Capítulo um.

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   - Você não irá sair de casa hoje Alicia, não adianta insistir. Você viu nos jornais que ultimamente essa cidade está um caos. - Maria disse tentando não soar de forma grosseira.

   Sorri cinicamente. Hoje acontece a inauguração da boate Clash e pra variar mamãe não me deixa sair de casa. Toda a galera do terceiro marcou de ir lá hoje. Mamãe sempre com o mesmo argumento de "a cidade está perigosa, viu no jornal a troca de tiros que aconteceu hoje?".
   Porra, não me fode.
 
- Ah mãe, tudo bem.- estamos a um longo tempo nessa discussão, cansei.

-Vou pro meu quarto e passar a noite em um profundo e relaxante sono. - disse sorrindo tentando passar verdade no que disse.

  Mamãe abriu seu melhor sorriso e apertou minhas bochechas.
- Sabe que faço isso porque desejo seu bem, não sabe? - as apertando ainda mais.

- Yaaa omma!! Eu sei disso. - disse tentando soltar suas mãos que estavam deixando minhas bochechas petrificadas.

Olhei em volta e vi o dorama que ela estava assistindo em nossa tv na sala.

- I'm not a robot? Não acha que está velha demais pra esses romances adolescentes? - perguntei rindo e ela me soltou.

- Aish, mas essa geração de hoje em dia não respeitam seus pais como antigamente. - disse me dando um peteleco.
- Omma! Isso doeu.- exclamei. Ela me virou as costas e voltou a assistir deitada no nosso grande sofá de sala.

    Subi as escadas de mármore correndo e fui para o meu quarto.
  Passando pelo branco e longo corredor, vi fotos da minha família em quadros. - Sorri ao me lembrar desses momentos. Saudades.

  Duas vezes  por ano vamos ao Brasil vermos nossos familiares. Criei um grande vínculo com eles, mas aqui em Seul somos eu e minha mãe.
  Continuei andando e parei em frente a um quadro.

Uma foto minha e dos meus pais juntos.

 Coreano safado.

   Foi pro Brasil trabalhar um tempo mandado por uma empresa e conheceu minha mãe.

  Omma disse que foi amor a primeira vista, assim, logo de cara.
   Me pergunto se ainda irei sentir isso algum dia.

 Ela engravidou e até os meus 5 anos continuamos no Brasil. Depois meu pai disse ter recebido uma proposta irrecusável e fomos para a Coréia.

Mamãe aprendeu a língua coreana mas ainda tinha uma certa dificuldade no início. Mas conseguimos nos habituar a um novo país,sua linguagem e cultura.

    E como nem tudo são flores, meus pais depois de um tempo começaram a discutirem sempre. Até que em um certo dia, appa nos deixou uma carta dizendo ir embora por não aguentar levar uma vida em que pra ele não tinha verdade, dizendo que viver conosco era uma rotina massante e que ele era muito mais que um homem casado e pai.

- Tudo bem, não sinto sua falta seu velho do olho fechado. - ri comigo mesma olhando o quadro e continuei rumo ao meu quarto.
 
- É isso aí gostosa, hoje é seu dia pra fazer Park Hyung-sik te notar. Não perca essa oportunidade. - disse nervosa a mim mesma.
  Meu celular tocou.

  Deve ser Jenna, minha melhor amiga e quem vai limpar minhas lágrimas hoje caso nada der certo com Hyungsik.
    Sou apaixonada por ele desde os meus 14 anos. Nos conhecemos na 8° série,  assim que ele chegou de Gyeonggi.

  Em seu primeiro dia de aula a professora o mandou sentar ao meu lado. Sou imensamente grata à ela até hoje.

    Fiquei super nervosa pois sua beleza era de deixar qualquer um sem ar. Justo no dia em que eu estava acabada por perder a carona da mamãe e ter que ir pra escola correndo tive um Deus Coreano como dupla. Estava tão soada.- Aish, minhas bochechas ficam quentes só de lembrar.
   Ele sentou ao meu lado, sorriu e puxou conversa. Como uma pessoa pode ser incrivelmente linda e educada? Fiquei impressionada.

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⏰ Última atualização: May 19, 2018 ⏰

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