Ei, amigo, eu não sou a vovozinha!

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Skyler Blarson

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Skyler Blarson

Toda a beleza na minha frente
Devolver toda a energia que nunca senti, nunca senti antes
Além das luzes da sociedade que estavam me matando em silêncio
Agora eu me encontrei, encontrei-me uma casa
Por conta própria.
On My Own - Far Out.

   A atmosfera que rodeia essa cidade não me parece em nada normal. Ela intercala entre a leveza do dia e a tensão que infesta a noite. Seus ventos carregam uma energia indecifrável e as árvores que encontrei ao dirigir pela estrada têm muito mais histórias a contar do que aparentam. 

   Ao analisar esta manhã os alunos que compões essa escola, constatei que não são as pessoas a maior fonte de estranheza desse lugar, pelo menos não a maior parte. Creio que 90% é normal, e nem ao menos aparenta perceber que há algo de errado. Entretanto, há aqueles 10% que apenas de olhar já se vê que sabem de alguma coisa. 

  Em primeiro plano, eu pensei ser algo relacionado a radiação. Afinal, estamos em território americano, não seria de extremo incomum que, há anos, já tivessem testado alguma bomba por estas terras. A que veio em mente foi a bomba suja, não muito provável, já que seu princípio de funcionamento é simples, e não faz de um todo o estilo do governo do meu país. Mas, independente de sua simplicidade, ele causa uma certa destruição explosiva com danos radioativos. Sem contar que combinaria parcialmente com a questão de o ar dessa cidade ser estranho, visando que esta não possui uma força destrutiva como as demais bombas atômicas, ela age através da expansão de gás sobre uma extensa área. Em resumo, ela espalha um material radioativo na forma de uma nuvem de poeira, que é carregada pelo vento, danificando uma área maior do que a da própria explosão. Todavia, desisti dessa ideia no mesmo instante que pensei, caso tivesse mesmo o risco de radiação, não seria permitida a entrada de vida humana por aqui.    

   No fim das contas, pela primeira vez em anos, terminei sem nenhuma resposta. A natureza daqui poderia ser selvagem, seus ataques animais que tanto ouço minha tia falar, frequentes. Os casos de mortes nunca solucionados de forma coerente e a sensação de que sempre escondem algo estar presente em cada célula que há em mim. Mas nada disso teria uma explicação científica boa o suficiente. E, meu cérebro curioso e cheio de conhecimento, continuaria no escuro. 

    Ouvi muitas vezes que sou estranha. Tantas que acabou por se tornar um fato consistente em minha vida. Então, sem ajuda de ninguém, eu me encontrei por conta própria. Por mais que no fundo ainda sentisse que faltava algo, eu conseguia compreender que não havia nada de errando em ser eu mesma. 

 Mas, mesmo assim, listando tudo o que a sociedade considera como anormal, cheguei a conclusão de que eles têm razão, afinal. Sou hiperativa e, segundo alguns psiquiatras por que passei, tenho ansiedade. Vivo isolada e não consigo me expressar de forma coerente, tampouco demonstrar afeto pelos que me rodeiam. E, acho eu, o que mais assusta as pessoa é a minha "genialidade", palavra que meu pai usava, e não de uma forma boa, garanto. No momento, segundo estudos feitos por pessoas pagas com o dinheiro sujo da minha família, meu QI foi medido como o segundo maior do mundo atual, em seus 210 pontos. Sim, eu ultrapassei grandes gênios mundiais, como Albert Einstein e Marie Curie, pessoas as quais eu admiro quase como divindades. Mas, francamente, eu não me importo com isso. Nunca fui parabenizada por minhas descobertas ou por minha inteligência, na verdade, esta foi o motivo de grandes transtornos na minha vida. 

The Emperors of Chaos - TW HIATUSOnde histórias criam vida. Descubra agora