Pequenas Coisas

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Música do capítulo deixada acima:

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Cristian estava no banco da praça da escola com Victor e Michael sentados ao seu lado. Era o intervalo, Heloise estava debaixo do carvalho olhando para ele, lembrando-se da noite passada, e admirando o belo sorriso que ele tinha.

- Se eu não lhe conhecesse tão bem, eu diria que esta apaixonada pelo seu próprio irmão. - disse Louise.

- Por que é que você sempre chega assim? - perguntou Heloise virando-se para a amiga.

- Costume. - ela respondeu dando de ombros.

- Jeremy está querendo que nós duas saiamos com ele. - Heloise mudou de assunto.

- Sério? Você aceitou não aceitou? - perguntou Louise.

Heloise sorriu estupefata.

- Oi. - disse Victor.

- Oi. - disse Heloise.

Heloise percebeu que Michael e Cristian se aproximavam.

- A gente não quer vocês aqui. - afirmou Louise.

- Heloise você é a irmã do Cristian? - perguntou Michael.

Heloise olhou para Cristian com certo brilho nos olhos, porém não sorriu. Ela devia dizer aos amigos do irmão que ambos era parentes?

- Sim. - ela respondeu.

- Eu não disse que era ela. - disse Victor. - A gente descobriu que o Cristian tinha uma irmã, e que estudava aqui e quando descobrimos que seu sobrenome é Corvin, deduzimos que era você. - concluiu.

Enquanto eles sorriam, Cristian revirava os olhos.

Quando o sinal tocou todos entraram na escola.

As aulas se estenderam junto com a impaciência de Heloise para assistir matemática e química. Ao término ela decidiu voltar para casa no ônibus da escola.

Quando chegou a mansão Corvin, Janet estava triste no sofá da sala de estar.

- Janet você esta bem? - Heloise perguntou sentando-se ao lado dela.

- Heloise acabaram de ligar da clinica que sua mãe estava internada.

- O que é que tem a minha mãe? - Heloise perguntou preocupada.

- Ela foi a óbito.

Heloise subiu as escadas e se trancou no seu quarto.

Ela entrou debaixo do chuveiro e chorou com todas as ppucas lembranças que ela tinha de sua mãe.

Heloise se culpava por sua mãe ter ido para aquela clínica de reabilitação, mas a situação de sua mãe havia se agravado quando os vizinhos escutavam várias vezes os gritos dela.

Ao sair do banheiro, Heloise vestiu-se, e deitou-se na cama. Quando a acordou era noite, céu escuro e estrelado, ela desceu as escadas e caminhou até o jardim de inverno.

As rosas tinham um aroma tão bom que confortavam a alma de Heloise.

Sua mão saiu tocando as rosas até que uma mão grossa, macia e gélida encontrou a sua. Apenas com um toque, Heloise sabia que era Cristian.

Ela conhecia o toque dele, o cheiro afrodisíaco dele. Ele causava choque, calafrios e medo nela.

Ela olhou para Cristian que a observava de um outro modo, não havia frieza, nem incredulidade. Os olhos azuis acinzentados dele estavam banhados de lágrimas de dor.

- Heloise, eu lamento muito. - ele disse com voz rouca.

Heloise estava sentindo-se nua. Era como se Cristian pudesse vê-la dilacerada por dentro.

- Minha mãe costumava dizer que eu nunca devia desesperar-me quando tudo parecer perdido, ou acabado. Porque são as pequenas coisas que dão significado a vida. - ela sussurrou.

Cristian acariciou o rosto quente de Heloise com sua mão gélida, ele aproximou seu rosto do dela, e deixou que seus lábios tocassem o dela.

A mão de Cristian abraçou a fina cintura de Heloise, e beijou-a intensamente. Não havia sido um beijo de irmãos, mas um beijo imoral, de desespero.

Naquele momento Heloise havia esquecido da dor da morte de sua mãe, havia esquecido que eram irmãos.

Quando se afastaram um do outro, Heloise olhou nos olhos azuis de Cristian tentando dizer algo ele, mas palavras não explicariam como ela se sentia.

Cristian possuía uma luz que parecia nunca desaparecer, e Heloise estava atraída por ele e não podia desviar o olhar.

Eles eram irmãos, eram de mundos e de personalidades diferentes, mas quando os seus mundos se colidissem tudo poderia se tornar perfeito e possível?

Cristian pegou uma rosa branca, arrancou do jardim, e entregou a Heloise. Ela pegou a rosa, e seus olhos encontraram mais uma vez Cristian.

- Rosa branca. - ele disse. - Elas foram feitas para sua inocência. - concluiu.

Christian encostou sua testa na dela, fechou os olhos com força, e respirou como se estivesse com dor, Heloise inalou cada respiração que ele soltava e seu pulmão reconhecia aquele ar que entrava e saia de dentro dela. Ele beijou a testa dela, e foi embora.

Heloise começou a voltar à realidade, ela e Cristian realmente haviam se beijado. Ela não podia contar a ninguém, pois apesar de ter sido significativo para ela, era pecaminoso.

Eles eram irmãos, e se alguém soubesse, condenariam Heloise de monstro.

Ao deitar em sua cama com a cabeça no travesseiro, Heloise não sabia se sua mãe estava desapontada por estar morta, ou por ver a filha se perdendo em amar seu próprio irmão.

De fato Cristian levava embora de Heloise todos os problemas, todas as tristezas, todas as dores. Mas ele trazia consigo uma dor única, que somente ele podia fazê-la sentir, e que a fazia acreditar que essa dor é tudo o que ela quer sentir.

"Rosa branca para te dar."


859 palavras

Sussurros da NoiteOnde histórias criam vida. Descubra agora