Lithium | H.S |

▪My place among the ashes▪

"Dane-se, isso dói, eu não vou mentir. Não importa o quanto tente, metade das palavras não significam nada e eu sei que não ficarei satisfeito então tento ignorá-lo ."

Chapter One🔸

Mansão Styles 16 anos antes.

Meus joelhos doem mas não posso  parar. Preciso continuar correndo ou ele vai me alcançar. Forço minhas pernas a continuar o caminho, lá na frente tem outra curva e é sempre nessa hora que eu falho. Mas não dessa vez.

Me aproximo mais da curva e sinto uma gota de suor escorrer pela minha testa fazendo uma mecha do meu cabelo castanho grudar em minha pele. Arrisco um olhar pra trás e meu coração já acelerado, dispara ainda mais quando o vejo quase próximo de mim me fazendo ficar ofegante.

"Ele não vai me alcançar"

Murmuro baixinho sentindo minha garganta seca.

Quando estou perto da curva abro um sorriso achando ver a luz do túnel. Mas, bem nessa hora meus joelhos parecendo programados para falhar num determinado tempo, fraquejam me fazendo tropeçar numa pedra me levando ao chão de terra batida.

Sinto uma dor em meu joelhos e os vejo sangrar e faço uma careta de dor. Quando estou me levantando algo passa por mim fazendo um leve vento  soprar. Era ele me ultrapassando, meu irmão Héctor.

  — Boa sorte da próxima vez otário!

E mais uma vez sou deixado para trás sangrando e sozinho como o bom perdedor que eu sou.

Nessa hora uma raiva me toma e eu jogo a pedra que me fizera cair bem longe acertando a janela da Mercedes da minha irmã mais velha Gemma.

"Oh ela vai ficar irada"

Abro um sorriso carregado de raiva e saio andado como se eu não tivesse feito nada. Meus joelhos ainda sangram e isso me faz me sentir melhor, porque talvez assim mamãe possa me dar um pouco mais de atenção.

Adentro os portões de casa fazendo sujeira e vejo mamãe parada perto da escada falando algo com uma de nossas empregadas. Abro um sorriso e saio disparado em sua direção forçando algumas lágrimas cair.

— Mamãe olha! — Atraída pela minha voz chorosa minha mãe me encara com o semblante preocupado.

— Harry! Querido o que houve?

Minha mãe me segura pelos ombros se abaixando pra ficar da minha altura e limpa uma lágrima do meu rosto pálido. Meu eu interior da um pulo de felicidade por ter conseguido sua atenção.

— Eu estava correndo com o Héctor, mas cai! — Faço um pequeno bico e minha mãe bufa impaciente.

— Por Deus, Harold! Você já vai fazer nove anos, quando vai parar com isso? Não vê que você só se machuca? — Sua voz saiu num tom zangado e nessa hora meu irmão entra correndo e se joga nos braços da minha mãe a tirando de perto de mim.

— Mamãe! Eu venci o Hazz de novo, daqui apouco eu vou poder competir de verdade!

Eu fecho minha cara de novo e minha mãe abre um sorriso alegre.

— É meu anjinho? Parabéns! Estou orgulhosa de você. — Ela o abraça e eu fico os encarando e dessa vez as lágrimas escorrem de verdade pelo meu rosto. E mais uma vez a atenção que era minha ele me tirou.