A pintura

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Aos poucos me acalmei e Justin me soltou. Estávamos em silencio a um bom tempo.

—Melhor eu voltar para meu quarto — falei um pouco perdida naquela sala.

—Não, nosso encontro ainda não terminou. — Justin sorriu de lado e estendeu a mão, a segurei receosa e ele me puxou até o outro lado da sala, onde tinha um cavalete de uma tela.

—Está em branco — falei quando paramos ao lado da tela.

—Porque eu vou pintar — ele disse um pouco misterioso, o que me fez olha-lo surpresa.

—Você que pintou todos esses quadros? — perguntei pasma com sua habilidade.

—Sim, minha mãe ama pintura e acabou me levando as aulas dela. Então, desde pequeno eu tenho aulas.

—Jurava que era de algum daqueles artistas que estudamos na escola. — falei admirando as obras.

—Entenderei isso com um elogio, o maior até agora — olhei para o loiro sentando na frente do quadro e sorri.

—De nada — disse fazendo ele ri. Realmente ele pintava divinamente bem. — O que vai pintar? — perguntei voltando para perto de Justin e parando atrás dele, apoiei meu queixo em seu ombro fazendo ele me dar um beijo na bochecha.

—Você! — afastei meu rosto para poder olha-lo e ele riu da minha cara confusa — Vou fazer um quadro pequeno porque para fazer detalhado como esses outros leva muitas horas, outro dia faço um assim.

—Quer dizer que todas as selecionadas ganharam um quadro? — perguntei dando a volta no cavalete e ficando de frente para ele.

—Até agora nenhuma, mas ainda falta gente. — ri de sua tentativa.

—Me sinto especial. — falei e ele sorriu de uma maneira diferente.

—Você é — Justin me olhava de maneira apaixonada, o que me deixou confusa. — Agora sorri — ele falou e assim fiz — Fica parada, quando puder se mexer eu aviso — tentei segurar o riso fazendo ele levantar as sobrancelhas e me olhar.

—Desculpa — pedi com as bochechas vermelhas. Era estranho ficar parada para alguém fazer um quadro.

Fiquei ali parada, minhas bochechas já doíam, não sabia o quanto tempo estava ali parada. Minha perna começou a tremer.

—Você está bem? — Justin perguntou e eu neguei.

—Tudo está doendo –—ele riu fraco.

—É normal, pode descansar, já estou acabando — concordei voltando a mesa e me sentando, dei um longo gole no suco tentando me acalmar.

Fitei seu copo e segurei o frasco tirando do meu sutiã, intercalei meu olhar entre o copo e o frasco. Aquela era a oportunidade, estava apenas nos dois. Não teria outro momento como esse. Fitei o loiro por longos segundos, estava tão sereno pintando. Justin tinha sido tão gentil nas vezes que nos encontramos. Eu ainda não o conhecia, mas eu não conseguia fazer isso com ele. Guardei o frasco novamente e senti a dor de todas as surras que havia levado de Brian.

Alguns minutos depois ele se levantou e veio até mim com o quadro. Justin se sentou na cadeira ao meu lado e estendeu o quadro, peguei o mesmo e analisei o belo trabalho.

—Não estamos nesse cenário florido. — falei vendo que ele tinha feito como se fosse um jardim atrás de mim.

—Eu tenho imaginação. — sorri — Gostou?

—Sim, muito. — falei encantada com a pintura, estava divina. — Ficou perfeito. — disse e olhei para seu rosto, ele estava tenso, mas agora sorria largo.

Choices of the heart 1 - A seleção do príncipeOnde histórias criam vida. Descubra agora