e isso é urgente.


- Parece que você gostou disso.


- Mais do que você acha. - Dou um sorriso malicioso. Estou blefando com ele. Eu ainda não pensei em nada que possa usar contra ele. Se pelo menos em algum aspecto eu fosse superior. O que eu posso aproveitar do meu conhecimento?


- Adrenalina!


- Oi?


- Nada - dou um sorriso um tanto sincero, por que já sei como virar um relâmpago! - Tempo! Parar! - Wolf me encara, paralisado, isso deu certo, já sei como me sair melhor sobre outras pessoas.


Eu golpeio fortemente no corpo de Wolf. Com a lateral da espada, sem a parte do corte, essa luta foi muito intensa, so quero coloca-lo para dormir.


- Tempo! Andar!


O corpo de Wolf cai no chão. O sangue que foi derramado durante a batalha está no chão, eu me sinto fraca, e não é para menos, a Adrenalina do meu corpo está perdendo efeito. Eu estou com as pernas moles, e caio no chão, Tony vem correndo.


- Você esta bem Mari?


Levanto a cabeça com um sorriso sincero, e respondo:


- Melhor do que nunca! - Tenho vontade de gargalhar.


Pan chega com o composto de carbono e passa sobre minha ferida. Ele vai até Wolf e passa sobre as feridas dele também.


- Foi inteligente Mari! - Pan


- Obrigada!


- Alguém me explica duas coisas por favor: Um, o que a Mari fez que parou o tempo, e o que foi inteligente. - Tony.


- Bom, são a mesma coisa, ela aproveitou a adrenalina presente no corpo de todos nós para fazer uma diferença de percepção de tempo. Enfim, traduzindo para nossa lingua, ela acelerou a percepção de tempo dela por diminuir a nossa. - Pan


- Sim, quando o cérebro passa por altas doses de adrenalina, o tempo pode se flexionar, ou seja, eu atordoei o tempo do Wolf por confundi-lo, eu literalmente o paralisei. E digamos que isso me deu entre aspas velocidade. Mas não funciona muitas vezes... Pode ter efeito diminuído ao longo dos usos por certas pessoas. - digo.


Karina sorri.


- Podemos dar um tempo de combate agora, mas eu ainda quero mostrar uma coisa para vocês - Karina disse.


dando as costas e indo ao outro lado da sala, ela chega em frente a uma parede, e uma porta se abre, outro elevador, entramos, Wolf subiu e se deitou, então estamos apenas nós quatro, o elevador começa a descer, mas dessa vez demora quase um minuto para o elevador parar. Quando a porta se abre, vemos uma sala com apenas alguns equipamentos em uma pequena parede ao nosso lado, a sala com uns quinze metros de altura é quente, e tem vários pontos de concreto que sobressaem do resto da aparência cúbica da sala.


- Peguem, não se preocupem, isso passa por um instituto tecnológico da resistência - ela da um pequeno sorriso sarcástico.


- Aliviado - Pan é mais sarcástico ainda.


Eu simplesmente pego um e coloco sobre minha cintura. Lembra um cinto de tirolesa, mas é mais resistente, feito de algum material que lembra fita de carregamento, sua utilização está un tanto obvia, é um dispositivo para a movimentação vertical. Karina pega um para ela, e prende um sensor em sua mão, o sensor tem um pequeno fio, que é ligado ao cinto.


- Me acompanhem - diz Karina com um olhar um tanto malicioso - se puderem.


Sua mão levanta e ela praticamente desaparece, é puxada com força por um cabo, e para em um canto superior da sala.


Eu olho o sensor, ele tem um pequeno botão. Miro a parede e aperto o botão, uma corda é projetada do cinto, bem resistente e leve, com um gancho na ponta. O gancho chega a parede e perfura-a, sinto um tranco, e já estou no ar, esse torque é muito forte, mas a velocidade é imensa, estou em menos de um segundo ao lado de Karina, pendurada na parede, com os pés apoiados na parede, e o corpo de costas curvo para cima. Tony para ao meu lado, entre Karina e eu.


- Isso é divertido.


- Então tente isso: - Karina


Ela solta seu cinto, e começa a cair verticalmente rente a parede, e antes de encostar no chão, ela se vira, incrivelmente rápido, e engancha no outro canto da sala, e abre um pequeno voo pela sala, desengancha e volta ao nosso lado. Tony vai na frente, executa quase que perfeitamente, mas não tem o mesmo equilíbrio que Karina. Ele quase bate as costas no chão, mas faz igual.


Eu dou um pequeno pulo da parede enquanto libero o cinto, começo a cair. Viro em direção a parede, e aperto o sensor que lança o cinto, mas nao funciona, eu estou de ponta cabeça, essa queda será fatal, fraturarei todos os ossos importantes de minha nuca, fora um traumatismo craniano. Eu... Vou... Morrer... Assim?


A queda parece infinita. Tony e Karina ficam paralisados, posso ver o rosto de ambos, Tony grita se desculpando, o tempo está passando a uma velocidade pequena, uma câmera lenta passa por todo o ambiente. Eu estou a poucos metros do chão nesse momento. Vou mesmo morrer assim? Uma fratura séria na coluna vertebral? Estou a menos de cinco metros do chão, ouço um som como o de uma flecha se projetando no ar, e de repente estou logo acima de uma rede, mas, de onde ela veio?


- Você tem que tomar mais cuidado Mari... - Martin diz, saindo de um canto escuro da sala, Segurando um arco e uma pequena aljava nas costas.


- Isso foi um erro meu - Karina diz, parando ao meu lado, Tony vem logo atrás. - O equipamento não foi cem por cento testado ainda... Me desculpa Mari, eu quase te matei.


Balanço a cabeça dizendo que tudo bem, mesmo com o fato do ocorrido.


- Está tudo bem agora, mas eu estou cansada, foi muita... Informação... Por assim dizer.


- Mari, por que você não sobe e dorme um pouco? - Martin


- Pode ser.


Ando de costas para eles, indo em direção ao elevador que viemos, e subo pela sala.

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