Prólogo

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É estranho a forma como algumas coisas acontecem, muitas pessoas na sua adolescência já tem todo seu futuro planejado. Sabem qual faculdade irão fazer, qual profissao vão seguir, mas eu não, eu não pensava em nada disso, não me imaginava fazendo qualquer coisa, então talvez, meu destino fosse terminar exatamente como estou, vocês ja sabem minha história, mas especificadamente como eu surgi, e agora, descobriram o meu fim.

Sabe, psicopata é uma palavra muito forte e rude para me descrever,eu diria que eu sou mais uma pessoa perturbada que tenta libertar suas angustias através da dor e sofrimento dos outros.

Nao vou mentir, é muito bom ser uma lenda assustadora a qual todos temen quando escutam seu nome, mas também, é muito cansativo ter que ficar fugindo dos cidadãos e mudar de região constantemente.

Mas eu gosto daqui, o dia passa mais rápido, a noite é completamente vazia, o frio cria um clima perfeitamente agradável e as pessoas são fáceis de serem manipuladas. Aqui todas as famílias são tradicionais, todos vão para casa cedo, o que dificulta um pouco para mim e, é ai que entra toda a diversão.

As 3:00 da manhã eu estava caminhando por uma rua que ficava mais afastada do centro da cidade, obviamente todas as casa estavam trancadas, mas algo em particular chamou minha atenção, no fim da rua tinha uma bela casa, estava trancada como as demais, mas uma janela em especial tinha sua cortina completamente aberta o que despertou minha curiosidade, eu andei calmamente em sua direção, tendo cuidado para evitar o menor dos barulhos, cheguei perto da janela para olhar através dela.
  Do lado esquerdo eu podia ver uma cama com muitos edredons escuros e alguém dormindo sobre ela e do lado direito um pequeno guarda-roupa alguns livros sobre um armário, o quarto era todo branco e tinha um belo lustre. Eu coloquei minhas mãos sobre a janela e a empurrei, para minha surpresa, ela abriu.

Aquilo nao fazia o menor sentido, ela deveria estar trancada igual a todas as outras, era como se aquela pessoa na cama estivesse me esperando, uma armadilha talvez?

Decidi entra mesmo assim, eu olhei o quarto detalhadamente, ao lado da cama havia uma cômoda e sobre ela um retrato, nele estava um homem velho, que mantinha uma expressão séria, uma bela mulher que parecia dar seu melhor sorriso falso para sair bem na foto e no meio deles uma garota sem expressão, só encarando a câmera com um olhar vazio.

Eu me virei em direção a cama, puxei levemente o edredom, era uma garota, ela estava com seu travesseiro no rosto deixando visível somente sua boca, ela estava acordada, podia sentir isso, sua respiração estava um pouco acelerada mas mesmo assim, ela manteve a calma, eu tirei minha faca do meu bolso e levei em direção ao seu pescoço, e então, pude escutá-la sussurar:

-Faça logo...

Eu não esperava por isso, esperava por uma reação, um pedido de socorro qualquer coisa, mas ela não fez isso. Talvez eu tenha me desconcentrado um pouco e errado seu pescoço fazendo que a faca fosse parar do lado esquerdo do seu peito, mas isso não tem importância, de qualquer jeito ela estaria morta.

Eu coloquei minha mão sobre sua boca para que ela não gritasse muito alto mas ela não gritou, quando retirei minha mão, ela estava sorrindo, o que essa garota acha que esta fazendo? Pensei comigo mesmo.

Antes de tentar vê-la, ouvi barulhos de passos vindo em direção ao seu quarto. Sai rapidamente pela janela e a fechei novamente. Uma mulher alta entrou no seu quarto e acendeu as luzes.

-Você ainda está acordada?. -disse a mulher.

É claro que não teria como ela acordar agora, aliás, não teria como acordá-la nunca mais, a mulher vendo que a garota nao se mexeu foi em sua direção e puxou com força o edredom de cima da garota jogando este no chão e então o show começou, a mulher começou a gritar desesperadamente sem parar, um homem abriu a porta e ficou encarando a garota, mas ele nao gritou, nao chorou, nao disse nada ele apenas ficou encarando a garota durante alguns instantes e em seguida, se retirou do quarto.

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