Acordei na terça-feira com uma batida na porta e me levantei para abri-la, dando de cara com meus vert far e mor na porta com uma bandeja de café da manhã.
— Bom dia, filha. - Meu pai fala me dando um beijo na testa.
— Esperamos que tenha tido uma boa noite. - Dona Astrid diz sorrindo.
— Com certeza tive. Não me lembro de ter dormido bem assim há meses. - E era de fato verdade.
Embora a condição finaceira dos meus pais biológicos serem relativamente boa, nos colocando em uma patamar classe média alta, não tínhamos dinheiro para bancar um programa de au pair para a Noruega, o que me fez ter que procurar alguns empregos provisórios como babá, garçonete e até mesmo passeadora de cães para garantir uma grana extra.
Com todos esses afazeres, era quase nulo minhas horas de sono.
— Ficamos felizes em saber disso. Trouxemos café.
Sorrio e pego a bandeja cheia de frutas e o delicioso cheiro do café invade meu olfato.
— Quando terminar, pode me encontrar lá embaixo para irmos até a escola, o que acha? - Ele pergunta.
— Acho ótimo! Vou só me arrumar.
Ele assente e os dois saem. Volto para a cama e começo a comer meu café da manhã enquanto mexo nas minhas redes sociais e aviso minhas amigas que está tudo bem. Com toda essa bagunça me esqueci de avisar a elas sobre as mudanças.
Deixo o restante que sobrou do café de lado e vou para o banheiro dar um jeito no meu cabelo. Ele sempre foi bastante volumoso, apesar de liso, e confesso que adoro ele assim, por isso apenas o penteio e escovo os dentes, lavando o restante do rosto em seguida.
O dia em Oslo estava agradável, por isso vesti apenas uma calça jeans de lavagem escura com detalhes rasgados simples, um cropped rosinha de manga curta e um tênis.
Passo um pouco de rímel e também um leve blush nas bochechas para um ar saudável. Me olho no espelho me sentindo satisfeita e desço. Eu não era lá muito fã de maquiagem e não me importava em parecer natural.
Encontro meu pai acabando de tomar café e lendo jornal e solto uma risadinha. Ele me olha e sorri. Eu simplesmente adoro esse homem desde o nosso primeiro contato.
Vou em direção ao quarto de Hailee e vejo que a pequena bebê ainda dorme. Dou um beijinho em seus cabelos e ela abre um lindo sorriso que derrete meu coração por inteiro.
— A irmã te ama também. - Sussurro pra ela.
Saio do quarto com todo o cuidado do mundo e abro a porta seguinte, vendo meus dois irmãozinhos sentados em suas respectivas camas. Me aproximo para dar-lhes um beijo.
— Bom dia. Já tomaram café?
— Ainda não, Lolie. - Sorrio com o jeito de Ragnor de pronunciar meu nome, o pequeno tem apenas 3 anos e suas palavras nem sempre saem da maneira correta.
— Então o que estamos esperando? É a melhor refeição do dia!
Caminho com eles até o banheiro e Rana exclama:
— A melhor refeição é todas, porque tem comida.
Gargalho com sua fala. Essa é das minhas!
Após ajudá-los a lavar seus rostos e escovar os dentes, os levo até a cozinha e os sirvo com cereais, leites e algumas frutinhas picadas. Fico encantada em como eles comem sem fazer nenhuma sujeira. É como se preferissem apreciar aquele momento ao invés de brincar.
— Estão todos prontos? - Hank, já todo arrumado com calça e blusa sociais, pergunta ao abrir a porta do quarto das crianças.
Eu estava acabando de arruma-los para suas aulas e aproveitando para separar suas roupas de ballet e futebol, que seriam usadas mais tarde.
— Sim, papai. - os dois falam em uníssono.
— E você, Aurora?
— Também estou.
— Vamos então? - Assinto e pego a mão das crianças, deixando uma de cada lado e saindo do quarto. Minha mãe, Astrid, saia mais cedo do que nós por ser médica e precisar estar sempre disponível caso seja solicitada.
Deixamos as crianças na escola e seguimos para onde seria a minha em breve.
A Hartvig Nissen School, segundo meus pais, era uma das escolas mais renomadas da Noruega e a segunda mais antiga, tendo uma arquitetura típica da época em que foi construída. A Nissen, como era informalmente chamada, era um campus grande e várias janelas se faziam presente na enorme construção, fazendo-me perguntar se todas elas faziam parte de salas de aula.
Seguimos pelo campus e entramos pela porta principal, indo em direção a secretaria e aguardando sermos chamados.
O processo de matrícula foi fácil e demorou menos de 30 minutos para ser feito, já que eu por precaução havia levado todos os documentos comigo. Fui convidada a um tour pela escola, o qual meu pai recusou, alegando precisar trabalhar.
— Tem certeza que pode fazer isso sozinha? - Hank pergunta e eu assinto.
— Está tudo bem, pode ir tranquilo. - Digo e recebo um beijo na bochecha.
O meu guia, um dos alunos da escola e presidente estudantil e segundo ele chamado Henrik, fez um gesto com a mão indicando a direção que eu deveria seguir.
Depois de ser apresentada a cada cantinho da escola, paramos em frente a ela e ficamos conversando.
— Preciso dizer que você vai estranhar isso aqui nos primeiros dias, embora tenho uma impressão de que você já sabe disso. - Disse rindo provavelmente notando minha expressão desconfortável.
— Eu nunca fui muito boa em me enturmar em novas escolas e essa tem quase o triplo do tamanho de todas as instituições que estudei na vida.
— Não se preocupe, é sempre assim. Mas te garanto que dá para conviver com a maioria daqui.
— Por que não todos?
Antes que ele pudesse me responder, um carro para a alguns quilômetros de distância e um grupo de garotos saem dele, vindo em nossa direção.
Eu estaria mentindo se falasse que não os achei bonitos, porém o que mais me chamou atenção foi o moreno de pele branquinha que estava ao lado direito do que parecia ser o líder do grupo.
Eu não sei dizer se foi o seu jeito confiante de andar ou o olhar que parecia despir a alma de quem fosse o alvo dele, mas eu me senti instantaneamente atraída por ele.
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Hallo!
Será que tem o tão aguardado encontro do nosso casal no próximo capítulo?
Comentem aqui o que estão achando da história, se estão gostando ou não, o que esperam que aconteça. Eu adoro um contato autor↔leitor e espero tê-lo com vocês.
Beijo e até a próxima!
Não esqueça de seguir a Aurora no instagram e acompanhá-la em tempo real: @aurorameins
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Vertsfamilie
FanfictionMudar-se para uma nova cidade onde você não conhece nada nem ninguém para muitos é assustador, mas para Aurora é uma chance de viver novas experiências e aventuras. Matriculada em um programa de Au Pair, a garota sai do clima quente de seu país para...