things get better

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Minha tia Johanne é a pior pessoa que existe na terra -depois do meu pai- Imagina uma coreana velha, carrancuda e mal educada. Agora imagina três vezes pior. Essa é minha tia. E receber esse olhar de reprovação dela ao me ver foi o pior.

"Casa errada, desculpe. " Me curvei, revirando os olhos mentalmente e me virei, sentindo o olhar dela queimar sobre mim. Respeito, era tudo o que eu tinha sobre ela.

"É bom que não volte, seu garoto bastardo. Ninguém gosta de você, imundo. Inutil. " Sua voz parecia tão estranha quanto a de uma pessoa na rua. Fazia anos que eu não via ela. Ouvi minha prima Sara gritar ao me ver por de baixo dos braços da mãe, mas ela empurrou a garota pra trás, fazendo ela chorar. Senti meus nervos queimarem ao ver aquilo, mas me segurei, e segui até a casa ao lado, a casa certa desta vez. As paredes revestidas com uma pedra bonita, a porta de madeira com um grande vidro na frente, permitindo olhar la pra dentro. As sacadas dos dois quartos da frente estavam com cercas vivas laranjas pelo outono, deixando mais bonito. Flores coloriam a entrada, e o gramado estava bem cortado. Típico do pai da Joon.

Joon e eu crescemos juntos, nossos pais são sócios e nos conhecemos quando éramos crianças, crianças rebeldes e inocentes e maravilhadas com a vida livre nos quintais e nos fortes e papelão com espadas pintadas a giz.

Minha tia ainda me olhava enquanto eu tocava a campainha da grande casa moderna. Não sei como confundi os numeros das casas, mas dessa vez Joon correu pra porta. Seus cabelos balançavam e ela tinha um grande sorriso no rosto. Ao me ver, seu sorriso sumiu. Terror e surpresa tomavam seus olhos, eu pude lê-los. Outra habilidade que ganhei na rua.

Ela abriu a porta e me puxou pra dentro. Me obrigou a tirar os sapatos e a touca. Ela estava ainda mais bonita que da ultima vez, a quatro meses. Sua voz me tirou dos pensamentos e arregalei os olhos ao me ligar onde estava. Encarei os pés e o piso branco destacou meu sapatos gastos, que um dia foram brancos, agoras apenas sujos e destruídos.

"Janosh, pode pegar algumas roupas suas pro meu amigo e deixar no quarto de hospedes? E pode pedir pra sua mãe preparar alguma coisa pra gente comer? Um cházinho de camomila ia bem agora. " Eu tentei negar, mas ela apenas calou a minha boca com a mão. Macia e morna, era como eu me lembrava, seu perfume típico estava ali.

"Sim, Youngie. Eu já vou. " Um garoto loiro, alto e bonito apareceu na sala sorrindo, então passou pela gente e acenou, correndo em direção a portinha dos fundos, onde era o quarto dos empregados -Nada muito ruim, se você pensou nisso -. Ela me puxou escada acima e me enfiou no banheiro. Eu tentei manter a porta aberta mas ela fechou com uma força incrível.

"Você não sai daí enquanto não tomar banho. Depois vai comer e ai vamos conversar sobre seu estado. Vou deixar as roupas em cima da cama, se troque e desça, sim? Tem uma escova de dentes nova na gaveta. " Ela se afastou da porta de vidro fosco e eu a vi sair do quarto, me deixando sozinho. Eu e meus pensamentos imundos, assim como as roupas.

Eu tirei a roupa e entrei no chuveiro, relaxando todos os músculos ao sentir a água quente sobre meu corpo depois de tanto tempo. A limpeza e o cheiro do sabonete deixavam uma sensação ótima na minha pele. Eu tomei um banho de presença, igual diria minha avó. Eu amava aquela velha senhora. Ela me apoiava em tudo. Mas um dia viajou e nunca mais apareceu. Meus pais acham que ela está morta. Eu sinto que não.

Eu escovei os dentes e saí do banheiro, me troquei e penteei o cabelo. Me sentia até mais leve, sem toda aquela sujeira. Desci as escadas de vagar, e sorri - como não sorria a muito tempo - ao ver a mesa de jantar. Me sentei em uma das cadeiras e aquele odor invadiu meu nariz, me deixando quase louco. Amy sempre foi uma ótima cozinheira, mas pelo jeito ela estava se superando. Eu amava aquela casa mais que a minha própria, e todas aquelas pessoas eram a minha familia, a familia amorosa e atenciosa que eu nunca pude ter.

"Senhor Min, eu espero que goste da comida. " Ela sorriu, colocando um pote de arroz na minha frente. Eu peguei o hashi e comecei a comer, junto com JoonYoung. É a melhor comida que eu comi nos ultimos 3 meses. Não, nos ultimos onze meses.

"Yoongi? O que está fazendo aqui?" Pude ouvir o tom de indignação na voz da mãe de Joon a entrar na sala.

~clica na estrelinha se gostou e é nois bebê. fui

rapper ~ mygOnde histórias criam vida. Descubra agora