meu vizinho é um garoto de programa?

Capítulo 1 confusão

Quem a via com o sorriso no rosto daquela forma direcionada ao seu celular pensaria que a morena estava lendo alguma mensagem de algum contatinho, mas não o motivo do sorriso em meio aos goles de chá era mais um capítulo de uma de suas fics favoritas "da cabeça aos pés", que acabara de ser atualizada. O garçom aproximou-se dela com os rolinhos de canela, a garota logo abaixou o celular com medo de que ele visse o que lia, já que se tratava de um hentaizinho bem picante. Quem conhecia Hinata, jamais pensaria que a moça de 25 anos fosse dada a esse tipo de leitura, mas era algo que ela adorava e que deixava seu dia mais leve, afinal não era fácil ser uma Hyuuga e uma que acabou de conquistar seu espaço pelas próprias decisões e ações era mais difícil ainda.

Hinata tinha acabado de concluir a faculdade e de não aceitar trabalhar na pequena empresa de sua família, ela resolveu estudar o que queria,trabalhar no que queria e o maior tapa na família foi ir morar sozinha, de início seu pai Hiashi nada se agradou, mas com todo seu comprometimento e responsabilidade a moça acabou por encher o pai de orgulho e convencê-lo de que daria conta em ficar sozinha. Hinata sempre fora dedicada e responsável e por isso todo seu tempo estava dividido entre as tarefas de atual dona de casa e as tarefas do trabalho e por tamanha correria que parar na cafeteria na esquina do prédio e tomar seu chá com rolinhos de canelas e ler suas fanfics favoritas, tornaram-se o "seu momento favorito".

Olhou para o relógio de pulso enquanto estava no elevador e bufou, a razão para ter subido de mal humor após seu momento agradável não era por muitas coisas a fazer em casa numa sexta a noite, mas por conta de seu novo vizinho. A morena havia o visto subir antes dela e com mais uma linda garota como acompanhante, logo pensou que aquela seria mais uma noite longa sem dormir, já que desde que aquele rapaz havia se mudado sua paz, e a de seus outros vizinhos pensava ela, havia virado fumaça.

O vizinho de Hinata, na opinião dela, fisicamente era um cara lindo de morrer, daqueles que parecem artista de cinema: loiro, alto, porte atlético, olhos azuis como um mar revolto e nossa o volume nas calças mesmo as folgadas deixava claro que ele era um PDB, e pra fechar aquele sorriso de Sol em dia de verão e os cabelos naturalmente bagunçados, ele era irresistível de se olhar. Mas era, na visão dela, um predador! Um cara que trocava todo dia de garota, o que desencantou a moça até de lhe admirar sem camisa chegando de manhã ao prédio logo após ele fazer a corrida matinal, não mentira, isso ela ainda fazia questão de olhar afinal olhar não tira pedaço, mas nada além disso. Hinata não se dignava nem a dar bom dia ao vizinho, ela o achava um cafajeste, afinal como podia um homem tratar as garotas como seres descartáveis? Isso a deixava muito brava com o rapaz. A verdade era que Hinata havia criado uma personalidade e várias histórias sobre ele em sua cabeça, mas dele de verdade nada sabia, porém bastava para ela ver que ele era um cara lindo e cachorro que trazia mulheres diferentes para seu apartamento quase todo dia e fazia sacanagens, e que sacanagens! O andar inteiro ouvia, e ela vizinha de parede era como assistir um filme pornô.

Naquela noite em especial ela até se programou, iria tomar banho e vestir um conjuntinho leve por ser época de primavera e o ar já estava mais quente, ficaria na sala com a TV na sua série favorita em um volume bem alto e se ainda assim o tal vizinho estivesse barulhento ela iria ouvir as playlists novas, que suas autoras favoritas indicaram, em um aplicativo de músicas. Só que para variar assim que percebeu o som ambiente ecoando do apartamento do lado desligou a TV já maldizendo o vizinho loiro.

- Nossa que saco! Não to acreditando que esse cara já vai começar com as pegações dele, cara sem noção! acha que todo mundo é obrigado a ouvi-lo! Além de tudo deve ser um playboy que se acha...humpf!

Estava realmente muito irritada, não que ela fosse uma virgem ou uma puritana, mas tinha para si que a intimidade de um casal mesmo em sexo casual deveria ser mantida apenas entre eles, além de ninguém ser obrigado a ouvi-los.