Bruce, sofre muito pelo abandono de sua mãe. Ele é jogado em um navio cargueiro pela mesma e se ver sozinho em um mundo cruel, que pode trazer muitas marcas em sua vida.
Depois de anos em alto mar... Tenta refazer sua vida com seus amigos em uma c...
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Já fazem muitos dias que estamos aqui, duas luas cheias já passaram, e isso está me torturando, pois não é nada agradável ter que conviver com duas criaturas que a cada pergunta que você faz é um tapa no rosto.
Matt, não fala muito comigo, de repente ele ficou estranho, não fala muito e sempre fica isolado em algum lugar perto da cabana. Também não tento forçá-lo à falar algo comigo, afinal nunca fomos tão próximos.
Estou agora, sentado em uma pedra perto do lago, o único momento que aqueles dois me deixam encostar nesse rio, é durante o dia, e nunca permitem aproximar-Me quando ele se torna encantador, com uma cor anormal, um azul brilhante.
Isso é muito estranho, e intrigante. Observo por um tempo e o encantador lago inicia seu esplendor. Eu sei que devo sair daqui, e ficar longe como os homens estranhos desejam, mas é algo que não consigo evitar.
___É tão bonito... - digo entrando no mesmo, a luz se torna mais forte e um sorriso surge em meus lábios.
___ Bruce! - escuto alguém chamar, Matt, ele está em pé e com os olhos arregalados.
___ Você está vendo? - pergunto movimentando minhas mãos na água fria. ___ Isso é surreal!
___ Saia daí agora, Bruce! - ele grita. Mas eu não dou ouvidos.
___ Eu... Quero.. Ficar aqui! - digo e sinto algo segurar em meus pés, olho para as águas cristalinas e vejo uma pessoa, minha mãe.
___ Mãe! - digo dando um mergulho. Embaixo percebo que o que antes era raso, agora está fundo, não consigo tocar meus pés no chão, me desespero.
Me debato por alguns minutos e sinto meus pulmões se encherem de água, está tudo escuro, sombrio, a bússola pendurada em meu pescoço é arrancada com força por alguém que não consigo reconhecer.
Torço para que Matt, pule no lago e venha me salvar, mas minhas esperanças acabam quando sinto que não irei aguentar por muito tempo.
___ Não se preocupe Bruce, iremos cuidar de você! - Uma voz rouca e assustadora diz.
Sinto algo segurar minha mão, um túnel escuro se forma na água e logo me vejo dentro dele, uma luz fraca brilha no final dele.
Em questão de segundos, estou em um lugar estranho, consigo respirar o ar, tranquilamente. Uma floresta e logo à frente um piso de mármore branco rodeado de estátuas macabras de... Demônios.
___ Que lugar é esse? - pergunto extasiado.
Uma neblina passa por entre as árvores e deixa tudo com um ar de terror, A escuridão parece normal aqui.
___ Olá, Bruce! - alguém diz atrás de mim, me viro abruptamente, e vejo um homem de cabelos até o ombro, olhos negros e vazios, alto e esquelético.
___ Quem é você? - pergunto dando alguns passos para trás.
___ Já ouviu falar nos demônios brancos da ilha? - ele diz com uma voz que remete medo, ele com certeza é um dos demônios.
___ Vo-cê é.. Um de-demônio? - engulo em seco.
___ Eu sou o guardião deles! - diz com um sorriso.
___ Mas fique tranquilo, em breve irá conhecê-los, eles estão em uma caçada...
___ Eles irão vir? - pergunto em um nítido desespero.
___ Veja! Um deles já chegou! - ele diz apontando para a floresta atrás de mim. Me viro vagarosamente e me surpreendo ao vê-lo.
O ar foge dos meus pulmões, estou paralisado, pasmo, confuso, incrédulo.
___Isso não é possível! - digo o encarando.
___ Sr. Bruce! - diz baixinho, também incrédulo.
___ Edward ! ? - digo, pasmo.
O que ele está fazendo aqui?
Ele é um demônio?
Como pôde nos enganar assim?
___ Você está bem? - ele pergunta com um sorriso forçado, sinto vontade de socar aquele rosto dele, até sangrar.
E não irei me controlar, o certo à fazer e quebrar a cara desse imbecil.
