q u a r e n t a & u m

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Segurando a minha mala, Andreas me indica gentilmente o quarto que irei ficar em sua casa. É tudo lindo e eu agradeço mentalmente por ele não estar sendo o babaca de sempre.
Ele não me questiona, não dá em cima de mim ou qualquer coisa. Parece preocupado e age de todo modo calmo e carinhoso. E eu suspiro em agradecimento a Deus por ter ele naquele momento.

Quando deixei o apartamento de Antoine da maneira que eu estava, aos plantos, liguei para meu irmão Ander numa tentativa frustada de que me atendesse mesmo quando eu sabia que ele estava podre de bêbado naquele hotel com os caras do Manchester.

Eu precisava de ajuda, de colo, de conforto, precisava de alguém que me ajudasse a superar aquela barra complicada de uma maneira certa.
Eu estava perdida. Me sentia numa encruzilhada, acuada e sem defesa. Sem absolutamente nada.

Foi então que liguei para ele. No hospital.

De alguma forma, eu confiava em Andreas por tudo que vivenciamos. E sabia que ele jamais iria me desapontar num momento assim... Estava certa.

Ele prontamente me convidou a ir para Valencia. Através de uma ligação desesperada, eu contei tudo. Ele me pediu calma e providenciou passagens para que eu pudesse ir até ele.

Eu fui.

Preferi ter de implorar socorro à um ex problemático do que simplesmente ir até aquele hotel com a cara manchada em meio ao meu caos sabendo que passaria vergonha na frente de todos. Que faria vergonha a minha família.
Podia não ter muita coisa na vida, mas tinha uma reputação na Inglaterra.
Diferente da Amber de Madrid, sem escrúpulos e libertina, na Inglaterra eu ainda era a Amberly Herrera irmã/filha perfeita.

E tinha o David hospedado lá.

Ele ia jogar na minha cara o quanto esteve certo sobre aquelas palavras. E ele estava certo, mas eu não queria ouvi-lo. Nem ele, nem ninguém. Eu ainda estava magoada e dolorida. Ainda estava triste e afetiva pensando em milhares de maneiras de dissipar aquela dor ácida e cruel.
Por um instante eu queria me cegar dentro de uma bolha e ficar lá, oprimida e calada sem ter de ver ninguém. Sentia como se todos olhassem pra mim com o pesar como se soubessem o quão ruim eu fui para não ter sido amada o suficiente por alguém.

Chorei no taxi.
No elevador.
Na rua.

Cheguei aos plantos naquele apartamento. Me sentia completamente devastada ao mesmo tempo que uma voz na minha mente ria de minha cara por saber que jogadores de futebol eram aquilo. Que eu sabia que aquilo iria acontecer, mas me ceguei.

Peguei os meus pertences importantes naquele maldito lugar cheio de lembranças e sumi pelas ruas da cidade. Caminhei por lugares lindos desejando morrer em todos eles até chegar num ponto tão doloroso mentalmente e fisicamente que a dor insuportável me fez cair no chão.
No momento do susto, digitava qualquer número conhecido no celular e pressionava a mão contra a barriga esperando um novo táxi passar a aquela altura da noite.
Foi então que aquele senhor de idade enviado por Deus parou o carro e me ajudou. Deixou de lado a sua reputação automobilística e me levou num piscar de olhos para o hospital central da cidade.

STRIPPER [GRIEZMANN] ✨Onde histórias criam vida. Descubra agora