Humor Negro

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Christopher Goldschmied

Eu subi para o segundo andar e sentei-me exausto no sofá da minha sala. Suspirei e descansei a minha cabeça no encosto. Eu estava estressado por causa de tudo o que aconteceu e a minha cabeça estava cheia.

Fechei os meus olhos e apreciei o silêncio e a sensação de estar finalmente sozinho. Eu gostava de visitas, mas a verdade é que eu não estava com muita paciência para isso nesse momento.

Senti algo em minhas pernas e abri os meus olhos assustado.

Deparei-me com a Kira se sentando em meu colo ao mesmo tempo que começa a se despir.

Pensei que ela tinha ido embora junto com os outros...

Eu segurei as mãos dela para que ela parasse de tirar a roupa e suspirei.

— Kira, estou cansado e ainda estou um pouco dolorido do acidente.

— Eu vou fazer você se esquecer a dor — Ela continuou a tirar a roupa e ficou vestida apenas como uma lingerie sofisticada — Me toque... — A loira pegou a minha mão e a colocou em seu peito — Não acha que eu sou bonita, Chris? — Eu acho que ela perguntou isso porque eu parecia desinteressado.

— Você é bonita, Kira, mas eu não estou no clima... Estou exausto.

— Cadê o seu instinto animal agora? — Ela me perguntou com uma sobrancelha arqueada, me desafiando.

Respirei profundamente.

— Kira, eu não sei o que dizer para que você entenda... — Eu ri de nervoso. Afastei as minhas mãos dela e as passei pelo meu cabelo, frustrado e bufando — Estou um caco. Meu corpo dói.

Ela uniu as sobrancelhas e ficou me encarando com os olhos tristes.

Peguei a roupa dela ao meu lado no sofá e cobri o seu corpo antes que eu faça uma besteira.

O plano é enrolar ela até encontrar uma saída segura para todos nós. Vou estar com ela até eu conseguir convence-la de fazer um tratamento e vou apoiá-la nisso até o fim.

Mas se eu fizer sexo com ela agora, vou piorar tudo.

— Estou mesmo cansado. Vou dormir... — Eu deslizei as minhas mãos pelos seus braços e a tirei do meu colo gentilmente.

Beijei a testa dela e deslizei a minha mão pelo seu cabelo carinhosamente.

— Vá para a sua casa — Eu disse — Está tarde. Depois nós conversamos.

Caminhei até o meu quarto e assim que entrei eu tranquei a porta por precaução.

Um pouco mais de insistência e ela pode conseguir o que quer... Chega um ponto que a cabeça do meu pau pensa mais alto do que a cabeça de cima.

— Que inferno — Resmunguei e fui para o meu banheiro tomar banho.

Depois que eu saí com uma toalha enrolada na cintura, acendi um cigarro e eu ouvi gritos na área de lazer lá em baixo.

Franzi as minhas sobrancelhas e caminhei até a minha varanda.

Emily estava na piscina.

A água estava tão aquecida que estava evaporando.

Angelique surgiu correndo e pulou na piscina também, de roupa e sapato.

Eu não consigo escutar o que elas estão conversando mas eu consigo escutar as risadas.

As duas começaram uma guerra de água e eu fiquei assistindo enquanto inalava e exalava a fumaça espessa do cigarro tranquilamente.

Quando acabei de fumar eu deixei a bituca cair lá em baixo, fazendo a brasa se espalhar e apagar. Angelique percebeu e olhou para cima, vendo-me aqui, depois Emily também olhou.

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